Banca de DEFESA: TATHIANA MARQUES BARRETO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TATHIANA MARQUES BARRETO
DATA : 28/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da FAV
TÍTULO:

TIPOLOGIAS DE PRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE BOVINA NA BOVINOCULTURA LEITEIRA DO BRASIL


PALAVRAS-CHAVES:

tipologia produtiva; tuberculose bovina; bovinovultura leiteira, análise de agrupamento.


PÁGINAS: 82
RESUMO:

A bovinocultura leiteira é uma das principais atividades do agronegócio brasileiro, com a produção concentrada nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por grande diversidade de tipos de estabelecimentos de produção, os quais se distribuem de forma bastante heterogenea no território nacional. Isso dificulta a disponibilidade de informações e estatísticas representativas de uma realidade tão diversa e complexa, as quais poderiam facilitar o planejamento das políticas de desenvolvimento pecuário sustentável, de defesa sanitária animal e de proteção do consumidor. Em virtude da importância do leite para a economia, para a segurança alimentar, e considerando os riscos para a saúde pública, torna-se necessário caracterizar as formas de produção leiteira no país para entender a sua associação com problemas de saúde única. A tuberculose bovina é uma das zoonoses que, além de afetar a saúde pública, impacta a saúde dos bovinos leiteiros, causando perdas econômicas à agropecuária, como diminuição da produção do leite. O presente estudo utilizou bancos de dados já disponíveis, oriundos dos estudos de prevalência de tuberculose bovina dos seis maiores estados produtores de leite, com o objetivo de caracterizar os seus rebanhos leiteiros e relacionar as práticas produtivas ao risco de tuberculose bovina. A tipificação da bovinocultura leiteira foi realizada usando método combinado por duas etapas, via análise de agrupamento. Inicialmente foi empregue o algorítmo K-modes, de aprendizado de máquina, que permitiu identificar as variáveis que classificavam o tipo de ordenha (manual/mecânica) realizado na propriedade e se a propriedade vendia leite no mercado formal, como fatores determinantes das tipologias produtivas; com base nesta classificação as propriedades foram agrupadas no banco de dados, em quatro tipologias denominadas: propriedades sem mecanização de ordenha e sem entrega de leite (39.4%); propriedades sem mecanização de ordenha e com entrega de leite (29.4); propriedades com ordenha mecânica ao pé e entrega de leite (21.3%) e propriedades com ordenha mecânica em sala de ordenha e entrega de leite (9.9%). A distribuição espacial das tipologias revelou que o primeiro grupo se encontra amplamente distribuído no espaço geográfico amostrado, com maior concentração em SP, mas também com presença importante nos estados do Sul. A localização das propriedades mais tecnificadas coincidiu com as regiões de maior produção de leite. As prevalências estaduais ponderadas, de cada tipo de propriedade leiteira foram: propriedades sem ordenha mecânica e entrega de leite: GO 2.3% (IC 95% 0.75 – 7.0), MG 1.7% (IC 95% 0.1 – 3.6), SP 7.0% (IC 95% 5.1 – 9.4), PR 0.73% (IC 95% 0.02 – 3.0), SC 0.0%  e RS 1.5% (IC 95% 0.05 – 9.4); propriedades sem mecanização e que participam do mercado formal de leite: GO  3.5% (IC 95% 2.0 – 6.22), MG 4.3% (IC 95% 3.0 – 6.1), SP 14.1% % (IC 95% 10.3 – 19.0), PR 3.7% (IC 95% 1.6 – 8.13), SC 0.0% e RS 3.2% (IC 0.05 – 16.3); propriedades com ordenha tipo mecânica ao pé : GO 6.5% (IC 95% 2,5 – 16,13), MG 9.5% 6.4 – 8.17), SP 26.1% (IC 95% 18.2 – 36.0), PR 3.2% (IC 95% 1.6 – 8.13), SC 0.8% (IC 95% 0.02 – 3.02) e RS 7.22% (IC 95% 4.0 – 13.22), e para as mais tecnificadas, que possuíam sala de ordenha, GO 10.9% (IC 95% 6.0 – 19.0), MG 10% (IC 95% 6.0 – 16.2), SP 44.6% (IC 95% 24.3 – 67.0), PR 3.9% (IC 95% 1,73 – 8,5), SC 4.6% (IC 95% 1.3 – 15.2)  e RS 6.6% (IC 95% 2.3 – 16.8. Tais resultados deixaram evidente que a prevalência aumenta com a intensificação da produção, provavelmente em função da forma de criação dos animais, com maior densidade e em ambientes mais fechados. Há, também, grande heterogeneidade de prevalência de rebanho entre os estados, para todas as tipologias. Foi realizado modelo de regressão logística multivariável, no qual a variável relacionada às tipologias de produção foi composta por três categorias, unindo-se as duas categorias de maior tecnificação. O resultado indica que a maior tecnificação da produção, o aumento do tamanho dos rebanhos e a compra de animais, são fatores que contribuem para aumentar o risco de bTB. Porém, os resultados deste estudo ressaltam que quase 70% das propriedades leiteiras são de baixo nível tecnologico e sequer possuem ordenha mecanizada, contribuindo assim para uma fração importante dos focos de tuberculose bovina nas regiões estudada. O sistema de vigilância e controle precisa integrar esta realidade às medidas preconizadas. Este estudo traz uma perspectiva mais detalhada e abrangente sobre a epidemiologia da tuberculose bovina nas principais regiões leiteiras do Brasil, fornecendo uma base de conhecimento para direcionamento e priorização de políticas de vigilância e controle desta importante zoonose. Os modelos de rebanho identificados e sua associação com a presença da tuberculose também permitem desenvolver estudos de impacto econômico e  das medidas implantadas para mitigar os riscos relacionados à doença.  

 


 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2352263 - VITOR SALVADOR PICAO GONCALVES
Interno - 306996 - JOSE RENATO JUNQUEIRA BORGES
Externo à Instituição - JOSÉ SOARES FERREIRA NETO - USP
Externa à Instituição - SILVIA HELENA GALVÃO DE MIRANDA - USP
Notícia cadastrada em: 20/11/2023 11:13
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