O ensino de Sociologia no Brasil possui uma história centenária se considerarmos as primeiras experiências docentes ainda no século XIX (BODART, CIGALES, 2021; OLIVEIRA, 2013). É possível afirmar que o ensino da disciplina no Brasil antecedeu o desenvolvimento científico da área (MEUCCI, 2011), uma vez que as primeiras universidades e cursos de Ciências Sociais só se constituíram nos anos de 1930, com a Universidade de São Paulo (1934) e a Escola Livre de Sociologia e Política (1933). Sobre a formação dos professores de Sociologia, sabe-se que a maioria do professora era advinda dos cursos de Direito e do clero católico (ENGERROFF, CIGALES, 2017; CIGALES, ARRIADA, 2019). Apesar de não estar de forma institucional durante todo o século XX na educação básica, a sociologia nesse nível de ensino ganhou destaque a partir da redemocratização política do Brasil na década de 1980, estando presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, como um conteúdo relevante para a formação da cidadã. A partir dos anos 2000, a comunidade científica, sindical e docente da área impulsionou os Projetos de Lei que visavam tornar as disciplinas de Sociologia e Filosofia obrigatórias no Ensino Médio, sendo que em 2008 foi aprovada a Lei 11.684 que estabeleceu essas disciplinas de forma obrigatória. Evidencia-se que a formação de professores de Sociologia ocorre desde a década de 1930, ainda que um crescimento de cursos de licenciatura tenha se dado a partir dos anos 2008. Destaca-se que a formação docente em Sociologia no Brasil, atravessa vários desafios, tais como: ausência de professores formados na área lecionando a disciplina, baixa carga horária da disciplina, pouca estabilidade nos cargos docentes devido a baixa abertura de concursos na área (BODART, SILVA, 2019; RAIZER, CAREGNATO, MOCELIN, PEREIRA, 2017). Dado esse contexto histórico, temos interesse nesse projeto de extensão em compreender como se constitui a identidade profissional docente em Sociologia no Brasil, em especial atenção para o Distrito Federal. Ao investigarmos as práticas e desafios docentes, poderemos desenvolver cursos de extensão mais afinados com as demandas desse público; portanto, neste projeto não dissociamos a extensão da pesquisa, uma vez que uma servirá de subsídio para o aperfeiçoamento da outra. Por fim, também temos como horizonte compreender os efeitos das recentes reformas educacionais - Reforma do Ensino Médio e Base Nacional Comum Curricular, e do Ensino Remoto Emergencial devido a Pandemia de Covid-19 (ARRUDA, 2020) na prática docente dos professores de Sociologia no país e no âmbito do Distrito Federal.
Estudantes de graduação e pós-graduação, professores da Educação Básica e Ensino Superior
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