Projeto Pedagógico do Curso

 

Considerando que o curso de História, opção licenciatura, objetiva formar profissionais comprometidos/as com um projeto educacional centrado na formação do/a cidadão/ã crítico/a e atuante, propõe-se uma formação curricular consistente, na qual ensino e pesquisa estejam associados, contemplando competências e habilidades exigidas para atuar no ambiente escolar nos níveis fundamental e médio. Busca-se a formação do/a licenciado/a em História com um perfil que atenda às expectativas sociais, científicas e profissionais da área. Sintonizado/a, portanto, com as exigências contemporâneas de um mundo em constante e acelerada transformação, entre elas, a de criatividade, autonomia intelectual, espírito crítico, iniciativa, flexibilidade e conhecimento de tecnologias. Assim, o campo de atuação do/a diplomado/a requer uma formação abrangente e diversificada que lhe garanta sólida bagagem e trânsito pelos domínios da história – conteúdos de história e repertório teórico-metodológico –, exigindo diálogo permanente entre ensino e pesquisa, entre outros campos disciplinares, bem como e particularmente com o educacional e o pedagógico. Para isso, o curso de História – Licenciatura diurno deverá ser cursado em um tempo mínimo de oito semestres e seu currículo integraliza 215 créditos, sendo 83 créditos de conteúdos curriculares de natureza científico-cultural (1.245 horas), 64 créditos optativos (960 horas), 27 créditos obrigatórios de estágio curricular supervisionado (405 horas), 27 créditos obrigatórios de prática como componente curricular (405 horas) e 14 créditos de atividades acadêmico-científicoculturais (210 horas). A formação específica em História, modalidade licenciatura, possibilitará a formação de profissionais na área de história, com o perfil de professor/a-pesquisador/a, para atuar nos ensinos fundamental e médio e na EJA, sem excluir habilidades necessárias às do ofício: domínios de métodos para pesquisar, para trabalhar com variadas fontes documentais, com diferentes tipos de linguagem (textual, iconográfica, cartográfica, audiovisual, etc.) e para produzir conhecimento. O/A futuro/a professor/a será capacitado/a não apenas com competências e habilidades para o exercício didático, mas também para a pesquisa em História. Afinal, entende-se que a função do/a docente não se reduz à transmissão dos conhecimentos sistematizados, mas incluem mediação e criação, reflexão e reelaboração do saber junto aos/às seus/suas alunos/as. Ou seja, considera-se indispensável a dimensão produtora de conhecimento também no âmbito dos ensinos fundamental e médio. Assim, em consonância com o parecer do CNE/CES 492/2001 o licenciado em História deverá estar capacitado ao exercício do trabalho de Historiador, em todas as suas dimensões, o que supõe pleno domínio da natureza do conhecimento histórico e das práticas essenciais de sua produção e difusão. Atendidas estas exigências básicas e conforme as possibilidades, necessidades e interesses das IES, com formação complementar e interdisciplinar, o profissional estará em condições de suprir demandas sociais específicas relativas ao seu campo de conhecimento (magistério em todos os graus, preservação do patrimônio, assessorias a entidades públicas e privadas nos setores culturais, artísticos, turísticos etc.

Ao propor a formação do discente como professor/pesquisador dentro de uma perspectiva humanística, em acordo com o parecer CNE/CES 492/2001, o presente PPPC almeja o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades específicas para o licenciado em História. Competências e habilidades gerais: 1. Compreender as diferentes concepções metodológicas que referenciam a construção de categorias para a investigação e análise das relações sócio-históricas; 2. Problematizar, nas múltiplas dimensões das experiências dos sujeitos históricos, com especial atenção para as disparidades sociais brasileiras, a constituição de diferentes relações de tempo e espaço; 3. Conhecer as informações básicas referentes às diferentes épocas históricas nas várias tradições civilizatórias assim como sua interrelação com a sociedade contemporânea, especialmente, com o ambiente de aprendizagem em que o egresso está inserido; 4. Transitar pelas fronteiras entre História e outras áreas do conhecimento promovendo a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como princípios bases de uma formação integrada e atualizada; 5. Desenvolver a pesquisa, a produção do conhecimento e sua difusão não só no âmbito acadêmico, mas também em instituições de ensino, museus, em órgãos de preservação de documentos e no desenvolvimento de políticas e projetos de gestão do patrimônio cultural. 6. Competência na utilização da informática como instrumento de aprimoramento do trabalho do pesquisador/professor. Competências e habilidades específicas para o licenciado em História: 1. Demonstrar domínio dos conteúdos básicos que são objeto de ensino/ aprendizagem no ensino fundamental, médio e superior para que ao sair o professor/pesquisador em História esteja apto para atuar nas mais diversas instituições de ensino; 2. Adquirir e desenvolver, em contato com a realidade de ensino, métodos e técnicas pedagógicos que permitam a construção do conhecimento em diferentes espaços de aprendizagem, com especial foco na sala de aula, promovendo uma educação sóciointeracionista que prima pela inclusão social, ao invés da simples repetição e reprodução acrítica dos conteúdos.

O projeto agora apresentado ampara-se na seguinte legislação: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996); as Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino das histórias e das culturas africana, afro-brasileira e indígena na educação básica; as Diretrizes Curriculares para os Cursos de História, do Conselho Nacional de Educação (Resolução CNE/CES nº 13, de 13 de março de 2002); as Resolução CNE/CP nº 2/2015; o Decreto da Presidência da República nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que institui o ensino de Libras (Língua Brasileira de Sinais) em todos os cursos de licenciatura; e o Memorando nº 017 do Decanato de Graduação da Universidade de Brasília, 20 de janeiro de 2009, que dispõe sobre o processo de renovação do curso de História, diurno, junto ao MEC, ajustando-o à Resolução CNE/CP nº 2/2015. A proposta para o desenvolvimento das atividades nos diversos espaços formativos do curso enfatiza o emprego de metodologias diversificadas que possibilitem a interação entre estudantes e docentes, de modo a favorecer uma aproximação significativa com os objetos de estudo. Exposições dialogadas, seminários, aulas práticas, saídas de campo, visitas a escolas e participação em eventos configuram-se como metodologias apropriadas para atender aos objetivos do curso. Em acordo com o PDI 2018-2022 da Universidade de Brasília, a metodologia do curso se baseia em princípios que promovem a observação e a reflexão da realidade, aprofundando a articulação entre teoria e prática, contribuindo para a integralização das atividades acadêmicas e para a produção do conhecimento nas distintas áreas por meio da oferta de disciplinas obrigatórias com conteúdos científicos-culturais e práticas entrelaçados, formando um licenciado que reflete sobre sua prática docente através da pesquisa. Essa abordagem, que mescla prática e teoria, promove o contínuo debate em sala de aula de questões fundamentais para a formação humanística almejada no licenciado em História, das quais destacam-se os direitos humanos, a educação ambiental e as questões étnico-raciais e gênero. Os conhecimentos teóricos imbricados aos saberes práticos constroem no licenciado em História a habilidade comunicativa, a análise crítica e criativa, úteis para a reflexão independente ou para o trabalho colaborativo em equipe, em contextos pluriculturais e interculturais. As aulas são movidas a partir de questionamentos contemporâneos sociais e humanos envolvendo os alunos desde o início, em processos de construção de conhecimentos a partir da vida real, ensejando assim biografias que, desde a raiz, estão comprometidas com o desenvolvimento da sociedade, da natureza e, simultaneamente, do próprio conhecimento científico, em respeito ao único direito absoluto do ser humano: a dignidade, como assim sonhou Darcy Ribeiro. Assim, “a excelência acadêmica deve ser considerada como constitutiva e constituinte da estreita relação entre formação profissional e práticas sociais” (PDI 2018-2022, 2018, p. 53). A problematização, a indagação e a dúvida, ao longo da formação, são partes essenciais na aplicação dos princípios almejados, pois tratam-se de abordagens motivadoras e fundamentais para o ensino, pesquisa e extensão, “contribuindo para o desenvolvimento da independência intelectual dos estudantes e para a busca de atualização e aperfeiçoamento, aproximando as reflexões teóricas das atividades práticas” (PDI 2018-2022, 2018, p. 53). Busca-se apoiar a formação do docente com ajudas financeiras e liberação para promoção de cursos, apresentação de trabalhos, pesquisas de campo e capacitações, em instituições de ensino e pesquisas, eventos acadêmicos, científicos e culturais relacionados ao ensino, pesquisa e extensão, seja em âmbito nacional, com especial atenção para a internacionalização do curso. Também são incentivados o intercâmbio entre docentes e discentes de graduação e pós-graduação, cuja experiência em outras instituições poderão contribuir para a inovação e fomento da produção científica. Considerado obrigatório para a formação do professor/pesquisador o Trabalho de Conclusão de Curso de História prevê, em seu regulamento, a possibilidade de os/as discentes optarem por linguagens diferenciadas no produto final, incorporando as novas tecnologias da informação e comunicação. Em seu artigo 7º, o regulamento de TCC do Curso de História da Universidade de Brasília define que os Trabalhos de Conclusão de Curso da Licenciatura podem seguir as seguintes modalidades: monografia; artigo científico inédito; material didático (acompanhado de memorial sobre a pesquisa para elaboração do produto final). Além dos aspectos destacados acima, ressalta-se a importância da inclusão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na formação do licenciado em História. Essa importância é destacada na letra f das competências e habilidades desejadas nas diretrizes curriculares dos cursos de História (Parecer CNE/CES 492/2001) que diz: “f – competências de informática”. (BRASIL, 2006). Para o desenvolvimento desse domínio das TIC’s, a universidade dispõe de ambiente de aprendizagem virtual (plataforma moodle). O curso também dispõe do site oficial (www.his.unb.br) e sites de laboratórios, a exemplo do Laboratório de História Social (http://lhs.unb.br/lhs/), assim como site resultantes de projetos de pesquisa desenvolvidos juntos a Programa de Iniciação Científica da Universidade de Brasília – Proic (https://pinturasantateresa.wordpress.com). Para atender à capacitação do ofício de professor/a-pesquisador/a, em suas várias dimensões, o que supõe domínio do campo disciplinar da história, bem como das práticas de sua produção, significação e difusão, o corpo docente do curso de licenciatura da Universidade de Brasília atuará em consonância com suas áreas de atuação em ensino e pesquisa, na graduação e na pós-graduação. Ao Departamento de História cumprirá: 5.1 Ofertar as Disciplinas – obrigatórias e optativas – no fluxo curricular, de forma a que cada uma das áreas integrantes do curso seja sempre contemplada, em cada semestre, com, pelo menos, uma modalidade obrigatória; 5.2 Vincular a oferta de disciplinas optativas do Departamento de História, preferencialmente, como continuidade dos trabalhos/pesquisas desenvolvidos nas disciplinas obrigatórias já oferecidas; 5.3 Providenciar que todas as disciplinas de formação específica em História, sejam obrigatórias ou optativas, atentem para a reflexão sobre o ensino de História – objetivos, conteúdos, metodologias, critérios de avaliação, enfim, sobre a prática do ensino – nos níveis fundamental e médio (ver ementas das disciplinas); 5.4 Estabelecer diálogo permanente entre os/as docentes das disciplinas de formação específica em História, os de Teoria e Metodologia da História e os de Teoria e Metodologia em Ensino de História; 5.5 Ofertar disciplinas do módulo integrante ou do módulo livre que ofereçam capacitação na utilização das modernas tecnologias e de técnicas de análise semântica ou semiótica aplicadas a diferentes linguagens (textual, iconográfica, audiovisual, cinemática, literária, musical, etc.), para possibilitar elaboração de vídeos e a utilização da rede internacional de computadores, bem como a plataforma moodle; 5.6 Atribuir ao Núcleo Docente Estruturante (NDE) o papel de avaliador permanente do curso para, junto com os/as discentes, implementar ações que venham a melhorar o curso.

Não há como definir um processo avaliativo único dentro das disciplinas, visto que os próprios princípios de transdisciplinariedade, interdisciplinaridade e contextualização que regem o curso pedem que o docente esteja em contato direto com as necessidades específicas de seu tempo e da própria natureza da disciplina, requerendo uma flexibilização nos modos de processos avaliativos. Assim sendo, provas escritas, orais, seminários, relatórios, trabalhos acadêmicos de diversas naturezas, participação em sala, questionários, controle de leituras, fichamentos, produções de matérias didáticos ou instrumentos de pesquisas, entre outras inciativas inovadoras podem ser utilizados pelos/as professores/as de forma individual ou mesclada. As notas da Universidade de Brasília são computadas por meio de menção seguindo a seguinte tabela: MENÇÕES EQUIVALÊNCIAS NUMÉRICAS SS 9,0 a 10,0 MS 7,0 a 8,9 MM 5,0 a 6,9 MI 3,0 a 4,9 II 0,1 a 2,9 SR zero A Média de aprovação do curso segue o Estatuto e Regimento Geral da Universidade de Brasília nas definições do artigo 123: “É aprovado na disciplina o aluno que obtiver menção igual ou superior a MM. § 1 É reprovado na disciplina o aluno que: I - comparecer a menos de 75 (setenta e cinco) por cento das respectivas atividades curriculares, com a menção SR; II - obtiver menção igual ou inferior a MI.” A Universidade de Brasília, por meio do Decanato de Graduação, promove uma avaliação docente semestral na qual os/as alunos/as respondem ao final da disciplina um questionário avaliativo da mediação do/a professor/a em sala de aula. Por meio dessas respostas, é realizada uma média avaliativa do/a professor e da unidade acadêmica que serve como guia para o/a professor/a avaliar e pensar a sua moderação no processo de ensino-aprendizagem no intuito de promover melhorias e inovações no exercício do magistério. O Núcleo Docente Estruturante (NDE) coordenará os processos avaliativos do curso debatendo suas demandas estruturais pedagógicas e físicas. Junto com uma comissão discente, o NDE se reunirá a cada seis meses, de preferência ao final de cada período letivo, para analisar as dificuldades e demandas do curso, destacar as ações positivas implementadas, assim como discutir e implantar estratégias e ações necessárias para atualização e melhoria do curso. As demandas e questões identificadas ao longo do semestre serão somadas as avaliações gerais dos/as professores/as feita pela UnB e a nota média da unidade, como recomenda o parecer CNE 492/2001, para orientar o processo de implantação de mudanças que busquem melhorar a qualidade do curso. Em sua última avaliação o curso de Licenciatura em História Diurno recebeu nota 4. No intuito de atingir a nota 5 as seguintes medidas foram implementadas:  Implementação plena do NDE com regimento interno e atribuições de papeis avaliativos.  Atualização da regulamentação do Trabalho de Conclusão de Curso com inclusão de novas modalidades e diferenciações entre o Bacharelado e a Licenciatura.  Disponibilização no site do curso (www.his.unb.br) das atas de colegiado, atas do NDE, regulamentos internos, orientações para discentes e docentes, além de Plano de Cursos de Disciplinas Optativas  Criação do prêmio de TCC como incentivo para a excelência da política acadêmica.  Reformulação do ementário no seu conteúdo e forma, incluindo a inclusão divisão entre bibliografia complementar e obrigatória.  Requisição à Biblioteca da compra dos exemplares exigidos referente ás bibliografias obrigatórias.  Adequação das normas de Estágio Obrigatório a lei 11.788/2008 que regulamente a atividade de estagiário.  Atualização permanente do ementário no sistema da UnB chamado de matrículaweb.  Reforma das salas administrativas e ambientes dos professores (Já concluída) Inclusão na tabela de Atividades Complementares duas modalidades: trabalho de pesquisa histórica, o aluno integralizará 15 horas para pesquisa histórica orientada por um professor do departamento; e Programa de Atividades Complementares no qual para serem contabilizadas essas horas o projeto tem que ser aprovado em colegiado e conter no mínimo os seguintes tópicos: introdução, objetivos, metodologia e cronograma. O presente projeto será avaliado pela coordenação e encaminhado para colegiado. Caso seja necessário, a chefia constituirá comissão para analisar o projeto.

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