NARRATIVAS RACIALIZADAS DE MUJERES NEGRAS, BRASILEÑAS Y COLOMBIANAS, EN TRÁNSITOS: MIGRANTES ACADÉMICAS EN EL CONTEXTO ESTADOUNIDENSE (2010-2022).
Palavras-chave: narrativas racializadas, mulheres negras, mulheres latino-americanas, trânsitos, migrantes universitárias qualificadas, Estados Unidos da América.
Esta tese é resultado de pesquisa de doutoramento em Ciências Sociais e Estudos Comparados nas Américas (ELA - UnB). O texto recria as narrativas racializadas de um grupo de mulheres negras, brasileiras e colombianas, universitárias, migrantes e/ou em trânsito em cidades dos Estados Unidos entre 2010 e 2022. O trabalho destaca alguns elementos descritivos específicos dos contextos em que transitaram, e suas trajetórias de vida, baseados em experiências significativas relacionadas ao seu lugar como mulheres racializadas no país de origem e no país de destino. São apresentadas as narrativas de nove mulheres com estudos de pós-graduação em universidades de prestígio nos Estados Unidos, contextos em que mulheres negras e racializadas são legendariamente colocadas em uma posição subalterna. A estratégia metodológica para esta pesquisa alude a uma perspectiva qualitativa e comparativa no campo das ciências sociais. Deve-se notar que os dados empíricos, ou seja, suas narrativas, foram analisados de forma interseccional, levando em conta categorias como etnia, raça, classe social, gênero, educação e língua, entrelaçadas com nacionalidade, migração qualificada, nível acadêmico, proficiência em uma segunda língua como o inglês e o soque do espanhol e do português. As narrativas condensam os significados específicos para as entrevistadas e os contextos em que elas viveram sobre as construções "Mulher Negra" e "Mulheres Negras da América Latina e do Caribe". Trazem também os significados sobre "Como é ser uma mulher negra em trânsito nos Estados Unidos para migrantes universitárias qualificadas, brasileiras e colombianas? Nas narrativas, prevalece o olhar dos outros a partir de uma lógica colonial e de poder; o lugar da mulher negra lido principalmente a partir da categoria racial e o papel de subalterna, exotizada e em relação aos legados da escravidão. As histórias mostram como as entrevistadas enfrentam a desvalorização por causa de suas nacionalidades brasileiras e colombianas, seus sotaques, cor da pele, classe social e gênero. Torna-se claro em algumas interações que, apesar de serem profissionais altamente qualificadas, é difícil a elas pertencer e adaptar-se a cenários migratórios privilegiados, sendo na maioria dos casos "a única ou uma das poucas mulheres negras neles"; uma imagem que muitas vezes reflete o racismo estrutural.