“Introdução: A experiência do paciente é um indicador de qualidade nos serviços de saúde, enfatizando a importância de considerar sua perspectiva para promover melhorias significativas. Objetivo: Este estudo buscou desvendar as competências profissionais e estratégias de gestão utilizadas para engajar os profissionais em ações que melhorem a experiência do paciente ao longo de sua jornada nos serviços de saúde. Metodologia: Realizado com 19 profissionais ligados à gestão hospitalar, o estudo adotou uma abordagem qualitativa exploratória, com coleta de dados por meio de entrevistas individuais gravadas, entre março e abril de 2023. Resultados: A análise revelou três categorias temáticas: “Essência da jornada e experiência do paciente na percepção dos gestores”, “Engajamento na melhoria da jornada e experiência do paciente” e “Competências para a melhoria da jornada e experiência do paciente”. Identificou-se uma falta de compreensão do conceito de experiência do paciente, o que influencia a resistência dos profissionais de saúde ao engajamento, principalmente da alta gestão. O estudo também destacou fatores que influenciam a melhoria da experiência do paciente e estratégias de gestão para engajar os profissionais nessas práticas. Conclusão: Conclui-se que as competências e estratégias identificadas podem subsidiar práticas de engajamento para melhorar a experiência do paciente, promovendo a entrega de valor alinhada às suas necessidades.”

Introdução: Apesar dos avanços notáveis a prática científica, ao longo da história, tem sido marcada por episódios sombrios que evidenciam a necessidade de uma reflexão ética contínua. Exemplos de violações ocorridas, como os experimentos médicos no Estudo de Tuskegee e as atrocidades cometidas na Alemanha Nazista, bem como as preocupações contemporâneas sobre manipulação genética, demonstram dilemas persistentes na ciência. Assim sendo, o papel central da ética e da integridade científica emerge como essencial, não apenas para salvaguardar a dignidade humana, mas também para garantir que o progresso científico seja alcançado levando em consideração os requisitos éticos necessários. Objetivo: Este estudo busca, portanto, refletir sobre a adoção de tecnologias educacionais no processo de ensino-aprendizagem sobre ética e integridade científica, baseadas em específico na estratégia da gamificação aliada a narrativas fílmicas, como estímulo à comportamentos éticos e a construção de uma consciência ética sólida entre membros da sociedade em geral, abordando as possibilidades e desafios na aplicação da técnica na formação e incentivo as boas práticas em todas as etapas do processo científico. Método: Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e natureza exploratória, buscando construir proximidade com o tema, tornando-o mais compreensível e estabelecendo relações entre seus diferentes elementos. Adicionalmente, foi desenvolvido o projeto piloto de uma estratégia que utiliza técnicas de gamificação para simular cenários éticos, com o aporte de narrativas fílmicas. Servindo de recurso didático para estimular discussões profundas e promover reflexões críticas sobre ética e integridade científica. Resultados: A gamificação, por ser muito atrativa e adaptável a contextos com baixa ou nenhuma conectividade, tem se consolidado como uma estratégia de ensino-aprendizagem cada vez mais explorada, cumprindo o papel de entretenimento, mas também de construção de conhecimento, possibilitando avanço social em diferentes esferas. Uma possibilidade prática de usar seus elementos surge na abordagem de tópicos relacionados à ética e integridade científica, pois, ao usar recursos lúdicos na discussão dessas questões, é possível aumentar o engajamento e a motivação dos indivíduos, incentivando comportamentos positivos e construindo uma consciência ética. Vale ressaltar que a integridade científica é um requisito essencial para a confiabilidade do conhecimento produzido durante as pesquisas, portanto, é fundamental fomentar uma cultura que valorize condutas adequadas. Nesse sentido, a gamificação oferece um meio de abordar essas questões, proporcionando um ambiente favorável para transmitir conceitos complexos de maneira acessível e atrativa, uma vez que essa estratégia permite simular situações próximas à realidade, onde podem surgir dilemas éticos. Conclusão: Entende-se que a gamificação por si só não resolveria todos os desafios presentes no processo científico, no entanto, essa abordagem se apresenta como uma forma possível de complementar métodos mais amplos de educação e conscientização, porém a implementação efetiva da estratégia requer uma série de cuidados e profundo entendimento das questões apresentadas. Diante do exposto, o uso da gamificação como proposta para o desenvolvimento educacional torna-se um instrumento valioso para promover a conscientização e a prática de valores éticos e integridade no contexto científico, representando consequentemente um passo importante para cultivar uma sociedade mais eticamente responsável.

"Objetivo: Descrever o processo de desenvolvimento e validação de design instrucional para programa virtual de uroterapia padrão direcionado para famílias, com o intuito de auxiliar o manejo dos sintomas urinários e intestinais de crianças e adolescentes. Método: Trata-se de uma pesquisa metodológica, tendo em vista o desenvolvimento e validação de design instrucional – uma tecnologia educativa digital para as famílias de crianças e adolescentes com sintomas urinários e intestinais, abrangendo os cinco componentes da uroterapia padrão proposta pela ICCS (International Children’s Continence Society). O estudo abrangerá as fases do processo de design instrucional ADDIE Model proposto por Filatro (2019). A última fase associada à avaliação ocorrerá a fase de validação interna da tecnologia a ser realizada com a apresentação da versão final do design instrucional a juízes, experts em cuidados na área da urologia pediátrica e estomaterapia.

Resultados esperados: Espera-se desenvolver design instrucional para programa virtual de uroterapia direcionado para famílias de crianças e adolescentes com sintomas urinários e intestinais, com o intuito de fornecer uma ferramenta online e assíncrona para apoiar o autocuidado através da instrução dos familiares."

“Introdução: As crianças dependentes de tecnologias são aquelas consideradas clinicamente frágeis e socialmente vulneráveis, que necessitam de algum dispositivo tecnológico para compensar a perda de uma função vital do organismo. Neste contexto, os familiares necessitam acompanha-las continuamente em tempo integral, inclusive nos momentos de hospitalização, o que acarreta impactos no funcionamento familiar, em especial na vida daquele que assume a função de cuidador principal. Objetivo: Conhecer o perfil das crianças dependentes de tecnologia de uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e as repercussões da hospitalização prolongada na vida familiar. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, pública, do Distrito Federal. Para coleta de dados quantitativos, foram utilizados dois instrumentos, um questionário estruturado com questões abertas e fechadas, elaborado pelo pesquisador e o The World Health Organization Quality of Life abreviado e na etapa qualitativa utilizou-se a entrevista aberta em profundidade. Para análise quantitativa dos dados foram realizados estatística descritiva, distribuição de frequências e aplicação de testes como Correlação de Spearman, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Para os dados qualitativos, utilizou-se a análise de conteúdo temática proposta por Minayo. Resultados: Participaram do estudo 21 crianças dependentes de tecnologias e seu respectivo familiar cuidador principal. Todas participaram da etapa quantitativa e, destas 11 da qualitativa. Os aspectos clínicos revelaram crianças com tempo de internação prolongado, maioria encefalopatas e que utilizam múltiplos dispositivos. Os dados sociais evidenciam a mãe como a familiar cuidadora principal, com nível médio de escolaridade, desempregadas e com baixa renda. Destaca-se prejuízos à qualidade de vida das genitoras, com índices mais acentuados nos domínios social e meio ambiente, diretamente influenciados pela escolaridade e renda. Os resultados qualitativos destacam os sentimentos negativos das mães, a mudança na rotina familiar e a precária rede de apoio. Conclusão: O estudo revela dados de importância epidemiologia e social, pois percebe-se a vulnerabilidade das crianças dependentes de tecnologias e de suas famílias em vários aspectos, sendo esta potencializada no contexto da internação prolongada."

"Introdução: A relação entre enfermeiro e paciente ainda é majoritariamente paternalista. Nesse contexto, ocorre o comprometimento da autonomia do doente frente à tomada de decisão quanto ao corpo e à saúde.Objetivo:Analisar a relação enfermeiro-paciente, as implicações na prática clínica, na qualidade da assistência prestada e na capacidade de tomada de decisão de doentes de uma unidade clínica de um hospital da rede pública de saúde do Distrito Federal. Método:Foi realizada uma pesquisa qualitativa e documental. Por meio de entrevistas com enfermeiros e de coleta de informações em prontuário clínico.Resultado:Nas entrevistas, a maioria dos enfermeiros referiram que as decisões dos pacientes eram respeitadas por eles enquanto profissionais, já os registros de enfermagem, evidenciou-se somente informações sobre demandas clínicas e a descrição sucinta dos procedimentos realizados. Poucos registros salientaram a questão da orientação do paciente e da família pelo enfermeiro, praticamente não foram abordados o processode consentimento informado e o direito de escolher.Conclusão:As evidências encontradas neste estudo apontaram queos enfermeiros, embora tivessem uma atitude respeitosa, não desenvolveram uma ação de respeito à autonomia do paciente. Não respeitaram os direitos do paciente na medida que não os capacitaram para agir autonomamente, ocasionando um cuidado de enfermagem pouco ético e humano."

"A síndrome mão-pé (SMP), recentemente incluída no grupo de eritema tóxico das síndromes quimioterápicas, é uma toxicidade comum em pacientes que fazem quimioterapia, com incidência variando de 2% a 60%. Caracteriza-se inicialmente por parestesia que pode evoluir para dor em queimação, edema, eritema até descamação das palmas e plantas dos pés. Em casos mais graves, pode haver a formação de placas bolhosas. Dependendo da gravidade, a SMP pode levar à interrupção do antineoplásico, diminuição da qualidade de vida, bem como, comprometimento do desempenho do paciente em suas atividades de vida diárias. Entretanto, embora a ocorrência da SMP seja frequente com o uso de alguns agentes antineoplásicos, sua patogênese ainda não foi completamente elucidada. Em relação à prevenção da SMP, observa-se que diversas intervenções tópicas e parenterais têm sido analisadas, porém, os estudos atuais não permitem compreender a gama de intervenções disponíveis para prevenção de SMP. Assim, este estudo objetivou mapear as intervenções tópicas utilizadas para a prevenção da SMP em pacientes com câncer em tratamento quimioterápico/terapia alvo. Essa revisão foi escrita de acordo com as recomendações do PRISMA- ScR (extensão para Revisão de Escopo) e o Manual do Instituto Joanna Briggs. As buscas foram realizadas nas bases eletrônicas CINAHL, Cochrane CENTRAL, EMBASE, LILACS, LIVIVO, PubMed, Scopus, e Web of Science. A literatura cinzenta foi acessada através do Google Scholar e Pro-Quest, além de buscas adicionais nas listas de referências dos estudos incluídos. As buscas resultaram em 12.016 referências e a amostra final foi composta por 45 estudos. Dos 45 estudos levantados, 44% deles eram ensaios clínicos randomizados (ECR), e destes ECR, 30% avaliaram o uso de fitoterápicos e 25% avaliaram o uso de ureia. Observou-se também que os estudos incluídos nesta revisão foram publicados nos últimos 20 anos, variando do ano de 2004 a 2023, com maior prevalência no ano de 2022. Com relação à região de origem dos estudos, houve um discreto volume maior de publicações em países do ocidente, com 51% dos estudos realizados nesta região. Dos cânceres citados, 36% eram de cólon e reto seguido por 20% de mama. Quanto ao tipo de quimioterapia, 71% dos estudos que citaram protocolos antineoplásicos, citaram a capecitabina. Com relação às escalas de classificação da SMP, dos estudos que citaram alguma, 59% utilizaram a CTCAE. Do total de intervenções mapeadas, 42 intervenções tópicas foram identificadas para prevenção da síndrome mão-pé, dentre elas: cremes hidratantes, corticosteroides, ácidos, mapisal, silimarina e henna. Entretanto, a ureia foi a intervenção mais citada (62%). Quanto às apresentações das intervenções, estas variaram entre cremes, pomadas, géis, hidrocoloides, decocções, adesivos, pós, óleos e sabões. Em suma, os resultados possibilitaram uma recensão acerca das intervenções tópicas, com destaque ao uso da ureia e cremes hidratantes como as intervenções mais estudadas. Esse estudo pode auxiliar pesquisadores na identificação de intervenções passíveis de serem avaliadas para a prevenção da SMP, a fim de que seja evitado a reprodução de estudos que avaliem intervenções que já tenham seu efeito bem elucidado pela literatura."

"Os Sintomas de Trato Urinário Inferior (STUI) são caracterizados pela modificação da dinâmica vesical seja na fase de enchimento quanto de eliminação urinária. Esses STUI, incluindo urgência urinária, frequência miccional e incômodo relacionado, com ou sem incontinência, se faz presente na vida de muitas pessoas. Existe um consenso geral entre os profissionais de saúde, e algumas comunidades, que é indicado a redução do consumo de alguns alimentos considerados potencialmente irritantes vesicais da dieta de pessoas que possuem STUI, como café, chá, álcool, bebidas carbonatadas e adoçantes. Esses são divididos em quatro categorias, sendo elas: cafeinados (cafés e chás), cítricos (frutas e bebidas à base de frutas cítricas), carbonatados (bebidas gaseificadas) e achocolatados (chocolates). Portanto surge o seguinte questionamento: “Quais são os alimentos potencialmente irritantes vesicais e os impactos causados pelo seu consumo em pessoas com sintomas de trato urinário inferior (STUI)?”. Para a metodologia foram criadas duas estratégias de busca, utilizando o PCC, direcionadas para o público no geral e a segunda estratégia de busca para o público pediátrico. As buscas de artigos foram realizadas em grandes bases de dados, como a CINAHL, PUBMED, Cochrane Central, LILACS, SCOPUS, Web Of Science e na literatura cinzenta: SCI-HUB. Dois revisores foram responsáveis de realizar a estratificação dos artigos e a leitura na íntegra. Foram encontrados 1657 artigos. Após a leitura prévia dos resumos foram selecionados 31 artigos para serem lidos na íntegra e a amostra final foi composta por 23 artigos. Obteve-se como resultados que a cafeína aparece na literatura como um alimento potencialmente irritante vesical, influenciada pela quantidade de doses diárias ingeridas e a concentração, já os outros alimentos potencialmente irritantes vesicais não foram achados artigos que forneçam embasamento científico. Esse estudo abre caminhos para a necessidade de novos estudos, para se chegar à conclusão de quais são os alimentos que são potencialmente irritantes vesicais e quais as interferências deles na bexiga urinária."

“Introdução: A busca pela compreensão do conceito de saúde é uma preocupação contínua e relevante, especialmente no contexto da imigração, devido às diferenças culturais entre os países. O objetivo deste estudo foi compreender significados sobre saúde para imigrantes no Distrito Federal. Método: Realizou-se estudo exploratório de abordagem qualitativa, envolvendo sete participantes imigrantes com idade igual ou superior a 18 anos, matriculados em um curso de língua portuguesa há pelo menos três meses ou que possuíssem domínio da língua portuguesa, além de possuir acesso à internet por meio de dispositivo eletrônico. Os dados foram coletados por meio de entrevistas que aconteceram por meio digital entre dezembro de 2022 e abril de 2023, após os participantes consentirem em participar da pesquisa por meio da assinatura do TCLE e do TAUI. Durante a entrevista, foi utilizado um questionário semiestruturado com a pergunta norteadora: O que é ter saúde para você?”. A entrevista teve média de duração de 25 minutos por participante. Os dados foram transcritos na íntegra e organizados no Excel e após a organização, os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. Resultado e discussão: Participaram deste estudo quatro homens e três mulheres. Os entrevistados eram originários da América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Índia. Após a organização dos dados extraídos das entrevistas e leitura exaustiva dos mesmos, foram identificadas as categorias: “nacionalidade, religião e idioma”, “Serviço de saúde e comorbidades para o imigrante”, “hábitos alimentar e de vida no país destino”, “Sentimentos sobre a imigração”, “condição de vida e imigração”, “impacto da imigração na rede social e familiar” e “trabalho e poder aquisitivo para o imigrante no país destino”. Inferiu-se que diferenças culturais podem influenciar as percepções de doença, a busca por tratamento médico e as práticas de autocuidado, resultando em diferentes significados sobre o que é saúde. Conclusão: A nacionalidade e os hábitos culturais dos imigrantes têm um impacto significativo na sua concepção de saúde e na forma como eles cuidam de sua saúde, especialmente quando confrontados com a necessidade de se adaptar a um novo país onde os determinantes sociais de saúde influenciam diferentemente em suas vidas. É fundamental considerar essas diferenças culturais e promover abordagens sensíveis e culturalmente adequadas nos serviços de saúde para atender às necessidades específicas dos imigrantes."

“Objetivo: Conhecer a magnitude da ocorrência de óbitos maternos no Distrito Federal no período de 2012 a 2021. Método: Trata-se de estudo de abordagem mista, qualitativa e quantitativa do tipo descritiva. A utilização desse tipo de pesquisa justifica-se pela necessidade de explorar documentos oficiais na busca de evidências de políticas de saúde materna lançadas, bem como de levantar dados da mortalidade materna. Resultados e Discussão: Dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde apontam que os indicadores de Mortalidade Materna (MM) sofreram declínio de 2012 a 2019, sendo provavelmente resultado de Políticas de Saúde. Embora tenham-se avanços nos indicadores de MM, as altas razões de mortalidade no DF após o início da pandemia de Covid-19 representam um retrocesso e ultrapassam coeficientes registrados há 25 anos. Considerações finais: As Políticas e diretrizes lançadas forneceram uma importante contribuição para o progresso da saúde da mulher. Mas ainda assim, algumas metas permanecem pendentes, sobretudo, as relacionadas à redução da MM. Nesse sentido, reforça-se a importância de assegurar acesso e assistência de qualidade às mulheres gestantes, parturientes e puérperas, já que a MM significa um grande problema de ordem social, neste momento em que a pandemia pela Covid-19 ameaça a vida desses grupos populacionais que fazem parte da reprodução e da manutenção da humanidade”.

“Introdução: Toda hemotransfusão envolve riscos. O processo transfusional envolve várias subetapas que precisam de cuidados para garantir a segurança do paciente. Estudos relatam falhas dos profissionais na conferência da prescrição médica de hemocomponentes, identificação do paciente e das amostras de sangue, conferência de todos os dados das etiquetas das bolsas, conduta inadequada diante de reações transfusionais, monitoramento do paciente, registro e documentação de todo o processo. Tais falhas podem ocasionar incidentes graves como transfusões incompatíveis, transfusões de hemocomponente incorretos ou inobservância de reações transfusionais e cuidados relacionados. Objetivo: Analisar os incidentes de segurança do paciente relacionados ao processo de hemotransfusão em um hospital universitário. Métodos: Estudo quantitativo, com delineamento transversal, desenvolvido em um hospital universitário do Centro-Oeste. Os cenários do estudo foram a Clínica Médica e Unidade de Transplante, sendo incluídas todas as transfusões realizadas em março de 2021 a março de 2022. Os dados foram coletados a partir da análise do formulário de solicitação de hemocomponentes, prescrição de transfusão sanguínea, ficha de monitoramento dos sinais vitais, livro de visita pós-transfusional, prontuário de paciente, ficha do receptor e sistema informatizado do hemocentro. Realizada análise descritiva, utilizando frequências e percentagens para as variáveis categóricas e medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis contínuas. Resultados: Foram analisadas 509 transfusões, constatando a ocorrência de 1.629 incidentes. Desses, 904 (55,49%) foram relacionados à documentação e 725 (44,5%) aos hemocomponentes. Apenas 22 (4,3%) transfusões não apresentaram nenhum tipo de incidente, estimando prevalência de 95,5% (IC95% 93,6%-97,2%). Dentre os incidentes relacionados à documentação, verificaram-se os seguintes problemas: informação ambígua / ilegível / incompleta / incorreta / rasurada / ausente (771), ausência de checagem da prescrição médica (146), contraindicação (1), documento em falta/indisponível (133). Quanto aos incidentes relacionados ao uso do sangue/hemocomponente, constatou-se a ocorrência de efeito adverso (2), sinais vitais não verificados (251), hemocomponente errado (39), ausência de acompanhamento pós-transfusional (285), velocidade errada (1). Foram identificadas 14 reações transfusionais, dessas, seis não foram notificadas pelo setor ao órgão responsável, quatro não foram devolvidas as bolsas para a Agência Transfusional e não coletaram amostra pós transfusional, cinco não realizaram hemocultura da bolsa. Conclusão: O processo transfusional envolve várias etapas e a alta incidência de não conformidades evidencia a necessidade premente de revisão do processo de trabalho para tornar a prática mais segura. Os indicadores levantados direcionam à necessidade de intervenções organizacionais para sanar os problemas identificados e espera-se contribuir para a elaboração de políticas e/ou protocolos de saúde que tornem o processo de hemotransfusão mais seguro.”

"Introdução: O empreendedorismo é um fenômeno estudado há muitas décadas e teve origem com pensadores econômicos nos séculos XVIII e XIX. Ao longo dos anos, o termo foi se capitalizando para diferentes áreas do conhecimento, tornando-o polissêmico e multidisciplinar. No contexto da saúde, de maneira geral, o empreendedorismo tem sido compreendido na perspectiva de nicho de mercado com o viés lucrativo, enquanto proposta de soluções inovadoras para melhorar a qualidade da assistência em organizações de saúde e, ainda, com o enfoque na transformação e impacto social. Entretanto, observa-se que, eventualmente, as especificidades do sistema de saúde, bem como, da formação profissional em saúde não têm sido consideradas na aplicação do empreendedorismo no cenário de saúde nacional. Diante disso, este estudo teve como objetivo geral analisar o conceito de empreendedorismo em saúde; e identificar seus atributos, antecedentes e consequentes no contexto da saúde no Brasil, bem como, dos seus termos substitutos, conceitos relacionados e aplicações. Método: trata-se de um estudo do tipo análise de conceito, sob a visão evolucionária de Rodgers. Para identificação das fontes de evidências, realizou-se revisão de escopo, segundo a metodologia proposta pelo Instituto Joanna Briggs, nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Resultados: Considerando os critérios de elegibilidade, foram incluídas 20 fontes de evidências. Desse total, verificou-se que 65,0% foram publicados nos últimos 5 anos, e o delineamento qualitativo de caráter exploratório-descritivo foi o mais frequente (35,0%). Em relação ao cenário de pesquisa, houve predominância das instituições de Ensino Superior (35,0%), e a metade dos estudos ocorreu na região Sul do Brasil. Identificou-se conceitos de empreendedorismo de autoria dos próprios autores das fontes de evidência, e outros foram referenciados de estudos prévios, incluindo literatura internacional. Na análise de conceito, foram evidenciados os principais descritores referentes aos atributos, antecedentes e consequentes dos conceitos de empreendedorismo em saúde, empreendedorismo em enfermagem, empreendedorismo médico e outras três tipologias de empreendedorismo (social, de negócios/empresarial e intraempreendedorismo). Quanto aos outros aspecots da análise de conceito, dentre os 20 artigos incluídos na amostra, 17 (85,0%) apresentaram termos substitutos. Sobre os conceitos relacionados ao empreendedorismo, a maioria refere-se as características necessárias ao seu desenvolvimento. E, por fim, foi identificada uma ampla abrangência de aplicação do conceito, com destaque aos hospitais universitários. Conclusão: De maneira geral, o conceito de empreendedorismo em saúde no contexto brasileiro tem sido influenciado por diferentes pesquisadores de áreas distintas do conhecimento, incluindo literatura internacional, o que pressupõe a importância de considerar as variações socioculturais e temporais com vistas a adaptar a sua aplicação de acordo com as especificidades de cada contexto. Portanto, espera-se, a partir desses achados, incitar reflexões e discussões acerca da aplicação e incorporação do conceito de empreendedorismo e suas diferentes tipologias no contexto de saúde brasileiro; contribuindo para ampliar o seu alcance enquanto ferramenta potencializadora tanto para a profissão de saúde, quanto para o sistema de saúde."

“Objetivo: Mapear sistematicamente os fatores relacionados aos cuidados primários que interferem na variabilidade das internações por condições sensíveis à atenção primária. Método: Trata-se da condução de Scoping Review conforme proposta metodológica de Joanna Briggs Institute (JBI) a qual está relatada seguindo os padrões estabelecidos pelo Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist. Resultados: Foram identificados 2.806 artigos, sendo 186 incluídos neste estudo. Os fatores populacionais relacionados aos usuários de cuidados primários foram descritos conforme domínios de cunho biológico, clínico, comportamental e socioeconômico. Dentre os principais fatores prejudiciais que favoreceram a ocorrência de internações estão os extremos de idade, sexo masculino, etnia negra, comorbidades, dependência ou vício, vacinação incompleta, limitação nas atividades de vida diária, estado civil solteiro, baixo nível de escolaridade, ruralidade, status de imigrante e menor nível de renda. Entre os domínios dos fatores contextuais destacaram-se aqueles relacionados à equipe de saúde; ao acesso, longitudinalidade e coordenação do cuidado; cobertura da estratégia saúde da família; aspectos estruturais das unidades de saúde; às características hospitalares bem como a programas e políticas de saúde. Conclusão: O indicador de internações sensíveis deve ser utilizado para vigilância dos serviços de saúde considerando os aspectos protetores e prejudiciais dos fatores intrínsecos e subjacentes dos usuários deste nível de atenção bem como dos fatores estruturais, organizacionais e estratégicos relacionados à atenção primária em saúde”

Introdução: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) possui grande relevância para a saúde da população, uma vez que possibilita a distribuição e ampliação do acesso aos imunizantes, em especial para os distribuídos na primeira infância. Com o advento da Covid 19, as necessidades de saúde mais urgentes foram priorizadas em detrimento de outros serviços que foram interrompidos, ficando a população infantil descoberta e exposta ao adoecimento por doenças imunopreviníveis. Objetivo: descrever a situação vacinal de crianças no primeiro ano de vida e os principais fatores intervenientes na perspectiva dos pais. Metodologia: Trata-se de estudo transversal, descritivo, retrospectivo, de abordagem quantitativa e qualitativa, realizado em 03 Unidades Básicas de Saúde da Região Sul de Saúde do Distrito Federal. A amostra foi composta por crianças menores de um ano de vida e seus pais ou responsáveis legais. Foi aplicado o "Instrumento de coleta de dados acerca dos fatores relacionados ao atraso da vacina", elaborado pela autora, adaptado de Garcia (2022). O instrumento elaborado é misto (quantitativo e qualitativo), e foi respondido pelo pai e/ou responsável, com questões que avaliam o conhecimento sobre vacinas pelos familiares, o atraso vacinal e a situação de saúde da criança. Na análise quantitativa, os dados foram digitados em planilha do Excel e analisados no software Statistical Package for the Social Science (SPSS), onde foi estimada a prevalência de cada uma das doses de atraso. Para a análise dos dados qualitativos, foi realizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, onde foi realizada a transcrição dos áudios dos entrevistados, após responderem a entrevista semiestruturada (documento escolhido). Assim, após a formulação dos objetivos, foram levantadas hipóteses sobre as possíveis categorias, que poderiam colaborar com o desenvolvimento da pesquisa. Resultados e Discussão: foram analisadas cadernetas de vacinação de 32 crianças. A faixa etária média era de 1,6 anos de idade. Ao todo, foram identificados 127 atrasos vacinais, sendo os mais prevalentes: 1° Meningocócica dose de reforço; 2º Hepatite B; e 3º VIP e Pentavalente, ambas terceira dose. Conclusão: Fatores como isolamento social, efeitos adversos das vacinas, movimentos antivacinas, desconhecimento sobre as vacinas foram citados como possíveis causas para a hesitação vacinal. A principal limitação do estudo foi garantir uma amostra mais robusta para melhor análise. Tal limitação ocorreu devido o programa do Ministério da Saúde (Previne Brasil) que, mediante o lançamento de metas como estratégia para amenizar os danos ocorridos durante a pandemia, incentivou a atualização das cadernetas de vacinação em menores de 1 ano, o que repercutiu no processo de coleta dos dados, uma vez que muitas cadernetas avaliadas já haviam sido atualizadas em sua completude. estudos mais aprofundados sobre a repercussão da pandemia na saúde infantil são incentivados, principalmente no que concerne ao campo da imunização, uma vez que, uma população não vacinada está sujeita a ser infectada por doenças anteriormente erradicadas, afetando consideravelmente a saúde pública do país.

"INTRODUÇÃO: Estima-se que, mundialmente, 57 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos, e destas, apenas 16% o recebem. A qualidade da morte está intimamente ligada com o fornecimento de cuidados paliativos à população necessitada. O resultado desta situação é um excesso incalculável de sofrimento, não apenas para aqueles que estão prestes a morrer, como para seus entes queridos. Cuidar para uma boa morte significa, sobretudo, promover conforto, que é resultante de práticas de cuidar em saúde, conciliando racionalidade e sensibilidade, assegurando a dignidade do paciente e sua família. Nesse sentido, conhecer as experiências de conforto dos pacientes torna-se um aspecto relevante para a prática de cuidados, a fim de orientar os cuidados prestados de acordo com as necessidades dos pacientes, maximizando o efeito das intervenções de conforto. O estudo visa responder à seguinte questão norteadora: Os pacientes em cuidados paliativos têm suas necessidades de conforto contempladas ao longo da paliação? OBJETIVO: analisar a experiência de conforto de pacientes em cuidados paliativos a luz da Teoria do Conforto de Katharine Kolcaba. MÉTODO: Tratase de uma pesquisa exploratória, descritiva, baseada na abordagem qualitativa, interpretada à luz da Teoria do Conforto, de Katharine Kolcaba. Realizou-se o estudo com pacientes em cuidados paliativos acompanhados em dois hospitais públicos do Distrito Federal. Foram utilizados para a coleta de dados dois instrumentos: um questionário sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturado, elaborado com base na Teoria de Katharine Kolcaba. A coleta de dados ocorreu no período compreendido entre os meses de dezembro de 2020 a dezembro de 2022. O corpus das entrevistas foi submetido à análise de conteúdo com auxílio do software IRAMUTEQ. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Participaram do estudo oito pacientes (hospital A) e nove pacientes (hospital B) em cuidados paliativos. As entrevistas realizadas com os participantes foram transcritas e submetidas a análise de conteúdo. O corpus geral do Hospital A foi categorizado em dois eixos e seis classes. O eixo um foi nomeado “Desconforto no adoecer”, composto pela classe 3 “situações de estímulo” e classe 4 “necessidades de cuidado de saúde” que está relacionado ao momento do diagnóstico sobre a doença, metástase e CP e suas consequências físicas/emocionais, ou seja, a história da doença. O eixo 2 foi denominado de “Des/conforto no viver e no morrer” formado pelas classes 1 “multidimensionalidade do conforto”, classe 2 “apoio familiar”, classe 5 “processo de morrer e experienciais atuais” e classe 6 “história de vida e experiências passadas”, menciona as diferentes situações acerca do conforto e desconforto envolvendo as fontes promotoras, a história de vida de cada um e o processo de morrer. O corpus geral do Hospital B foi categorizado em dois eixos e seis classes. O eixo 1 é composto por uma classe, nomeada “situação de estímulo”, que está relacionado celeridade que o indivíduo descobriu a nova condição e seus comportamentos de busca de saúde. O eixo 2 foi denominado de “Pressão Alfa” formado pela classe 2 “multidimensionalidade do conforto”, classe 3 “conforto psicoespiritual”, classe 4 “pressão beta”, classe 5 “história de vida e experiências passadas” e classe 6 “variáveis intervenientes”, que abordam acerca dos sinais e sintomas diferentes do habitual que levaram o indivíduo a procurar ajuda, a forma com que este enfrenta o momento atual, sendo por meio do apoio psicoespiritual e demais fornecedores de conforto. CONCLUSÃO: o estudo possibilitou conhecer as experiências dos pacientes em cuidados paliativos, seus sentidos e esferas de conforto, além de comprovar a aplicabilidade da Teoria do Conforto no contexto dos Cuidados Paliativos."

“Introdução: O cateter central de inserção periférica (PICC) é amplamente utilizado em recémnascidos por possuir diversas vantagens quando comparado aos outros dispositivos de acesso vascular central e cateteres curtos de inserção periférica. Contudo, várias complicações estão relacionadas ao uso do PICC que podem ocorrer desde a sua inserção, perpassando pelo período de permanência e, até mesmo, após sua retirada. Segundo a Infusion Nursing Society (2021), as complicações que podem estar relacionadas à inserção são: punção arterial inadvertida, arritmias cardíacas, lesão de nervos, embolia aérea, mal posicionamento do dispositivo de acesso venoso central, trombose venosa profunda, infecção, flebite, infiltração/extravasamento e ruptura de cateter. Objetivo: Analisar a efetividade das técnicas de inserção do cateter central de inserção periférica na prevenção da ocorrência de complicações relacionadas ao cateter em recém-nascidos. Método: Revisão sistemática da literatura e metanálise de intervenção e em rede, cuja busca foi realizada em sete bases de dados e na literatura cinzenta, com inclusão de ensaios clínicos controlados aleatorizados e não aleatorizados que descrevessem e comparassem as técnicas de inserção do PICC e as complicações associadas. O risco de viés foi avaliado pelas ferramentas da Cochrane e a certeza da evidência pelo Grades of Recommendations Assessment, Development and Evaluation. A metanálise foi realizada por meio do programa estatístico R. O processo de seleção de artigos e de coleta de dados, o risco de viés e a certeza da evidência foram realizados por dois revisores, de forma independente. Resultados: Oito estudos com total de 1126 recém-nascidos foram incluídos e seis técnicas de inserção identificadas. Com exceção da punção guiada por marcos de referência anatômicos, todas as técnicas reduziram significativamente o mal posicionamento primário da ponta de dispositivo de acesso vascular central. O eletrocardiograma intracavitário diminuiu as arritmias, as complicações gerais e a flebite de forma significativa e mais efetiva e a técnica que utilizou uma fórmula como forma de predizer o tamanho do cateter a ser inserido também reduziu as complicações gerais. A infecção, a infiltração, o mal posicionamento secundário da ponta, a ruptura do cateter, a trombose, a oclusão e a lesão de pele associada ao cateter não foram prevenidas a depender da técnica de inserção. Conclusão: O eletrocardiograma intracavitário e o uso da fórmula foram as técnicas mais efetivas na redução de determinadas complicações. Como o PICC é essencial para os recém-nascidos internados, mais estratégias, técnicas e tecnologias devem ser investigadas no sentido de atenuar as complicações relacionadas à este cateter na população neonatal.”

“Introdução: O cateter central de inserção periférica é amplamente utilizado em neonatos críticos. A adesão às práticas de controle e prevenção de infecções é uma importante estratégia para redução das taxas de infecção primária da corrente sanguínea em unidades de terapia intensiva neonatal. Objetivo: Estudo descritivo - Descrever as práticas de prevenção e controle de infecção primária da corrente sanguínea realizadas pela equipe de enfermagem da unidade de terapia intensiva neonatal. Estudo coorte retrospectiva - Investigar a infecção primária da corrente sanguínea associada ao cateter central de inserção periférica em unidades de terapia intensiva neonatal a partir dos indicadores de estrutura, de processo e de resultados. Método: Trata-se de um estudo multimétodo com abordagem sequencial de estudos quantitativos: (1) estudo descritivo - os participantes do estudo foram os profissionais de enfermagem e os neonatos que utilizam o cateter no período de internação. Os dados dos profissionais foram coletados por meio do preenchimento de um questionário via remota e para indicador de estrutura, por meio assíncrono em canais de comunicação com a gestão da unidade; (2) estudo coorte retrospectiva - os dados dos neonatos foram coletados em prontuário utilizando um instrumento estruturado. A análise estatística foi descritiva e inferencial e considerou o valor-p > 0,050. Os dados foram tabulados em planilha excel e exportados para o R (versão 4.0.2) para a realização da análise estatística. Resultado: Participaram do estudo descritivo 30 profissionais de enfermagem, que demonstraram em sua maioria conhecimento em concordância com as recomendações acima de 80% em suas respostas. Foram inclusos no estudo coorte retrospectiva 100 neonatos. A incidência de infecção primária da corrente sanguínea foi de 14%, com associações significativas com os registros das práticas de enfermagem e de características do neonato. Conclusão: Apesar do conhecimento sobre as práticas de prevenção e controle referidas pelos profissionais estarem em concordância com as recomendações em sua maioria, percebeu-se que as práticas registradas demonstraram um importante fator para ocorrência de infecção.”

“Objetivo: Analisar a taxa de mortalidade de pacientes que esperam por leito de UTI por meio de ordens judiciais conforme a prioridade estabelecida pela Central de Regulação do Distrito Federal e o tempo de espera por leito de UTI. Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo que incluiu pacientes adultos do sistema público de saúde de do Distrito Federal, Brasil, que reivindicaram a internação na UTI em juízo de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. Resultados:A fração de sobreviventes dos 1.750 pacientes não admitidos em UTI no primeiro dia foi de 92.1%, no entanto ao final de 14 dias a taxa de sobrevivência reduz para 21.6%, considerando a amostra total do estudo.
Neste sentido, dos pacientes admitidos em UTI,5.5% não sobrevivem no primeiro dia em comparação com 58.9% ao final do décimo quarto dia de espera, tendo o total de 1031 pacientes admitidos emleito de UTI. Quando se avalia a relação de tempo de espera por leito de UTI com a prioridade e a taxa de mortalidade observa-se que os de prioridade I tem 2.3 vezes mais chance de óbito no segundo dia (OR, 2.304; 95% CI, 1.552-3.418; p < 0.001) e 32 vezesmais chance de óbito no décimo quarto dia (OR, 32.192; 95% CI, 13.921-74.443; p < 0.001) a medida que espera por leito de UTI.Em contrapartida, os pacientes de prioridade IV não apresentam variações significativas mostrando que no terceiro dia (OR, 1.000; 95% CI, 0.034-29.807; p < 0.001) e no décimo quarto dia (OR, 0.793; 95% CI, 0.310-2.442; p < 0.001) de espera por leito de UTI as taxas de mortalidade são aproximadamente as mesmas.Conclusão: Entende-se que um grande número de pacientes com PrioridadeI, que são enquadrados na legislação e nos diversos protocolos clínicos como pacientes que realmente necessitam de imediato cuidados em terapia intensiva, evoluem a óbito a medida que passam os dias de espera por leito de UTI, enquanto o paciente de Prioridade IV, recomendado pela legislação que seja retirado da lista por não ter benefício ou ter apresentado melhora clínica, tem a mesma chance de óbito nos primeiros dias ou a final do período de 14 dias de espera, no entanto a sua judicialização prejudicao atendimento ao paciente de prioridade I.”

"A assistência à saúde pediátrica vem sendo modificada mundialmente devido às alterações nos padrões das doenças infantis. O acesso às tecnologias modernas e eficientes proporciona a sobrevida de pacientes com quadros agravados e de caráter crônico. A institucionalização promove a necessidade de ajuste à uma nova situação familiar onde a criança e família passam por reestruturação emocional e construção de novos significados. O estudo teve como objetivo o conhecimento da experiência de famílias de Crianças com Necessidades Especiais de Saúde com Condições Crônicas Complexas de Saúde na transição da desospitalização prolongada em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica para uma instituição de acolhimento. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas com nove famílias. A pesquisa proporcionou a compreensão da experiência vivenciada pelas famílias frente às realidades de diagnóstico, os desafios da desospitalização e institucionalização e ainda a positiva reorganização familiar após todo o processo vivido." 

"Existe uma limitação de trabalhos na literatura acerca da sazonalidade (SA) da tuberculose (TB) no hemisfério sul, o que torna necessário o preenchimento dessa lacuna de conhecimento para a região. Investigar a sazonalidade (SA) dessa doença pode indicar fatores de risco específicos para períodosde pico de incidência que podem ser controlados se forem mais bem compreendidos. O estudo objetiva analisar se existe sazonalidade da incidência de TB no Brasil, por meio de um estudo ecológico, de série temporal (ST) (2001-2019) dos casos da doença. Realizou–se análise exploratória da sazonalidade da TB no DF, a seguir investigaram-se as capitais e o Distrito Federal categorizados em cinco grupos com base em indicadores sociais, carga da doença e classificação climática de Koppen e, por fim, analisou-sea SA segundo as covariáveis sexo, faixa etária, forma clínica e o status sorológico para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) para o país como um todo. A sazonalidade foi analisada por meio de testes formais: teste de Friedman (0,1%) e de Kruskal-Wallis (1%) para SA estável. A SA em movimento foi verificada pelo teste de Friedman (5%), e a SA identificável foi construída com base na combinação dos três testes. Para cada grupo de estudo foi calculada a amplitude sazonal. RESULTADOS: No DF, observaram-sepicos em abril e agosto, e diminuição na detecção em novembro e dezembro com amplitude sazonal média anual de 34,0%. Foi identificado SA da TB no DF, assumindo a estabilidade, porém identificada sazonalidade móvel, ainda quando da combinação dos três testes. Em todos os grupos de capitais brasileiras, identificou-se a presença da sazonalidade da TB ao nível de significância de 1% (teste de estabilidade assumida e Krusall-Wallis, p < 0,01); no teste combinado
de sazonalidade, os grupos A, D e E de capitais mostraram presença de sazonalidade; e, provavelmente presentes, os grupos B e C. A análise da SA da TB segundo as covariáveis sexo, faixa etária, forma clínica e sorologia para HIV demonstrou sazonalidade identificável, exceto dentre os casos de TB, nos quais foi observada, juntamente, apresentação clínica pulmonar e extrapulmonar. Os achados mostraram que é um desafio levantar os fatores sazonais subjacentes à sazonalidade da TB nas regiões tropicais do Hemisfério Sul: o clima pode não ser o fator subjacente mais relevante encontrado na sazonalidade da TB, mas sim a oferta e/ou procura por serviços de saúde."

"Introdução: A ocorrência dos sintomas urinários na infância pode estar relacionada à significativo constrangimento emocional e comprometimento da qualidade de vida. Para tanto, o enfermeiro precisa conseguir captar em profundidade a experiência da criança com sintomas urinários e de sua família para
propor intervenções efetivas e sensíveis, visto ser uma temática rodeada de estigmas. Neste contexto, destaca-se a importância da Enfermagem de Prática Avançada enquanto conhecimento especializado, com habilidade para a tomada de decisão complexa e competências clínicas necessárias para a prática expandida. E a Atenção Primária à Saúde enquanto espaço promissor tanto para a atuação do enfermeiro com o escopo de enfermagem de prática avançada quanto para a abordagem dos sintomas urológicos, sobretudo vinculando-se à técnica conservadora de uroterapia padrão como primeira linha de cuidado. Objetivo: Desenvolver por meio do Design Thinking o protótipo de uma iniciativa de qualificação de profissionais de enfermagem para a atuação na promoção saúde urológica infantil no contexto de Enfermagem de Prática Avançada no âmbito da Atenção Primária à Saúde, empregando a filosofia Strengths-based nursing and healthcare; e Propor o protótipo do curso de extensão, na modalidade online, direcionado a estudantes de enfermagem, com a aplicação das etapas de Design Instrucional, baseando-se na Teoria do Manejo dos Sintomas, e usando a técnica Digital Storytelling. Método: Trata-se de um estudo de produção tecnológica, com enfoque qualitativo do tipo descritivo para o desenvolvimento de protótipo operacionalizado em duas fases. Fase 1: desenvolvimento do protótipo da iniciativa CUIDE. Fase 2: elaboração do protótipo do curso de extensão CUIDE+e. Resultados: Na fase 1, a etapa de compreensão do problema baseou-se no levantamento de bibliografia nacional e internacional que apontou para a necessidade de qualificação dos enfermeiros na temática investigada; a etapa de projetar soluções utilizou-se da técnica brainstorming que formulou como solução a iniciativa CUIDE; a etapa de prototipar consistiu no desenvolvimento do objetivo e metas da iniciativa, vinculando a filosofia Strengths-based nursing and healthcare no contexto do cuidado urológico infantil; por fim, a etapa de implementar a melhor solução consistiu no detalhamento da iniciativa CUIDE elegendo-se a atividade de desenvolver o protótipo do curso de extensão online como a melhor solução a ser implementada. Na fase 2, para a análise realizou-se a identificação das necessidades de aprendizagem a partir da condução de um Grupo Focal com 14 estudantes de enfermagem analisado com o referencial do Discurso do Sujeito Coletivo. No design elaborou-se o delineamento do curso; e,
por fim, no desenvolvimento elaborou-se o detalhamento do curso. Considerações finais: A iniciativa CUIDE foi desenvolvida como solução inovadora tanto para a qualificação do enfermeiro no contexto de urologia infantil quanto para o desenvolvimento de competências de Enfermagem de Prática a Aançada, de modo a impulsionar estes papeis no contexto de Atenção Primária à Saúde. Com o curso de extensão, espera-se a promoção do conhecimento e desenvolvimento da habilidade de empatia, compreensão ampliada da experiência dos sintomas urinários e intestinais na infância e o letramento digital em estudantes de graduação em enfermagem, com vistas a fortalecer a futura prática profissional no contexto de saúde urológica infantil."

 "Introdução: Nas últimas décadas, a temática sobre segurança do paciente tem sido recorrente em pesquisas na área da saúde, no entanto, o assunto ainda é pouco explorado na Atenção Primária à Saúde (APS). Ainda menos explorado, avaliar a Cultura de Segurança do Paciente (CSP) na APS se faz necessário, visto favorecer a implementação de práticas seguras e à diminuição da ocorrência de potenciais eventos adversos. Assim, compreender a visão dos profissionais envolvidos no processo de trabalho na APS pode estimular à reflexão sobre as práticas e os esforços realizados, visando ao aprimoramento da segurança da assistência no contexto de cuidados primários. Objetivo: Avaliar a cultura de segurança do paciente entre profissionais da Atenção Primária à Saúde de um município do Triângulo Mineiro. A fim de conhecer o estado da arte sobre o tema em tela, realizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Método: Realizada análise do escopo na RIL. Para avaliar a CSP realizou-se estudo observacional, exploratório, de abordagem quantitativa. Participaram 407 profissionais que integram as equipes da Estratégia Saúde da Família, segundo critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos, e que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados entre setembro de 2019 a julho 2020. A participação se deu por meio do preenchimento do instrumento “Pesquisa sobre Cultura de Segurança do Paciente para Atenção Primária”. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Para análise de dados, houve verificação de distribuição normal, estimativa de intervalo de confiança, teste de independência do Qui-Quadrado, análise fatorial, com avaliação de componentes principais e alfa de Cronbach. Resultado: A Revisão Integrativa da Literatura teve como resultado 13 artigos avaliados, evidenciando uma avaliação geral positiva quanto à cultura de segurança do paciente com aplicação do instrumento. A dimensão “Trabalho em equipe” foi a melhor vista, contrariamente, a dimensão “Pressão e ritmo de trabalho” foi apontada como a de pior escore. Os resultados da aplicação do instrumento em um município do Triângulo Mineiro, evidenciam uma cultura de segurança geral positiva. Os três constructos de melhor avaliação, considerados “pontos fortes” da cultura de segurança do paciente foram “Seguimento da assistência ao paciente” (90,1%), “Trabalho em equipe” (82,6%) e “Troca de informações com outros setores” (82,5%). Como pontos fracos, apresentaram-se os constructos “Apoio dos gestores na segurança do paciente” (58,2%) e “Comunicação aberta” (54,4%), sendo áreas que necessitam de melhorias. Apenas “Pressão e ritmo de trabalho” (27,0%) apresentou uma cultura de segurança do paciente negativa. Conclusão: Assim como na revisão, apontou-se uma avaliação geral positiva quanto à cultura de segurança do paciente por parte dos profissionais da Atenção Primária à Saúde com a aplicação do instrumento. Ainda assim, destaca-se, em especial, a dimensão “Pressão e ritmo de trabalho” como de pior avaliação, demandando melhorias nos processos de trabalho para garantia da qualidade da assistência e a segurança do paciente."

Objetivo: o estudo teve como objetivo a construção, validação de conteúdo e teste de confiabilidade inter e intra-avaliador de um instrumento para mensurar radiodermatite aguda em pacientes com câncer em radioterapia. Método: trata-se de um estudo metodológico de construção e produção de evidências de validade de conteúdo e de confiabilidade da escala intitulada Graduação de Radiodermatite Aguda proposta pelo grupo LIONCO/UnB (GRAL). Resultado: A escala GRAL passou validação de conteúdo, participaram dessa fase do estudo quinze juízes de diferentes serviços de radioterapia do Brasil. A validação de conteúdo avaliou a nova escala quanto à estrutura, aparência, assim como à clareza, pertinência e à relevância dos itens presentes na escala. Para análise, foi adotada porcentagem de julgamento parcialmente adequado/adequado (PA/A) entre os juízes. O comitê de especialistas foi constituído por quatro médicos radio-oncologistas e onze enfermeiras. A avaliação a respeito da estrutura e da aparência da escala alcançou resposta média para os itens PA/A de 87,3%. Em relação à clareza, à pertinência e à relevância de cada grau de radiodermatite descrito na escala,
todos os itens obtiveram PA/A acima de 80,0%. Após os ajustes sugeridos pelos juízes foi realizado o teste de confiabilidade inter e intra-avaliador da escala GRAL. Para a análise da confiabilidade da escala GRAL foram selecionados quatro profissionais por amostra de conveniência, sendo dois enfermeiros e dois médicos radio-oncologistas, que exerciam suas atividades em serviços públicos de radioterapia do Distrito Federal. Os profissionais avaliaram e classificaram um atlas com imagens dos diferentes graus de radiodermatite, utilizado a escala GRAL, as avaliações aconteceram em dois momentos (teste e reteste) com intervalo de quinze dias. A porcentagem de valores corretos na concordância das respostas dos avaliadores foi de 76% a mínima e a máxima de 90% na primeira etapa da coleta (teste), para o reteste observou-se uma concordância igual ou superior a 80% portanto uma boa estabilidade nas respostas. Na análise de concordância utilizado o teste de Kappa o valor para o teste interavaliador foi de 0,72 a 0,88. Na análise de concordância para o teste intra-avaliador valor de Kappa foi de 0,77 a 0,88. Conclusão: A escala GRAL foi criada com o objetivo de graduar as radiodermatites em graus ordinais distintos, sem sobreposição de categorias. A escala passou por validação de conteúdo e teste de confiabilidade e podemos considerar que a escala GRAL possui evidências de validade e confiabilidade.”