A fadiga muscular (FM) é definida como redução na capacidade do sistema neuromuscular de gerar força, sendo um fenômeno comum em qualquer tipo de atividade que exija resistência. Responsável por limitações no desempenho humano e causador de lesões, o processo de fadiga pode envolver o membro ipsolateral assim como o membro contralateral e até a ser observado em membros não homólogos. Apesar dos mecanismos da FM serem exaustivamente pesquisados, poucos trabalhos investigaram o efeito da fadiga contralateral (FC) nos membros inferiores (MMII). Neste contexto, com o objetivo de ampliar o conhecimento da FC, propõe-se avaliar a modulação da excitabilidade de vias descendentes sobre o músculo sóleo (SO) direito após a indução de fadiga nos flexores plantares contralaterais. A amostra do presente estudo foi composta por 12 voluntários com 27,58 ± 7,34 anos, 1,67 ±0,08 de altura, saudáveis e ativos. Os sinais eletromiográficos (EMG) foram captados por meio de eletrodos de superfície posicionados sobre o SO direito. Foi realizado um protocolo no qual foram coletados dados referentes a contração voluntária máxima isométrica (CVMI) e onda V (sinal eletromiográfico que representa uma resposta das vias descendentes) em quatro condições (pré-fadiga, entre fadigas, pós-fadiga e recuperação). Ondas V, parâmetros do espectro de potência do eletromiograma do SO contralateral e na geração de força supra-máxima (superimposed twitch - ST) foram obtidos, como frequência de potência média (FMD), frequência de potência mediana (FMN) e Root Mean Squared (RMS) entre as condições.  Uma ANOVA de medidas repetidas de uma via foi usada para detectar diferenças entre as amplitudes das ondas V evocadas, nas FMD e FMN, no RMS ao longo das condições. Os resultados principais deste estudo foram a) que a fadiga induzida nos flexores plantares do tornozelo esquerdo demonstrou ter um efeito significativo da FC nas amplitudes das ondas V; b) tendência de recuperação dos efeitos da fadiga ao longo do tempo; c) a modulação da onda V pela FC foi progressiva; d) a inexistência de fadiga ipsolateral; e) que a ativação muscular voluntária foi constante ao longo das condições; f) que as flutuações da onda V não foram atribuídas a diferentes níveis de atividade voluntária do músculo alvo. O presente trabalho evidenciou que a excitabilidade das vias descendentes para o músculo SO pode ser modulada agudamente como consequência de fadiga induzida nos músculos flexores plantares contralaterais.

A lesão por pressão é definida como um ferimento localizado na pele ou no tecido cutâneo subjacente sobre uma proeminência óssea, resultado da combinação de pressão e cisalhamento local. É ocasionada por soma de fatores clínicos, como nutrição, hidratação, condições cutâneo-mucosas, entre outros. Ocorre em diversas regiões do corpo, contudo a região que possui um maior cisalhamento é a região sacral. De acordo com (PATTON,2018) com o uso de novas tecnologias diminui a prevalência de lesão por pressão associada com as taxas de mortalidades em um estudo desenvolvido avaliando as tecnologias usadas em lesão por pressão nos pacientes hospitalizados. A partir dos resultados do ensaio cliníco sobre a pesquisa do Equipamento Rapha (CAAE 94910718.5.3001.5553) onde priorizou a aplicação do protocolo vinculada ao equipamento emissor de luz de leds associado com um curativo de látex (Equipamento Rapha) (FLEURY ROSA, S.S.R, et al, 2017) para tratamento das doenças dos pés no diabetes, pensou-se a seguinte proposta: quais desfechos clínicos o equipamento Rapha propiciaria em pacientes com lesão por pressão?  Objetivos: Teve como objetivo avaliar a ação do aparelho emissor de luz de Led juntamente com a lâmina de látex (Equipamento Rapha^®) aplicada a paciente com lesão por pressão internados em uma instituição hospitalar durante um protocolo de 45 dias. Observando ao final da pesquisa se houve atenuação da área total da lesão após o protocolo. Materiais e métodos: Abordagem de tipologia multi-estratégia apoiada em métodos quantitativos e qualitativos para coleta e a análise dos dados com perspectiva interdisciplinar em saúde utilizando-se da pesquisa do estudo clínico aprovado (CAAE 94910718.5.3001.5553) . A metodologia de aplicação foi semelhante a realização de um curativo de lesão por pressão, seguindo o protocolo pré-definido para a aplicação do equipamento Rapha^® diariamente sobre a lesão durante um período de 45 dias. Em cada paciente foi avaliado se com a utilização do equipamento Rapha^® houve a diminuição da área da lesão. Resultados: Foram avaliados 5 pacientes do grupo experimental que receberam o uso do equipamento Rapha^® e 4 pacientes do grupo controle ao qual receberam o protocolo sus. Os pacientes do grupo experimental tiveram duas lesões cicatrizadas por completo e duas lesões com diminuição de 50% da área total da lesão. Em comparação o grupo controle não houve cicatrização e uma pequena porcentagem de diminuição da área da lesão. Conclusão: O equipamento Rapha^®  auxilia no processo de cicatrização de lesão por pressão em menor tempo que os protocolos do Sistema Unico de Saúde, entretanto favorece o aumento da umidade na lesão ao qual em excesso pode prejudicar o processo de cicatrização. 

O uso de dispositivos médicos implantados é uma realidade desde a década de 1950 e continua sendo considerado como uma solução necessária para o monitoramento de funções biológicas ou para o tratamento de situações que exijam aplicação medicamentosa ou ainda estimulação de órgãos. Contudo, a limitação da fonte de energia, primordialmente a bateria, faz com que o uso desses equipamentos seja, muitas vezes, desconfortável para o paciente devido à necessidade de procedimentos cirúrgicos para sua manutenção. Surge, no contexto apresentado, a tecnologia de transferência de energia sem fio como proposta para minimizar esse transtorno, provendo uma maior confiabilidade no emprego destes dispositivos. O trabalho em tela simulou este procedimento, buscando identificar os parâmetros necessários para a sua aplicação em dispositivos implantáveis, e confrontando-os com as normas de segurança propostas pela ANVISA e pela ABNT. Para tanto, usou-se uma abordagem quantitativa, pesquisando informações que corroboram o uso do método de acoplamento indutivo na recarga de baterias com a aplicação das especificações encontradas na simulação realizada no Maxwell HFSS®. Os testes realizados demonstraram que as temperaturas geradas na pele e no dispositivo ficaram em torno de 20ºC, valor aquém da máxima aceitável para o corpo humano, e que a taxa de absorção específica foi de 0,0851W/Kg abaixo do mínimo convencionado. Além disso, a tensão elétrica e a corrente obtidas foram de 3,25V e 3,20mA, respectivamente, e estão dentro dos limites desejados. Com base nos parâmetros adotados e nas normas vigentes, os resultados obtidos indicam que esta tecnologia é uma opção viável para recarregar baterias em dispositivos médicos implantáveis, também considerando a segurança na sua aplicação em pacientes.

Introdução: A informação consiste em uma ferramenta fundamental nos dias atuais, sendo essencial para o controle, racionalização de dados, qualidade de gestão, recursos, entre outros. Nota-se uma visão de curto prazo, no que diz respeito a cultura interna das unidades de saúde, gerando custos elevados em investimentos na tecnologia de informação. Apesar de o Brasil possuir uma experiência ampla, observa-se a falta de acompanhamento do avanço de tecnologias, gerando preocupação em arquitetar estratégias na utilização no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente na área de imunização, o que leva a falta de motivação por parte dos que utilizam a mesma. A aplicação destas tecnologias permitirá a superação da defasagem tecnológica, possibilitando a criação de um processo de controle e monitoramento. Os cartões propostos com Tecnologia de Identificação por Radiofrequência (RFID), têm a finalidade de proporcionar um melhor controle do processo de recepção ao usuário, aumentando a acurácia das informações, e gestão de controle de pessoas, melhorando a qualidade de vida tanto do usuário quanto dos profissionais de saúde. Objetivo: Abordar o projeto de fabricação do Totem e Cartão SUS+ e módulo ImunaSUS como um recurso a ser pensado como tecnologia facilitadora da vida dos pacientes, analisando, a partir da Revisão Integrativa da Literatura, as evidências científicas, sobre quais ferramentas estão sendo aplicadas para controle digital de imunização. Metodologia: A presente pesquisa expressará dois momentos a ser discutido: o primeiro apresentará um estudo de caso sobre a proposta da Universidade de Brasília para a confecção de um sistema que utiliza um cartão de armazenamento de dados do paciente com tecnologia RFID, o Totem SUS+ e módulo ImunaSUS, descrevendo os métodos adotados e materiais necessários para produzi-los. Na sequência exibirá as etapas exercidas para a produção de uma revisão de Integrativa de Literatura textual na qual analisar-se-á literaturas que falam sobre as tecnologias similares. Resultados: A implantação desses equipamentos, SUS+ e o ImunaSUS, que se baseia na associação de um cartão com um leitor e gravador e um totem de autoatendimento, possibilitará agilidade no atendimento do usuário do SUS, facilidade na aquisição, organização e recuperação de informações nas bases de dados da saúde. No que diz respeito a tecnologias que estão sendo usadas para controle de informações relacionados a vacinas, percebe-se pouco desenvolvimento de tecnologias na literatura consultada, não apenas no Brasil, mas no mundo. Conclusão: A proposta desenvolvida pela UnB se mostra pertinente, inovadora, semelhante aos artigos encontrados, sugerindo-se ensaios com produtos em funcionamento nos ambientes de saúde e no SUS.

O estilo de vida e hábitos alimentares da sociedade atual são largamente associados ao desenvolvimento de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Existe uma grande preocupação mundial em combater esses males, e diversas metodologias estão sendo utilizadas para esse fim, incluindo utilização de fármacos e dietas ou regimes alimentares alternativos. Dentro deste último grupo, o jejum intermitente (JI, do inglês Intermittent Fasting) é um dos mais populares e vem sendo associado a resultados positivos como perda de peso e diminuição da resistência à insulina. O objetivo deste trabalho foi investigar os impactos do JI sobre a função mitocondrial em um modelo animal de zebrafish. No estudo, os peixes foram em três grupos: o primeiro foi alimentado com uma dieta normal, balanceada ad libitum (SD), JI alternando 24 horas de jejum com 24 horas de alimentação ad libitum (IF24) ou alternando 48 horas de jejum com 24 horas de alimentação ad libitum (IF48). Após seis semanas, durante as quais o peso corporal dos animais foi acompanhado semanalmente, os animais foram eutanasiados para realização de medidas morfométricas e dissecção de órgãos para realização de respirometria de alta resolução para medir o consume de O₂ nos tecidos cardíaco e encefálico. Nossos resultados indicaram que o JI pode impactar os parâmetros morfométricos dos animais. Não encontramos disfunção mitocondrial no coração e no encéfalo dos animais do grupo IF24, mas observamos diminuição da eficiência do metabolismo mitocondrial cardíaco nos animais do grupo IF48. Em conjunto, nossos achados corroboram com a efetividade do JI como estratégia de combate a obesidade, em especial quando aplicada em um protocolo alternando 24 horas de jejum com 24 horas de alimentação ad libitum.

O Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde crônico e que interfere no processo de cicatrização. Essa interferência gera o agravamento das úlceras, principalmente nos membros inferiores, acarretando em infecções e podendo levar à amputação do membro. Existem tecnologias que auxiliam no processo de cicatrização, como a fotobioestimulação. O desenvolvimento de novas tecnologias é importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Neste trabalho foi desenvolvido um equipamento de fotobioestimulação com LED na cor azul, baseado no equipamento RAPHA com o LED vermelho, a cor azul foi escolhida por apresentar características bactericidas. O equipamento foi desenvolvido na Universidade de Brasília (UnB) e os parâmetros construtivos foram analisados em laboratório. Foi feita a caracterização do equipamento e sua interação com a lâmina de látex, para determinar o comprimento de onda e a potência. O equipamento com LED azul apresentou uma potência superior ao de cor vermelha

Introdução: CÉLULAS A COMBUSTÍVEL COMO FONTE DE ENERGIA EM DISPOSITIVOS MÉDICOS IMPLANTÁVEIS: REVISÃO SISTEMÁTICA consiste em uma revisão bibliográfica sobre célula a combustível e seu grau de desenvolvimento tecnológico e possíveis aplicações na engenharia biomédica no tocante aos dispositivos médicos implantáveis ativos. A célula a combustível é um dispositivo eletroquímico que utiliza gás hidrogênio e gás oxigênio para transformar energia química em energia elétrica, de forma silenciosa e sem causar danos ao ambiente; também é objetivo desse trabalho evidenciar a importância dessa nova tecnologia no panorama energético mundial, com ênfase no Brasil, pois, por ser uma fonte de energia limpa, de impacto ambiental nulo ou quase nulo é uma forte candidata a substituição da matriz energética fóssil. Objetivo: Este trabalho explica, em linhas gerais, a origem, funcionamento dessa tecnologia, bem como suas vantagens, limitações e aplicações com ênfase na engenharia biomédica no tocante aos dispositivos bioeletrônicos implantáveis autossustentáveis. Metodologia: Pesquisa bibliográfica inicialmente exploratória seguida de revisão sistemática pela estratégia PICO, acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes” (desfecho). A pesquisa foi realizada em plataforma digitais de periódicos: a) Portal de Periódicos da Capes, b) Pubmed, c) Embase, d) IEEE Xplore, e) Scopus, f) Science Direct. A linha temporal da pesquisa foi entre 2021 a 2022. Para os critérios de inclusão e exclusão de artigos utilizou-se o protocolo PRISMA-2015. Conclusão: A pesquisa em desenvolvimento de células a combustível para alimentar Dispositivos Médicos Implantáveis Ativos está em alta, porém, em fase de desenvolvimento. Já existem ensaios in vitro e in vivo. Contudo, muitas barreiras devem ser superadas para a utilização desses dispositivos eletroquímicos em DMIA. A oferta dessa tecnologia, reduzirá  riscos cirúrgicos para os pacientes, diminuição de gastos financeiros com: equipe médica,  centros cirúrgicos, além de eliminar tempo de internação em UTI´s.

A investigação e avanço na tecnologia dos modelos de Organ-on-a-chip (OoC) estão ganhando cada vez mais atenção, devido ao seu potencial revolucionário nos campos da medicina e engenharia biomédica. Esses dispositivos em microescala foram criados para imitar tanto a estrutura quanto a função dos órgãos humanos, proporcionando maior precisão em ensaios pré-clinicos tradicionais. Eles oferecem a capacidade de realizar testes em alta escala, o que acelera a descoberta de novos medicamentos. Além disso, tem o potencial de diminuir a dependência de testes em animais para avaliações toxicológicas, contribuindo para melhorias na ética em Pesquisa. Uma das aplicações promissoras para os OoCs é o estudo da Diabetes Mellitus (DM) e suas complicações, como a úlcera do pé diabético (UPD). A UPD é uma comorbidade grave associada a altas taxas de morbimortalidade e amputações, representando um grande desafio para os sistemas de saúde globais. A utilização desta tecnologia nesse contexto visa proporcionar insights importantes sobre a fisiopatologia, e permitir novas abordagens terapêuticas mais eficazes, incluindo a medicina personalizada. Essa dissertação tem como objetivo analisar os aspectos éticos e regulatórios da implementação do OoC na Pesquisa Translacional em Saúde (PTS) no Brasil. Especial atenção é dada ao papel desempenhado pela Engenharia Biomédica no desenvolvimento dessa inovadora tecnologia. A dissertação está estruturada em sete capítulos que exploram diversas facetas relacionadas aos dispositivos em questão, bem como sua aplicação por meio de um estudo de caso centrado no contexto do pé diabético. Além disso, o trabalho engloba a produção de duas revisões sistemáticas pertinentes ao tema. Além dos mencionados estudos, foram examinadas as leis e regulamentos tanto nacionais quanto internacionais que governam a utilização dos OoCs. Adicionalmente, foi concebido um plano de divulgação científica para promover maiores informações sobre essas plataformas, enfatizando sua significância na pesquisa e na inovação científica. Essa abrangente abordagem metodológica permitiu investigar várias facetas dos dispositivos OoCs, bem como, as dificuldades regulatórias enfrentadas no país para ampla adoção destes equipamentos nas fases da PTS. Este estudo marca um avanço notável no campo da regulamentação de dispositivos no Brasil. Seu propósito é estabelecer uma base sólida que possa ser empregada inclusive na formulação de políticas públicas e diretrizes regulatórias no país. A interconexão vital entre a Engenharia Biomédica e o setor da saúde é ressaltada, propulsando o Brasil à vanguarda da pesquisa biomédica. Isto assegura que a utilização dos OoCs não só enriqueça o conhecimento científico, mas também proporcione benefícios à sociedade como um todo. Este trabalho compreende ações coordenadas, convidando as autoridades reguladoras, os pesquisadores e os profissionais de saúde a unirem esforços rumo a um ambiente regulatório eficiente e ágil. Visamos a adoção ética e segura dos dispositivos microfisiológicos, buscando abrir portas para uma nova era de descobertas e terapias inovadoras, com o potencial de impactar positivamente a saúde e a qualidade de vida de milhões de cidadãos brasileiros.

O sono consiste de uma série de etapas fundamentais para a qualidade de vida em várias espécies. Sua importância é comparável à alimentação e à prática de atividades físicas. No entanto, seu entendimento ainda tem lacunas que precisam ser estudadas.

Nesse sentido, duas tecnologias podem contribuir, em particular, para o entendimento do sono. A primeira diz respeito à eletroencefalografia (EEG), que tem relevância em diversos estudos da neurociência, inclusive para o sono. A outra tecnologia é a do aprendizado de máquina, que vem ganhando espaço como ferramenta para identificação de padrões que auxiliam no diagnóstico; mas ainda há poucos trabalhos que utilizam essas técnicas na identificação de patologias associadas ao sono.

Diante disso, esse trabalho se propõe a comparar diferentes abordagens de aprendizado de máquina a partir de dados de EEG com a finalidade de automatizar análises para auxílio em diagnósticos de patologias associadas ao sono. Para isso, foram comparadas a utilização de máquinas de vetor de suporte (SVM) e florestas aleatórias (Random Forest) com diferentes hiperparâmetros a partir de características obtidas por meio de cálculo de energias em bandas de frequência dos sinais.

Nos experimentos com SVM, foram testadas abordagens com variação de kernels; com Random Forests, profundidade máxima. Adicionalmente, esses resultados foram comparados com os obtidos com uso de redes neurais convolucionais (CNN), definindo características dinamicamente por meio das camadas dessa rede. Nestas arquiteturas de CNN, foram utilizadas distintas camadas convolucionais e densas com alteração de hiperparâmetros.

Para a realização desse trabalho, foram utilizados dados de polissonografia disponíveis no portal Physionet. A partir desses dados brutos, houve seleção de característica e, com exceção dos experimentos que utilizaram CNN, extração de características utilizando transformada de Fourier, selecionando distintas derivações (eletrodos).

No estudo piloto, foram implementados algoritmos para detectar o sinal de EEG de epilepsia noturna do lobo frontal. Os resultados obtidos com SVM e Random Forest sugerem que esses classificadores podem identificar padrões relevantes a partir de sinais de EEG: a maior acurácia

(média de 5 folds) foi de 60% em ambas as abordagens. Além disso, as comparações do trabalho com essas abordagem mostraram que a distribuição espacial da informação é homogênea. Por outro lado, não foi possível distinguir os sinais de EEG de participantes com epilepsia, ainda que utilizando-se diferentes arquiteturas, variando-se quantidade de camadas, funções de ativação, quantidade de neurônios e dropout.

Em seguida, foram implementados novos experimentos utilizando os resultados dos estudos preliminares como direcionamento. Para isso, novos classificadores foram treinados com dados que passaram por outras etapas de preparação a partir de janelamento do sinal e filtro dos sinais. Com isso, houve melhoria nas métricas de desempenho dos classificadores.

Introdução: O presente trabalho tem como objetivo analisar o impacto do Marco Regulatório da Inovação no processo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Saúde no âmbito da Universidade de Brasília (UnB), no contexto dos projetos de pesquisa gerenciados pelo Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Inovação (NIT) da UnB em parceria com o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), para a translação de tecnologias para a área da saúde vinculadas à área da Engenharia Biomédica. Objetivos: Os objetivos do referido trabalho são: i. analisar a interface entre o Marco Legal de Inovação e os pesquisadores e pesquisadoras vinculados à universidade pública; ii. Analisar os mecanismos contributivos entre o Marco Legal de Inovação e os Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades públicas; iii. categorizar projetos de pesquisa institucionalizados na Universidade de Brasília por intermédio da Câmara de Projeto, Convênios, Contratos e Instrumentos relacionados (Capro) do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) na área da Engenharia Biomédica; iv. correlacionar projetos de pesquisa com depósitos de patentes e/ou transferências tecnológicas. Metodologia: Será utilizado o método descritivo, documental e experimental, por meio da análise qualitativa e quantitativa de processos, políticas, bancos de dados e documentos existentes. Em segundo plano, serão mapeados os tipos de contratos e parcerias firmados na área da engenharia biomédica e contemplados nos anos de 2011 a 2021 na perspectiva de identificar prováveis lacunas inseridas no âmbito do Marco Legal e seus desdobramentos no processo de PD&I da UnB. Resultados: Inúmeros projetos de pesquisa, no âmbito da UnB, conseguiram atingir seu propósito, gerando royalties e transferência de tecnologia, cumprindo assim o translacionamento da pesquisa. Todavia, pouquíssimos projetos estão vinculados à área da saúde em Engenharia Biomédica. Conclusão: Com base nos dados apresentados, é possível concluir provisoriamente que a Universidade de Brasília possui uma grande produção científica e tecnológica, com destaque para outras áreas de pesquisa além da saúde. É possível concluir que, apesar de a Universidade de Brasília operar por meio de órgãos de gestão de inovação e transferência tecnológica, como o ACT, CITT, CDT e DPI, gerando uma notável quantidade de projetos de pesquisa, de transferências tecnológicas e de depósitos de patentes, ainda é substancialmente reduzido os projetos direcionados à área da saúde, particularmente no contexto da Engenharia Biomédica.

O cancêr de mama corresponde à maior taxa de incidência de cancêr entre as mulheres pelo mundo. Assim como ocorre com outros tipos de cancêr, quanto mais cedo é descoberto o câncer de mama, menos invasivo é o tratamento, e maiores as chances da paciente sobreviver. Ter uma ferramenta que auxilie a análise de mamografias para descobrir lesões mamárias e sua classificação, é uma maneira de ajudar a prevenção de cancêr. Com desenvolvimento da tecnologia, a Inteligência Artificial também cresceu, assim como suas ramificações. Machine Learning e Deep Learning se desenvolveram e atingiram um bom desempenho em tarefas, tais como classificação de imagem e detecção de objetos. A análise mamográfica é uma tarefa de classificação de imagens, e ter uma ferramenta que auxilie nessa tarefa, que possa ser mais do que uma classificação caixa preta em que não é conhecido como a resposta é obtida, se o modelo de Machine Learning fosse capaz de explicar como que ele chegou na classificação final, seria possível um melhor direcionamento para médicos utilizarem esse modelo no dia-a-dia na análise de mamografias.

Atualmente existem algumas soluções que abordam classificação de lesões mamárias, entretanto utilizam de algorítmos de Aprendizagem de Máquina tradicionais, que não possuem um desempenho tão alto quanto altorítimos de Aprendizagem Produnda. Além disso, são soluções consideradas caixa preta, o que significa que é dado uma resposta a partir de uma imagem de entreda, e não é possível saber quais foram os fatores que influenciaram no resultado final da classificação. Já um modelo de Inteligência Artificial que tenha seus resultados explicáveis, ou seja, que é possível compreender quais fatores o levaram a chegar no resultado final de classificação, passa mais confiabilidade para os usuários que o usam. Com essa explicação de predição é passível de cumprimento de Leis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e até mesmo o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, do acrônimo em inglês GDPR que é a lei Européia de proteção de dados. Um modelo explicávei é capaz de se encaixar em leis e fazer com que a solução seja aplicada em um domínio real. O diagnóstico de cancer é um momento sensível, por conta disso saber como um modelo de Deep Learning ou Machine Learning chegou a um determinado resultado, pode direcionar melhor médicos a investigarem casos de maneira mais direcionada, dessa forma dando mais ênfase em algumas características da imagem, além de gerar mais confiabilidade nos resultados de predição de modelos.

O uso de Deep Learning para tarefas de classificação de imagens tem obtido resultados surpreendentes, que se igualam e em alguns casos e até mesmo superam a capacidade humana, por isso essa abordagem vai ser discutida nessa dissertação. Aliando uma poderosa ferramenta de classificação com técnicas que permitam deixar os modelos criados com predições explicáveis, assim tornar uma ferramenta de classificação de lesões mamárias com alto potencial de confiabilidade para seus usuários finais, os médicos especialistas. Para atingir esses objetivos são investigados arquiteturas de Aprendizagem Profunda como VGG16 e técnicas de explicabilidade de modelos treinados como LIME que é um framework de explicabilidade de bom desempenho e de maneira simples de utilização.

Essa dissertação tem o intuito de desenvolver um modelo de Deep Learning, que utilize técnicas de Ingeligência Artificial Explicável (XAI, do inglês Explainable Artificial Intelligence) ou seja tenha predições explicáveis que classifique lesões mamárias e identifique as características importantes que levaram o modelo a atingir tal resultado.

Após o treinamento do modelo usando arquitetura VGG16, as métricas analisadas foram acurácia, especificidade e sensibilidade, os resultados obtidos foram respectivamente 68 %, 77 % e 65 %. Resultados maiores foram encontrados na literatura, porém não são resultados que sejam reprodutíveis. Em muitos casos as bases de dados são particulares de hospitais que a equipe fez o levantamento de mammografias dos últimos 20 anos, criou-se o conjunto de dados e os testes foram feitos. Houve uma dissertação de mestrado feita em 2020 por Adam Jaamour com uma abordagem semelhante e que obteve resultados próximos aos apresentados nessa dissertação, o autor reportou o resultado da acurácia de 67 %. 

ntrodução: O uso de palmilhas ortopédicas personalizadas tem sido estudado e indicado por profissionais da saúde a fim de evitar lesões por desarranjo postural, alterações anatômicas, dismetria de membros, dor, dentre outros fatores. No entanto, ainda não há um consenso acerca dos benefícios dessa intervenção para atletas. Objetivo: Avaliar se o uso de palmilha personalizada em adultos homens que correm melhora a distribuição da pressão plantar quando comparada com a palmilha comum. Método: Revisão sistemática, com busca conduzida nas bases de dados: Medline (via Pubmed), Embase, Web of Science, Biblioteca Virtual em Saúde, Scopus, SportDiscus e Proquest. Estudos de intervenção que usaram a avaliação por baropodometria em homens que correm. Pesquisas com atletas de alta performance e pessoas que apresentaram alguma morbidade foram excluídas da revisão. Não houve restrição em relação ao período de publicação e idioma de origem dos estudos. Para avaliar o risco de viés foi utilizada a ferramenta Robins-I e Rob 2.0 da colaboração Cochrane. Metanálises de efeitos randômicos, por meio da técnica de Hedges, foram conduzidas para mensurar a diferença média padronizada e respectivo intervalo de confiança de 95%. Resultado: 1171 estudos foram detectados, dos quais 13 compuseram a revisão sistemática. A amostra incluiu 434 homens corredores, na faixa etária de 19 a 53 anos. Os estudos foram conduzidos e publicados entre 2004 e 2021. A maioria dos estudos não randomizados apresentaram alto risco de viés e o único ensaio clínico randomizado sinalizou alto risco de viés. Ademais, a metanálise sinalizou que não houve diferença estatisticamente significante entre o ângulo do pico de dorsoflexão entre homens corredores que usaram palmilhas personalizadas quando comparados aqueles que não usaram. Conclusão: O uso de palmilhas não mostrou benefício significativo para os atletas. No entanto, foram detectados poucos estudos e a maioria com alto risco de viés. Nesse sentindo, recomenda-se a condução de novos estudos, com robustez metodológica, para ratificação ou não da hipótese.

O ambiente do Centro Cirúrgico, embora projetado para procedimentos anestésicocirúrgicos, muitas vezes não favorece a equipe médica, levando a lesões e acidentes que prejudicam o bem-estar dos profissionais de saúde. Sintomas osteomusculares são comuns devido a estas condições desfavoráveis. Nesse contexto, surge a necessidade de criar um ambiente seguro para os profissionais, aderindo às normas de ergonomia. A tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, emerge como uma solução crucial. Este estudo focou na implementação de um Sistema Especialista para identificar riscos ergonômicos no setor cirúrgico. A coleta de dados foi realizada através da análise de normas e questionários. Com base nesses dados, o sistema foi desenvolvido usando o software Expert Sinta e, após testes e validação, demonstrou ser eficaz na identificação de riscos ergonômicos antes do uso do espaço de trabalho pelos profissionais. Isso permite intervenções preventivas, melhorando a segurança e saúde no Centro Cirúrgico.

Os medicamentos de alto custo no âmbito do Sistema Único de Saúde representam um desafio complexo que envolve questões éticas, políticas, econômicas e de gestão. Garantir o acesso equitativo e eficiente a esses medicamentos é essencial para o cuidado adequado dos pacientes. Nesse contexto, é importante analisar os diferentes aspectos relacionados, incluindo a avaliação clínica, impacto econômico e políticas públicas, pois essa análise pode contribuir para aprimorar a gestão e o planejamento dos recursos, visando garantir o melhor resultado terapêutico para os pacientes e a sustentabilidade financeira do sistema de saúde. Objetivos:  traçar distintas ações para os diferentes tipos de usuários com a finalidade de melhorar a gestão dos medicamentos do CEAF DF, a partir dos dados demográficos e epidemiológicos, nos anos de 2012, 2018 e 2021, de modo que tais contribuições possam servir de base para implantação de melhorias localmente e/ou em serviços semelhantes no âmbito estadual e municipal de outras localidades. Metodologia: O presente trabalho se caracteriza como um estudo exploratório, de natureza descritiva, observacional, realizado através de pesquisa bibliográfica com a utilização do TEMAC, a fim de obter informações científicas de maior relevância, seguindo as leis bibliométricas nas principais bases de dados, resultando numa abordagem integradora e análise de dados de banco nacional com os registros de utilização de medicamentos do CEAF.  

A Esquizofrenia é uma doença mental com muitas manifestações clínicas, que transformam o diagnóstico em um grande desafio. Até que um diagnóstico seja finalizado, o paciente passa por muitos episódios de sofrimento mental que podem redundar em conflitos sociais, acidentes involuntários e até suicídios.

Apesar da complexidade clínica, um diagnóstico nos estágios iniciais da doença é de grande relevância. Vários estudos recentes, com foco na análise das modificações estruturais do cérebro, encontraram correlações com a esquizofrenia, e sugerem que a esquizofrenia pode ser diferenciada do caso controle com base em imagens anatômicas de ressonancia magnética.

Pesquisas anteriores aplicando aprendizagem de máquina a estas imagens de ressonância magnética apresentaram resultados promissores. Apesar dos resultados, o escopo destas pesquisas estava limitado a um ou poucos cortes do cérebro e também não utiliza os mais recentes algoritmos de aprendizagem de máquina nos seus classificadores. Em consequência, o uso de poucas fatias ou algoritmos mais simples pode levar a perda de informação devido à extração de caracteristicas em nível abaixo do desejado.

No presente estudo, criamos modelos de aprendizagem de máquina baseados em Redes Neurais Convolucionais (Convolutional Neural Networks - CNN), e avaliamos os parâmetros para treinamento. Para tanto, utilizamos um conjunto de dados para treinamento, correspondente a imagens de Ressonância Magnética, com imagens de um grupo de controle (com pessoas sem diangóstico de distúrbio mental) e um grupo experimental (com portadores de esquizofrenia). Avaliamos também critérios para a seleção dos cortes a serem utilizados para compor o conjunto de dados (dataset) e as diversas combinações que podem levar a um melhor desempenho do classificador.

Obtivemos as imagens dos cortes pela extração uma a uma da estrutura 3D correspondente a um volume do crânio humano, em cada imagem. Os cortes são numerados usando os índices do eixo axial do volume mapeado. Experimentamos selecionar as fatias utilizando métricas como covariância e entropia, e os melhores resultados foram obtidos quando utilizamos o conceito de entropia para avaliar as imagens dos cortes.

Os cortes foram ordenados pelo critério de maior entropia. Com esse critério, fizemos a avaliação individual dos cortes pelo modelo de aprendizagem de máquina e a seleção dos conjuntos de cortes. Nossa abordagem foi criar um dataset com adição incremental dos cortes ordenados pela entropia e usá-lo como conjunto de treinamento do modelo de aprendizado de máquina. Primeiramente, foi treinado o modelo com apenas uma fatia. No próximo, passo foi treinado com duas fatias para compor o conjunto de dados e assim por diante, até criarmos um dataset com todas as imagens extraídas do volume representado.

Cada dataset criado foi submetido ao treinamento no modelo de aprendizado de máquina e foram obtidas as métricas de desempenho do sistema.

Nossos resultados sugerem que é possivel obter do classificador acurácia próximo de 80\% quando treinado com um conjunto de cortes previamente selecionado.

Neste trabalho, também exploramos o uso de Inteligência Artificial Explicável (Explainable Artificial Intelligence - XAI), para compreender o resultado da classificação do modelo.

Os marcapassos são equipamentos formidáveis e deles dependem um número expressivo de pessoas, com diferentes níveis de comprometimento vital, mas eles são expostos às interferências eletromagnéticas das mais variadas fontes. Dentre elas, um tipo cada vez mais presente é o produzido pelos sistemas antifurtos de lojas, tornando-se um tipo de interferência difícil de evitar, já que utilizam antenas posicionadas nas portas de acesso dos estabelecimentos comerciais. Como fazem o uso da emissão e recepção de ondas eletromagnéticas, esses sistemas podem afetar o funcionamento dos marcapassos, chegando a causar desconforto ou até pondo em risco a vida dos usuários. Estudos demonstraram que o tipo Acústico Magnético é mais suscetível de alterar o funcionamento de marcapassos. Os fabricantes dos marcapassos se reservam o direito de apenas comunicar que seus equipamentos atendem à norma internacional ISO 14117 (Dispositivos Médicos Implantáveis Ativos – Compatibilidade Eletromagnética – Protocolos de Teste de Compatibilidade Eletromagnética para Marcapassos Cardíacos Implantáveis, Desfibriladores Implantáveis e Dispositivos de Ressincronização Cardíaca), atualizada em 2019, que define no item 4.8 Proteção Contra Exposição a Campo Magnético AC na Faixa de 1 Hz a 140 kHz, uma intensidade de 150 A/m aos quais os dispositivos cardíacos implantáveis devam ser expostos sem apresentar alterações no seu funcionamento. Os fabricantes dos sistemas de segurança de mercadorias não informam a potência de seus equipamentos, porém o estudo SPCICED TEAS realizado em 1998, que contou com a participação dos principais fabricantes americanos desses sistemas, relatou terem medido uma intensidade de campo magnético de 310 A/m próximo às antenas emissoras. Sendo assim, este estudo explorou a possibilidade de atenuar campos magnéticos gerados na mesma frequência utilizada por esses sistemas antifurto do tipo Acústico Magnético através de placas de aço silício e de alumínio, que se mostraram promissoras na confecção de blindagens pessoais. O aço silício apresentou um poder de blindagem considerável mesmo nesta frequência, porém foi superado pelo alumínio em todas as posições em que pelo menos uma face estava transversal às linhas de fluxo magnético. Os resultados forneceram grandes subsídios para o desenvolvimento de blindagens para atenuarem campos magnéticos de alta frequência.

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica, crônica, não transmissível, com etiopatogenia heterogênica, desencadeada por defeitos na secreção e/ou ação da insulina, ocasionando distúrbios do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. É considerado um problema de saúde pública devido sua prevalência, impacto em morbimortalidade, e suas complicações. O IDF registrou 537 milhões de indivíduos com DM em 2021, sendo que 80% dessa população vivem em países com baixa e média renda. O Brasil é o quarto país no mundo em quantitativo de casos de DM, e 50% dos diabéticos não possuem conhecimento do diagnóstico. Diagnosticar e iniciar o tratamento de forma precoce previne e retarda complicações agudas ou crônicas, micro e macrovasculares, renais e neurológicas; diminuindo a mortalidade e morbidade; e reduzindo o custo para as famílias e o sistema de saúde. O tempo de diagnóstico de DM está associado ao aumento do risco de desenvolver doenças do pé diabético, sendo uma das complicações mais frequente nesses indivíduos. O gasto em saúde com portadores de DM é de US$ 727 bilhões de dólares anuais, mensurado pela IDF em 2021. O objetivo deste estudo é analisar a eficiência econômica das tecnologias disponibilizadas pelo SUS para o tratamento de feridas e úlceras nos pés de pacientes com diabetes Mellitus tipo I e II. Esta pesquisa foi realizada por meio de uma revisão sistemática em que diferentes fontes foram analisadas e discutidas. Como resultado foram triados 10 artigos elegíveis, sendo 05 ECR, para este estudo e nessa análise foram observados: a telemedicina no tratamento do pé diabético foi eficaz e gerou economia significativa ao sistema de saúde; o aloenxerto humano desidratado de âmnio e córion apresentou melhor custo-utilidade se comparado ao tratamento padrão isolado do pé diabético gerando economia. Foram observados nos estudos analisados um significativo ônus econômico e sanitário para o sistema de saúde, o que evidencia a urgência de políticas públicas voltadas a prevenção. Observou-se ainda a necessidade de identificar as melhores tecnologias em saúde e seu custo-benefício para o sistema público de saúde. Conclusão: A telemedicina se mostrou eficiente ao triar de forma rápida as úlceras do pé diabético, foi eficaz no curso do tratamento, e se mostrou economicamente viável e com menor custo se comparado ao ambulatório. Com relação ao tratamento o aloenxerto humano desidratado de âmnio e córion apresentou custo-utilidade em comparação ao tratamento isolado. Outros estudos econômicos e projetos de intervenção são necessários para inserir essas mudanças no sistema de saúde de forma permanente melhorando o tratamento e o prognóstico dos pacientes com úlcera do pé diabético, e reduzindo os custos relacionados com esses indivíduos no SUS.

Introdução: Fibrose Cística uma doença autossômico-recessiva e multissistêmica, resultante de mutações no sétimo cromossomo humano na posição 7q13, variantes patogênicas em ambos os alelos do gene Regulador de Condutância Transmenbranar de Fibrose Cística (CFTR) que codifica uma proteína de mesmo nome, responsável por codificar a proteína reguladora da condutância transmembrana de cloro, causando disfunções de desregulação dos níveis eletrolíticos das células do corpo, muitas vezes considerada uma doença severa que muito impacta o sistema respiratório.
Objetivo: Estudar o quadro atual do tratamento dessa enfermidade e as condições para a melhorias da qualidade de vida diária dos pacientes tratados com o moduladores da disfunção do CFTR.
Metodologia: Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica exploratória seguida de revisão sistemática guiada pela estratégia PICO, acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes”, traduzido como Desfecho.
Conclusão: Os medicamentos moduladores da CFTR (ivacaftor, lumacaftor e tezacaftor), administrados em monoterapia ou em combinação, estão a revolucionar o tratamento da FC. Embora não sejam curativas, essas terapias já representam perspectivas de prolongamento e aumento da qualidade de vida da população portadora da FC, reduzindo principalmente o número de exacerbações pulmonares.