Imagens em Movimento nas Artes Visuais do Brasil
Imagens em movimento; Experimentalismo; Conceitualismo
O objetivo desta pesquisa é analisar e problematizar a produção pioneira desenvolvida
por artistas visuais no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1970, com a imagem em
movimento: filmes, vídeos e audiovisuais (projeções de slides em sincronia com trilha
sonora). Este conjunto de trabalhos introduziu novas propriedades no campo das artes.
Aspectos temporais e narrativos foram elaborados e assimilados ao vocabulário e às
práticas artistas, em um período marcado por uma forte experimentação de linguagens e
pelo advento do conceitualismo. A pergunta principal deste trabalho é se existiu, ou se
ainda existe, uma diferença substancial entre a videoarte, o filme de artista e os
audiovisuais que justifique sua separação em categorias e análises distintas, como
ocorre na história da arte brasileira. Exploraremos se esta divisão não acabaria
reforçando a ideia de especificidades dos meios, um dos principais alvos das críticas à
arte moderna. Nossa hipótese é de que, pelo menos nos trabalhos desta época, a questão
do suporte de captação e exibição destas imagens em movimento são exógenas às obras
e consequentemente às intenções e poéticas dos artistas. Para testá-la, iremos cotejar e
nos aprofundar nos principais textos da literatura sobre as imagens em movimento, tais
como os escritos de Walter Zanini e Arlindo Machado. Também, através da análise
empírica de alguns destes trabalhos e o estudo das principais exposições com a imagem
em movimento que ocorreram no Brasil, buscaremos compreender de que maneira estas
obras participam e dialogam com as mudanças da arte contemporânea, como a
desmaterialização do objeto artístico e a ampliação das fronteiras das artes (diálogos
com outros meios). A ligação entre arte e tecnologia atravessa nosso estudo, assim
como a crença de um papel transformador e social da arte.