Projeto Pedagógico do Curso

Não foi realizada uma pesquisa empírica específica do perfil do aluno ingressante do curso de Ciências Sociais, mas é notório o crescimento do contingente de estudantes oriundos de escolas públicas, das cidades satélites e do entorno de Brasília, bem como do percentual de estudantes autodeclarados pretos e pardos entre os estudantes da UnB em geral e das Ciências Sociais em particular. Esse crescimento reafirma a vocação inclusiva da universidade pública e do curso, o que tem se revelado também uma fonte de renovação de perspectivas de percepção da realidade social e de fortalecimento do seu potencial de crítica dos modelos reconhecidos de conhecimento. Ao propiciar o encontro de estudantes e docentes de diferentes origens étnicas e sociais, as formas de ingresso na Universidade de Brasília e, por conseguinte, na Habilitação em Antropologia, comportam enorme potencial de inovação, a que a proposta aberta e plural do curso vem se somar.

Nesse sentido,

a Habilitação em Antropologia propiciará ao seu egresso as seguintes habilidades e competências: a) Conhecimento e diálogo com as diversas áreas das Ciências Sociais e Humanas;

b) Conhecimento e reflexão crítica com respeito às diferentes perspectivas teóricas e metodológicas da Antropologia;

c) Capacidade de articular o conhecimento teórico com a análise de contextos sociais concretos;

d) Capacidade de formular projetos, relatórios de pesquisa, artigos e textos acadêmicos em geral;

e) Qualificação para a formação acadêmica em nível de pós-graduação;

f) Capacidade de elaborar, planejar, coordenar, assessorar e desenvolver projetos de pesquisa e políticas públicas para instituições públicas, movimentos sociais, organizações não governamentais e instituições da iniciativa privada;

g) Qualificação para realizar estudos técnicos tais como: laudos, diagnósticos socioculturais, inventários de referências culturais e estudos de impacto socioambiental;

h) Domínio de temas da Antropologia que se relacionam com os parâmetros curriculares do ensino fundamental e médio;  

i) Capacidade de assessorar e desenvolver projetos com viés antropológico para os setores de produção audiovisual

Compete ao/à estudante:

a) Ter ciência de que deverá desenvolver uma Monografia durante o curso de graduação como requisito parcial para lograr o título de Bacharel em Ciências Sociais com Habilitação em Antropologia;

b) Participar das reuniões sistemáticas de orientação;

c) Elaborar o projeto de Monografia;

d) Elaborar a Monografia a partir do projeto aprovado pelo/a professor/a orientador/a e de acordo com a estrutura que aborde o tema escolhido dentro das limitações acordadas;Elaborar trabalho original de sua única e exclusiva autoria, comprometendo-se, em especial, a respeitar os direitos autorais resguardados por lei e a não incorrerem plágio na elaboração tanto do projeto quanto da Monografia;

f) Entregar, nos prazos estabelecidos por estas Diretrizes, as cópias da Monografia à banca examinadora;

g) Comparecer perante a banca examinadora para a apresentação oral da Monografia e responder às perguntas que por ela lhe forem dirigidas;

h) Após a aprovação da Monografia pela banca examinadora, entregar à Secretaria do DAN um CD com o conteúdo completo da Monografia;

i) Comunicar a/o professor/a orientador/a, à Coordenação do curso de graduação e/ou à Secretaria do DAN toda e qualquer situação que possa comprometer, de alguma forma, o processo de elaboração, bem como, a conclusão da Monografia;

j) Estimula-se a apresentação da Monografia em eventos acadêmicos na UnB e em outras universidades, para favorecer a difusão e a discussão dos resultados entre os pares;

k) Estimula-se, também, que o/a estudante publique seu trabalho sob a forma de artigo, em revistas da área, a fim de ampliar a circulação do conhecimento produzido no DAN e aprofundar as redes de cooperação acadêmica, essenciais para o avanço da ciência e para o desenvolvimento do país.

O Bacharelado em Ciências Sociais – Habilitação em Antropologia dispõe de diversas atividades pedagógicas a fim de prover sólida formação teórico-metodológica que capacite o egresso a formular e realizar pesquisas orientadas para o conhecimento de valores e práticas dos coletivos humanos, qualificando-o para diferentes carreiras: seja para os estudos avançados na PósGraduação, seja para atividades profissionais, no setor público e privado, que requeiram conhecimento da realidade social. As atividades didáticas da grade curricular são centradas em aulas dialógicas orientadas por um plano de ensino apresentado no início do semestre letivo com a ementa da disciplina, o programa, a bibliografia selecionada e os métodos de avaliação. No caso das disciplinas tutoriais para a produção do TCC, são realizados encontros regulares e individualizados de orientação e supervisão da pesquisa. Essas atividades pedagógicas são complementadas pelo diálogo com pesquisadores em momentos mais avançados da carreira, tanto do DAN quanto de outras instituições, nacionais e internacionais, que no âmbito do programa Seminários do DAN apresentam suas experiências de pesquisa. Este é um importante espaço de socialização, em que os alunos de graduação têm a oportunidade de encontro e interlocução com pesquisadores, professores e estudantes de pós-graduação em debates acadêmicos sobre temas variados – abertos também à comunidade em geral. O Curso também dispõe de espaços de discussão e diálogo mais estreitamente vinculados aos interesses de pesquisa de seus docentes e que são locais privilegiados de intercâmbio entre professores, estudantes de graduação e de pós. São onze Laboratórios que, com atividades, programação e calendário próprios, representam um ambiente importante de aprendizagem e socialização na pesquisa, aberto aos estudantes de graduação que estejam integrados aos seus projetos e linhas de pesquisa. Os Laboratórios desenvolvem atividades variadas, como seminários, reuniões de estudo, oficinas de leitura e de discussão de textos, reuniões de pesquisa e minicursos. Em outra frente de diálogo e interface de conhecimento, o Bacharelado em Ciências Sociais – Habilitação em Antropologia proporciona aos estudantes o aprendizado com mestres de saberes tradicionais através da disciplina “Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais”, assim propiciando o encontro com a diversidade no âmbito da própria experiência pedagógica. A disciplina foi ofertada inicialmente como módulo livre do currículo, passando em seguida à categoria de disciplina optativa. É dividida em cinco módulos, contando cada qual com mestre(s) de saber(es) tradicional(is) e um professor da universidade. Por outro lado, os estudantes têm se beneficiado ativamente do Programa de Mobilidade Estudantil Nacional, vinculado à “Coordenadoria de Monitoria, Mobilidade e PET (CNOP)” no âmbito da “Diretoria de Acompanhamento e Integração Acadêmica/DAIA” do Decanato de Ensino de Graduação (DEG/UnB). Através dele e do Intercâmbio Internacional, vários estudantes têm se beneficiado de bolsas que propiciam experiência formativa plural.

Nos últimos anos o Departamento de Antropologia tem investido ainda em fomentar o uso de novas tecnologias de comunicação e informação em diferentes atividades de ensinoaprendizagem. Dentre estas destacam-se: (1) suporte às atividades de sala de aula, (2) estímulo à iniciativa dos estudantes na construção do conhecimento e (3) ampliação do conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. No que se refere às atividades em sala de aula, têm sido desenvolvidos canais de compartilhamento de material didático e ambientes dialógicos para proporcionar aos alunos e professores um fórum permanente de debates e discussão (Moodle). Ainda, tem-se produzido material audiovisual, como recurso didático e pedagógico, para apoiar aulas e outras atividades disciplinares do curso. A gravação das palestras ministradas nos Seminários do DAN e os documentários sobre a história do Departamento, na figura de seus fundadores, são exemplos destas produções – todas realizadas pelo Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais. Com relação à construção do conhecimento pelo(a)s próprio(a)s aluno(a)s e à ampliação do contato com outras formas de linguagem no processo de produção e divulgação das pesquisas, o DAN disponibiliza em sua página a coleção digitalizada de suas principais publicações: o Anuário Antropológico (periódico A2 no Qualis CAPES), a Série Antropologia (coleção de working papers de seus docentes e de pesquisadores convidados) e a Série Tradução (publicação de tradução de textos relevantes de antropologia escritos por autores estrangeiros). Dispõe, também, de um Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais (IRIS), cujo objetivo é subsidiar, apoiar e promover o uso de recursos audiovisuais em atividades de pesquisa, ensino e extensão dos corpos docente e discente do Departamento de Antropologia. Este compreende ainda o estímulo à produção de conhecimento prático e teórico acerca da relação entre a prática antropológica e os recursos audiovisuais em todas as suas dimensões. É importante destacar que integram este laboratório todos os docentes do DAN, bem como os discentes dos cursos de pós-graduação e de graduação. Por fim, este laboratório possui acervo físico e digital de mais de 400 títulos, com espaço para visualização e dispondo de sistema de empréstimo das obras para docentes, discentes e terceiros — além de um canal no Youtube para democratização ampliada de seu acervo.

A avaliação do desempenho docente é realizada a partir da internalização no âmbito Departamento da suprareferida avaliação semestral processada pela instituição. Desde o segundo semestre letivo de 2011, um questionário é preenchido em formulário online pelo(a)s discentes, sob a responsabilidade do Decanato de Ensino de Graduação, sendo as informações coletadas processadas coletivamente pelo CESPE/UnB, preservando o sigilo e o anonimato dos estudantes. Tal questionário de avaliação de disciplina traz questões referentes à percepção discente sobre: a disciplina, o professor, o desempenho deste e do(a) discente (auto-avaliação), e o suporte institucional disponibilizado. Há também espaço para o(a) discente emitir sua opinião de maneira livre. Ao levantar a opinião do(a)s discentes sobre as disciplinas cursadas no semestre, a instituição pretende subsidiar as políticas de melhoria da qualidade do ensino na UnB. Trata-se da principal oportunidade para o(a) discente fornecer feedback sobre e para o seu curso5 . Os resultados dessa avaliação, na forma de relatórios de avaliação docente, são agrupados por unidade acadêmica e o(a) docente obtém seu relatório junto à sua unidade acadêmica. Disponibilizado para os professores, ele é usado pela Câmara de Carreira Docente (CCD) como um dos parâmetros para a progressão funcional. Esta (de um nível para outro dentro da mesma classe) faz-se exclusivamente mediante avaliação de desempenho, que obedece as normas e os critérios estabelecidos pelo conselho superior competente da UnB, incidindo sobre as atividades diretamente relacionadas ao exercício do cargo de magistério. São ponderados, entre outros fatores, a assiduidade, a responsabilidade e a qualidade do trabalho, considerando, a critério do mesmo Conselho, vários outros elementos6 . O índice dos professores do Departamento de Antropologia, até o momento, tem se mostrado superior à média dos docentes da UnB. Por fim, o próprio processo de reforma curricular da Graduação em Antropologia, ora em curso, tem gerado um espaço de debate sobre os êxitos e dificuldades do currículo vigente como um todo e novas propostas e alternativas vêm sendo buscadas. O tema já foi objeto de discussão em reuniões do Colegiado do DAN, em que os representantes discentes têm voz e voto. À medida que o projeto ganhar corpo, reuniões ampliadas com o corpo discente deverão ser realizadas

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