Projeto Pedagógico do Curso

É de se esperar que o aluno, a despeito de optar por uma ou outra das habilitações oferecidas pela unidade, adquira durante o curso uma formação bastante sólida dentro de um âmbito geral que justamente lhe identificará como sendo, antes de mais nada, “geógrafo”. Uma armadilha da qual queremos fugir diz respeito, portanto, à tentação de sacrificar perspectivas e temáticas. Entendemos que só uma formação plural (a ser executada sobretudo em semestres iniciais – os quais denominaremos nosso “Núcleo Estruturante”) possibilitará que os discentes percebam a identidade essencialmente heterogênea e miscigenada da ciência geográfica. E, conscientes disso, terão condições de identificar seus âmbitos preferenciais para futura atuação profissional. Sendo assim, não é porque a legislação estipula uma carga horária mínima para esta ou aquela habilitação, que abreviaremos o quanto possível a formação intelectual dos acadêmicos. Sendo assim, nosso propósito vai de encontro, precisamente, ao discurso da “minimização” dos currículos. Nossa proposta e empenho será antes no sentido de otimizar o período de estada dos graduandos; não significando, contudo, que tenhamos de estender a duração habitual do curso de Graduação em Geografia (os corriqueiros oito semestres). Estamos convictos de que será apenas deste modo que os ingressantes no curso poderão tornar-se egressos de efetiva excelência – e sem que haja, por sinal, desperdício de dinheiro público com as até aqui “formações eficientes” (sic). Dissimuladas, sob o discurso do fast teaching, estas formações nos últimos anos têm lançado no mercado um impressionante contingente de “profissionais”. Se é de exaltar o quantitativo, o mesmo enaltecimento não se dá se verificamos o saldo qualitativo.

A) Competências Gerais e Específicas:  selecionar a linguagem científica mais adequada para a abordagem do problema geográfico, considerando suas características e a natureza do problema em questão;  articular os elementos empíricos e conceituais, concernentes ao tratamento científico dos processos espaciais, em suas imbricações política, econômica e cultural, e nas escalas local, regional, nacional e internacional;  identificar, descrever e modelar teoricamente as organizações espaciais do meio físico (isto é, os sistemas ambientais ou geossistemas): • compreender a distribuição dos recursos naturais; • estabelecer o caráter relacional dos componentes do ambiente natural e entre este e o antropogênico;  identificar, descrever e inferir nexos causais para as organizações espaciais da sociedade (isto é, os sistemas culturais, socioeconômicos e políticos): • compreender as diferentes concepções relativas ao processo de percepção cultural do espaço, identificando o papel das representações simbólicas nas práticas cotidianas; 12 • compreender as diferentes práticas relativas ao processo de produção econômica do espaço, identificando o enquadramento das questões urbana e agrária;  trabalhar de maneira integrada, proativa e contributiva em equipes multidisciplinares. B) Habilidades Gerais e Específicas:  reconhecer as diferentes escalas de ocorrência e manifestação dos fenômenos geográficos;  planejar e realizar atividades de campo referentes à investigação geográfica;  dominar técnicas instrumentais e laboratoriais que auxiliem a aplicação, a testabilidade e/ou a representação simbólica dos conhecimentos: • produzir, ler e interpretar os produtos de geotecnologias, bem como outros documentos gráficos e matemático-estatísticos;  analisar e representar os sistemas naturais e sua interface com as intervenções antrópicas: • interpretar, mensurar e/ou estimar a dinâmica dos fluxos de matéria e energia entre litosfera, hidrosfera e biosfera, em tempos pretéritos, contemporâneos e antevistos; • explicar, mediante análise de dados atinentes ao meio biofísico, seu estado qualitativo, estimando graus de degradação; • empregar modelos de simulação e prognóstico de dinâmica de domínios naturais, em função de atividades antrópicas;  interpretar as causas e consequências da manifestação espacial dos sistemas socioeconômicos;  elaborar e propor projetos executivos no âmbito das áreas de atuação da Geografia. NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A) Competências Gerais:  planejar e supervisionar projetos socioambientais;  avaliar os efeitos socioespaciais de processos econômicos e políticos;  assessorar instituições públicas ou empresas privadas na elaboração e/ou implementação de projetos de desenvolvimento sustentável ou de ocupação e uso dos territórios;  desenvolver investigações científicas acerca dos aspectos socioeconômicos e físico-ambientais da organização espacial, empregando linguagem técnica na discussão de seus vieses geográficos. B) Habilidades Gerais: 13  avaliar a utilização dos recursos naturais, bem como os impactos decorrentes de seu uso e manejo;  elaborar e desenvolver projetos multidisciplinares sobre desenvolvimento sustentável do espaço natural e antropizado;  identificar parcelas territoriais propícias à ocupação e estimar os riscos da intervenção econômica em áreas suscetíveis;  propor medidas de contenção ou correção de danos ambientais decorrentes da ocupação do solo;  interpretar, avaliar e produzir representações ou tratamentos gráficos e matemático-estatísticos de dados espaciais passíveis de interesse à tomada de decisão.

Na sequência, apresentamos o rol de disciplinas projetado para a reforma do Curso de Geografia. Como se verá, esta lista aparece sob quatro formas distintas, cada uma delas desempenhando uma particular função de esclarecimento. Na primeira seção, a matriz aparece, íntegra, sob a forma de um quadro. Por este, desejamos fazer ver a “lógica de encadeamento” dos blocos de disciplinas. Trata-se, portanto, do fluxo (ou sequência de estudos) que deve ser respeitado pelo graduando. Na segunda seção, as disciplinas são listadas em “blocos” (que designam o conjunto de matérias previsto para cada período semestral), sendo que ali elas constam com sua respectiva justificativa. Na terceira seção, por um típico modelo de ementas, esmiuçamos melhor sua identidade temática, revelando o teor geral dos assuntos e/ou práticas, bem como atribuindo o papel que se espera que elas joguem no seio da formação. Por fim, a quarta e última seção diz respeito mais especialmente à distribuição da carga horária entre as disciplinas, sendo que, para fins de melhor esclarecimento, fazemos constar ali cálculos parciais de carga, de modo a que resulte evidente o cômputo geral de horas que desejamos consagrar à habilitação.

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