Projeto Pedagógico do Curso

O Curso será desenvolvido de modo a profissionalizar os participantes para atuação:

a) Na docência em uma das áreas de conhecimento propostas pelo curso: Matemática, Linguagens (expressão oral e escrita em Língua Portuguesa, Artes, Literatura); Ciências da Natureza para atuar nos anos finais do Ensino Fundamental e no Nível Médio, também na Modalidade Educação de Jovens e Adultos. b) Na gestão de processos educativos escolares, entendida como formação para a educação dos sujeitos das diferentes etapas e modalidades da Educação Básica, para a construção do projeto político-pedagógico e para a organização do trabalho escolar e pedagógico nas escolas do campo. c) Na gestão de processos educativos comunitários, entendida como formação para a atuação em projetos de apoio ao desenvolvimento sustentável e solidário do campo.

competencias

A área pretende formar profissionais capazes de: • Conhecer a língua portuguesa em termos estruturais e funcionais; • Reconhecer, compreender e utilizar, de forma crítica, as variantes linguísticas; • Refletir teoricamente, com base nos estudos linguísticos, literários e artísticos sobre a linguagem, como fenômeno indispensável para a construção do conhecimento acerca do ser humano como sujeito produtor de discursos; • Estimular o uso de novas tecnologias para a formação profissional como um processo contínuo e permanente; • Incentivar a compreensão das diferentes formas de Artes Populares, suas origens e práticas contemporâneas. • Abordar a arte literária, como possibilidade de manifestação plena do ser humano, através da reflexão teórica e crítica sobre o literário; • Promover a integração das diferentes disciplinas por meio de prática transdisciplinar; • Compreender e dominar a língua portuguesa (norma culta) e a literatura e contextualizá-las adequadamente; • Estimular o pensamento crítico do estudante, bem como sua sensibilidade perante a apreciação das linguagens artísticas e da Arte como fator de transformação social. • Elaborar textos claros, preocupando-se com a coesão e coerência textuais da língua portuguesa; A área está organizada de modo a capacitar o egresso a: • Compreender e atuar sobre o processo de ensino-aprendizagem na instituição e nas suas relações com o contexto no qual se insere; • Resolver problemas concretos da prática docente e da dinâmica escolar, zelando pela aprendizagem dos alunos; • Considerar, na formação dos alunos da educação básica, suas características socioculturais e psicopedagógicos;

Segundo dados do documento “Referências para uma Política Nacional de Educação do Campo”, a rede de ensino da Educação Básica da área rural corresponde a cerca de 50% das escolas do país. Aproximadamente a metade dessas escolas tem apenas uma sala de aula e oferece exclusivamente o ensino fundamental da 1ª a 4ª série, representando 15% da matrícula nacional. De cada cem professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental, 57 cursaram apenas o ensino médio e de cada cem professores que atuam no ensino médio, 21 só tem o próprio ensino médio. (MEC/INEP, 2003). Essa situação ainda perdura em vários estados. Segundo dados do MEC/INEP de 2017 há uma demanda de formação de pelo menos 112,374 mil professores que estão atuando nas escolas do campo, isso se considerarmos apenas a demanda de professores em sala de aula que não tem formação de nível superior 


A falta de professores formados em nível superior para atuar nas escolas do campo continua configurando uma grave realidade no que se refere à formação da juventude, pois no lugar de um professor graduado no âmbito superior, tal qual exige

a legislação educacional brasileira, no campo, centenas e centenas de  educadores que tem somente o Ensino Médio assumem a trabalho  docente neste mesmo nível de ensino nas escolas do território rural do país  Dados da PNAD/IBGE 2013 corroboram com a necessidade e a importância do Curso de Licenciatura em Educação do Campo para o DF e Goiás. Na Região Centro Oeste, a distorção idade-série, no meio rural é de 53,9%, o que significa que mais da metade da população jovem em idade escolar, está fora da série recomendada para sua idade. Ainda nesta região, identifica-se que entre os estudantes com idade entre 18 e 24 anos que frequentam a escola, 2,5% encontram-se no Ensino Fundamental e apenas 26,7% estão no Ensino Médio.  Na região Centro-Oeste, a média de anos de estudo de pessoas com 25 anos ou mais (em porcentagem), comparativo 2004-2013, de acordo com a tabela abaixo:

Dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2017, revelam que a escolaridade das pessoas que vivem no campo é de, em média, 4,5 anos. Em contrapartida, a população das cidades estuda cerca de 7,5 anos.  Identificamos com os dados acima que embora estejamos na capital do Brasil, onde a oferta da educação no Distrito Federal e no seu entorno ainda é maior que em outros estados do País, existe uma grande deficiência na garantia do direito à educação à juventude.  

Com relação ao número de matrículas são 27,3 milhões de matrículas no ensino fundamental; destas 14,0% das matrículas do ensino fundamental estão em escolas da zona rural – 99,0% das matrículas da zona rural são atendidas pela rede pública.

Segundo dados do Censo o ensino médio é oferecido em 28,5 mil escolas no Brasil; 89,7% das escolas de ensino médio estão na zona urbana e 10,3% na zona rural – menor participação da zona rural em toda Educação Básica, o que reforça e muito a necessidade de formação de educadores do campo nas Licenciaturas objetivando cirar condições que possibilite a ampliação da oferta deste nível de escolarização no campo.Estas escolas são responsáveis por 7,9 milhões de matrículas no ensino médio. Apenas 4,5% das matrículas do ensino médio estão localizadas em escolas da zona rural. Com relação a demanda docente dados do Censo Escolar (INEP, 2017), indicam que 2,2 milhões de docentes atuam na Educação Básica brasileira. Em relação à localização do estabelecimento de ensino, urbana ou rural, observa-se que 87,1% dos professores trabalham em escolas urbanas e 15,8% em escolas rurais. No que se refere à atuação específica no Ensino Médio, dados do Censo indicam que 509,8 mil professores atuam neste nível de ensino. Os docentes de ensino médio atuam principalmente em áreas urbanas (94,4%). Apenas 7,0% dos docentes atuam em áreas rurais. No quadro abaixo podemos identificar o número de professores que atuam nas escolas do campo com seus respectiva formação inicial: 

Dados apontados nos estudos supracitados, colocam o desafio para a Educação do Campo, tendo em vista que a oferta do direito à educação ainda é muito precária e insuficiente, especialmente nas áreas rurais de nosso país.  Parte dos jovens em idade escolar tem pouco acesso à educação escolar e este fato se agrava quando se discute o acesso ao ensino médio. São desafios a serem enfrentadas na busca por processos de inclusão e garantia dos direitos à educação para crianças, jovens e adultos que vivem no campo.  

O investimento na formação de professores para atuar nestas escolas ou mesmo no incentivo à formação de professores para que se possam abrir novas escolas, tem sido um ponto importante do debate nos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo em todo Brasil, vez que um dos argumentos para o fechamento das escolas ou não abertura de novas unidades escolares, especialmente de Ensino Médio no campo, referem-se à falta de professores formandos para atender essa demanda existente. Estes argumentos são seguidos de outros, como distâncias, custos financeiros para justificar que jovens e adultos e até crianças saiam de suas comunidades para os centros das cidades e/ou outros municípios para continuar estudando. Muitos desistem, e assim aumentam o contingente de moradores do campo que abandonam a escola. Por conta do desafio de ampliar a formação de professores para atuar nas escolas do campo, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Inclusão (SECADI/MEC) criou o Programa de Apoio à formação Superior em Licenciaturas em Educação do Campo (PROCAMPO).

O curso foi avaliado em 2012 e obteve nota 4 confomre relatário apresentado pela equipe de avaliação do Ministério da Educação.  

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