Banca de QUALIFICAÇÃO: FRANCISCA LUMARA DA COSTA VAZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FRANCISCA LUMARA DA COSTA VAZ
DATA : 08/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: prédio da FS
TÍTULO:

 

Perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico da hanseníase no Distrito Federal


PALAVRAS-CHAVES:

Hanseníase, Mycobacterium leprae, Epidemiologia, Indicadores, Tendência


PÁGINAS: 1000
RESUMO:

Considerada uma doença infecto-contagiosa com evolução crônica e silenciosa, a hanseníase tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae, um bacilo com predileção pelas células cutâneas e nervos periféricos que ocasiona alterações de sensibilidade das áreas afetadas. É uma doença de importante perfil epidemiológico que permanece como um dos principais agravos de saúde pública a ser enfrentado em âmbito global. Com uma detecção de cerca de 250 mil casos novos registrados a cada ano, Índia, Brasil e Indonésia respondem por quase 80% desses casos. O Brasil é caracterizado como um país de alta endemicidade, tendo maior prevalência nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Dentre os estados da região Centro-Oeste, o Distrito Federal (DF) mantém um padrão de média endemicidade, demandando intensificação das ações para o controle da doença. Assim, esse estudo tem como objetivo caracterizar os casos novos de hanseníase e analisar o comportamento epidemiológico e a tendência temporal da doença no DF na série histórica de 2012 a 2022. Realizou-se um estudo descritivo do perfil sociodemográfico e clínico dos casos de hanseníase registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no recorte temporal supracitado. Adicionalmente, foi realizada a análise do perfil epidemiológico e tendência temporal a partir dos indicadores de monitoramento da endemia e de avaliação da qualidade dos serviços que prestam assistência à hanseníase. Houve um registro de 2.009 casos, sendo o perfil mais prevalente o sexo masculino, com faixa etária entre 30 a 59 anos, com predominância de cor parda e baixo nível de escolaridade. Os casos apresentaram-se principalmente na forma clínica dimorfa e com classificação multibacilar. Do total de casos, 87% foram avaliados quanto ao grau de incapacidade física (GIF), sendo 47% GIF 0, 30% GIF I e 10% GIF II. Observou-se uma tendência decrescente para as taxas de detecção geral de casos novos de hanseníase (variação percentual anual [APC]= -4,33%; IC95% -7,84; -0,69), detecção de casos novos na população<15 anos (APC= -13,46%; IC95% -24,66; -0,61), proporção de casos com grau de incapacidade física avaliado no diagnóstico (APC= -1,67%; IC95% - 2,36; -0,97) e proporção de cura (APC= -3,75%; IC95% -6,18; -1,25). Verificou-se tendência estacionária para os indicadores de taxa de casos com GIF 2 no diagnóstico (APC=2,62%; IC95% - 4,80; 10,62) e proporção de contatos examinados (APC= -1,07%; IC95% -3,55; 1,47). Em relação a proporção de casos com GIF 2 no diagnóstico, constatou-se tendência significativamente crescente (APC=9,26%; IC95% 1,47; 17,65). Apesar da tendência decrescente da taxa de detecção geral de casos novos e da taxa de casos novos em menores de 15 anos, o cenário sinaliza a existência de diagnósticos tardios evidenciado pela estacionariedade da taxa de casos novos com grau 2 de incapacidade e pelo aumento da proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade no momento do diagnóstico, o que leva a inferência de que o declínio da taxa de casos novos pode estar associado a uma dificuldade na capacidade operacional dos serviços de saúde para a detecção precoce dos casos ocultos e não a uma diminuição real da endemia. Dados com parâmetros abaixo do recomendado, pelo Ministério da Saúde, para os indicadores proporção de casos novos com grau de incapacidade física avaliado no diagnóstico, proporção de cura e proporção de contatos examinados também reforçam a atuação pouco efetiva das ações assistenciais de controle da hanseníase no DF. Portanto, este estudo é pertinente ao contribuir para a compreensão da dinâmica da doença nesse território, subsidiando gestores e profissionais de saúde para a (re) formulação de estratégias mais sistematizadas e efetivas no enfrentamento à hanseníase no contexto da saúde coletiva no cenário do DF”.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2617702 - DEBORA SANTOS LULA BARROS
Externa à Instituição - ELOA FATIMA FERREIRA DE MEDEIROS - SESDF
Interna - 1996218 - NOEMIA URRUTH LEAO TAVARES
Interno - 3028331 - RODRIGO FONSECA LIMA
Notícia cadastrada em: 02/04/2024 11:50
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