Projeto Pedagógico do Curso

O leque de atividades de um tradutor é amplo e pode englobar todos os gêneros textuais, desde a tradução de certificados até a tradução de textos literários ou multimodais, passando por todos os tipos de textos especializados. Isso exige dele iniciativa e imaginação, grande curiosidade intelectual e forte motivação. Para ter sucesso na profissão, a especialização em uma área específica da tradução, a exemplo do “tradutor institucional”, pode representar uma vantagem. Por outro lado, o mercado oferece muito trabalho para tradutores autônomos generalistas. Visando essa diversidade do mercado de tradução e, ao mesmo tempo, almejando uma sólida formação intelectual em uma área do conhecimento igualmente ampla e estimulante, o curso de Letras-Tradução prevê um perfil de base generalista, com a possibilidade de construção de um perfil mais específico de tradutor, quer seja um perfil literário (textos criativos) ou um perfil técnico-científico. Caberá ao discente escolher um perfil mais específico conforme as suas preferências e necessidades.

As competências que deverão ser desenvolvidas ao longo da formação em Letras Tradução incluem as seguintes:

 

Competências linguístico-culturais

1) Domínio de ambas as línguas de trabalho, em todos os aspectos, incluindo o estilo;

2) Capacidade de identificação de características macrotextuais e microtextuais de diferentes gêneros, tanto em língua portuguesa como em língua estrangeira;

3) Capacidade de revisar traduções em língua materna e em língua estrangeira;

4) Domínio de situações textuais e culturais em contato via tradução;

5) Domínio da leitura crítica com capacidade de avaliar nuances de sentido e efeitos dos recursos textuais empregados.

 

Competências tradutórias

1) Capacidade de traduzir textos de diferentes gêneros de determinada área de conhecimento para a língua portuguesa a partir de textos em língua estrangeira;

2) Capacidade de traduzir textos de diferentes gêneros de determinada área de conhecimento, para a língua estrangeira a partir da língua portuguesa;

3) Domínio das estratégias de tradução como ponto de partida para a tomada de decisão;

4) Capacidade de realizar um trabalho de pesquisa terminológica e de investigação factual com rapidez e eficiência, tanto na língua de partida como na língua-alvo;

5) Capacidade de gerenciar os textos traduzidos e a terminologia pertinente;

6) Capacidade de ajustar as estratégias de tradução à natureza dos textos e das tarefas envolvidos;

7) Capacidade de lidar com ferramentas tecnológicas de auxílio à tradução, tanto de tradução assistida por computador (TIC), como sistemas de gestão de terminologia, bem como de automação administrativa, programas de Editoração Eletrônica e sistemas de memórias de tradução;

8) Capacidade de prestar serviços profissionais com qualidade e pontualidade. A seguir, são indicadas as competências de um perfil literário (textos criativos) e de um perfil técnico-científico:

 

Competências de um perfil do tradutor literário e/ou de textos criativos

O ofício da tradução como arte desenvolve a estética da linguagem. Nesse sentido, este perfil caracteriza-se por uma formação voltada para a produção de tradução de textos criativos – em linhas gerais: poemas, romances, peças de teatro, narrativas, propagandas, legendas e diálogos de filmes, histórias em quadrinhos, livros infantis ilustrados ou não, e textos multimodais. O tradutor de textos criativos deverá envolver-se com as línguas em contato via tradução por meio da literatura e da análise dos discursos e das características da leitura e da escrita nos gêneros que expressam diferentes usos criativos da linguagem (propaganda, poesia, música, entre muitos outros tipos de textos). Frequentemente, a criatividade é exigida por restrições físicas (espaço, tempo) e culturais (desencontros, repertórios, tabus e sensibilidades), além de jogos verbais.

Competências:

1) Reconhecer as variedades linguísticas e culturais, bem como gêneros textuais em contextos específicos;

2) Distinguir as características dos diversos suportes para os textos criativos (por exemplo, tela de cinema, palco, som, livro-objeto, livro-ilustrado, outdoor);

3) Ter conhecimento dos paratextos editoriais que acompanham a obra a ser traduzida (por exemplo, prefácios, posfácios, orelha, capa, contracapa, introdução);

4) Compreender a poética e a estilística específicas do autor e da obra a serem traduzidos;

5) Usar tecnologias apropriadas de auxílio à tradução.

 

Competências de um Perfil do tradutor técnico-científico

Esse perfil de egresso caracteriza-se pela formação voltada para a produção de traduções de textos especializados, quer dizer, de textos passíveis de serem atribuídos a áreas do conhecimento, de se apresentarem sob a forma de gêneros textuais específicos (por exemplo, manuais, relatórios, artigos científicos, peças institucionais, correspondência, textos políticos, jurídicos, administrativos, de relações internacionais, bem como textos para a web, entre outras tipologias). São textos com graus diferenciados de complexidade, conforme os tipos de interlocutores, a situação e as intenções comunicativas, além do contexto de divulgação.

Competências:

1) Capacidade de reconhecer as variedades linguísticas e culturais, bem como gêneros textuais em linguagens de especialidade;

2) Conhecimento teórico e descritivo básico acerca da organização e do funcionamento das linguagens de especialidade;

3) Domínio de estratégias de pesquisa para a tomada de decisão, tais como pesquisa em dicionários especializados, impressos e eletrônicos, e em corpora;

4) Capacidade de reconhecer materiais terminográficos e/ou lexicográficos mais adequados a cada trabalho;

5) Capacidade de organizar corpus customizados, glossários e bancos de dados para uso no trabalho tradutório;

6) Capacidade de acompanhar e de gerenciar projetos de tradução em prestação de serviço de tradução especializada.

7) Capacidade de produzir um texto coerente, por vezes, em situações de emergência, tanto individualmente como em equipe, e de se adaptar a um ambiente de trabalho multicultural;

8) Capacidade de trabalhar em equipe e compartilhar tarefas e conhecimentos;

9) Capacidade de gerenciar o fluxo de trabalho para atender as demandas da instituição/cliente e, ao mesmo tempo, zelar pela qualidade das traduções produzidas.

A metodologia aplicada no curso de Letras-Tradução é bastante variada. De forma geral, a metodologia privilegia um processo de aprendizagem interativo, pluralista e democrático, com ênfase na participação ativa dos estudantes. O discente é estimulado a buscar conhecimento fora do espaço da sala de aula e pensar de forma autônoma, sendo o professor, por vezes, um mentor ou orientador no processo. Entre as estratégias metodológicas incluem-se aulas expositivas, aulas teórico-práticas, seminários, debates, atividades em classe realizadas individualmente, em pares e em grupos, apresentações individuais, entre outras.

Em 2002, a UnB constituiu a Comissão Própria de Avaliação (CPA) com o objetivo de apresentar um projeto de avaliação institucional. O projeto foi elaborado enfocando três eixos básicos: avaliação geral, com o objetivo de traçar uma visão mais abrangente da instituição; avaliação específica do ensino de graduação; e pesquisa de egressos. O processo de autoavaliação é realizado em consonância com o Plano de Desenvolvimento (PDI), aproveitando os resultados das avaliações externas e as informações coletadas e organizadas com base nos documentos oficiais da instituição. A partir de 2006, a UnB passou a elaborar seus relatórios anuais de avaliação institucional em consonância com os padrões exigidos pelo Sinaes.

 

Ações decorrentes do processo de avaliação do curso As ações e as propostas da CPA (2017) para a avaliação nos três eixos mencionados, figuram:

1) Programa AvaliaUnB, que integra o Plano de Autoavaliação Institucional e seu objetivo é ampliar o contato da CPA com as unidades acadêmicas da UnB e desenvolver ações de aproximação com a gestão acadêmica. Nesta ação, a CPA realiza visitas programadas às faculdades e aos institutos e apresenta o Relatório de Autoavaliação Institucional, incluindo a reflexão sobre os indicadores acadêmicos, os resultados dos processos de avaliação interna e externa para subsidiar a construção de planos de melhoria e estudos relacionados ao perfil e à trajetória dos estudantes, além da política de acompanhamento dos egressos. O NDE do curso não tem informação, no momento, de visita agendada da CPA.

2) Fórum de Avaliação, realizado anualmente;

3) Boletim da CPA, que traz à comunidade acadêmica, via e-mail e também na página virtual, diversos assuntos relacionados à avaliação e às ações da CPA;

4) Pesquisa de egressos, por meio de convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para ter acesso aos dados identificados da Relação Anual de Informações Sociais;

5) Estudos de evasão e sucesso na UnB;

6) Consulta à comunidade acadêmica, anualmente realizada em plataforma online, sobre os temas de infraestrutura, serviços, imagem da instituição, comunicação com a sociedade e ações de capacitação; e

7) Avaliação discente, sendo esta a principal ferramenta utilizada para a avaliação da graduação.

Desde 2012, os estudantes de graduação têm a oportunidade de avaliar as disciplinas cursadas, os professores, o apoio institucional e o próprio desempenho em formulário on-line. Os estudantes julgam itens divididos em quatro categorias: apoio institucional, disciplina, professor e autoavaliação, em uma escala de 1 a 5, sendo 1 insatisfatório e 5 excelente. Essas informações, juntamente com índices como produção científica, envolvimento em extensão e carga horária na graduação, são usadas pela Câmara de Carreira Docente (CCD) como parâmetro para a progressão funcional dos docentes.

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