Banca de DEFESA: Aline Costa Almeida Araujo

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Aline Costa Almeida Araujo
DATA : 17/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: PPGA
TÍTULO:

BEM-ESTAR E MAL-ESTAR NO TRABALHO DE POLICIAIS FEDERAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: Ergonomia da Atividade. mal-estar no trabalho. Policial. Qualidade de Vida no Trabalho.


PÁGINAS: 143
RESUMO:

O interesse pelo bem-estar no trabalho tem sido crescente tanto na academia quanto nas organizações ao longo de décadas destacando-se estudos que buscam compreender as experiências individuais e coletivas dentro de categorias profissionais diferentes. Cada grupo ou categoria está circunscrito em dinâmicas próprias, decorrentes dos cenários específicos e da própria natureza do trabalho realizado. Nesse sentido, os policiais constituem uma categoria apontada como especialmente suscetível a altos níveis de estresse e problemas de saúde mental quando comparados à população geral. Aspectos organizacionais e do conteúdo do trabalho são fatores que contribuem para que esses profissionais vivenciem essas experiências no trabalho. A revisão de literatura sobre o bem-estar de policiais indica uma série de lacunas sobre variáveis antecedentes e suas relações, incluindo variáveis contextuais, pessoais e socioprofissionais. A presente pesquisa teve o objetivo de analisar as vivências do bem-estar/mal-estar no trabalho de policiais no contexto da Polícia Federal. Mas especificamente, buscou-se identificar as principais fontes de bem-estar/mal-estar no trabalho, descrever os níveis de bem/mal-estar no trabalho, verificar se existem diferenças nos níveis de bem-estar no trabalho quanto ao estágio da carreira, ao cargo ocupado e ao gênero e comparar as fontes de bem/mal-estar no trabalho em função das categorias socioprofissionais. A pesquisa está amparada no modelo teórico-metodológico de Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho, que se fundamenta na ergonomia da atividade e dialoga com achados da Psicologia Organizacional e da Gestão de Pessoas. O estudo adotou uma abordagem quali-quanti, com recorte transversal, e foi conduzido com 635 policiais federais. Foi aplicado um questionário, hospedado em uma plataforma online externa à organização, composto por itens socioprofissiográficos, itens fechados para mensuração do afeto positivo, realização no trabalho e afeto negativo e duas questões abertas sobre as fontes de bem-estar e mal-estar no trabalho. Quanto às análises de dados, foram realizadas análises descritivas (média, desvio padrão e variância) e inferencial (Teste F e de Kruskal-Wallis e Teste HSD de Tukey). No que tange à parte qualitativa, foram utilizadas estatísticas textuais clássicas, pesquisa de especificidades de grupos, classificação hierárquica descendente, análises de similitude e nuvens de palavras sobre os corpus textuais e as tabelas de indivíduos por palavras. Os procedimentos de análise qualitativa foram elaborados por meio do aplicativo Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires- IRaMuTeQ. Quanto aos resultados,

observa-se que afeto positivo e negativo coexistem no trabalho de policiais federais, o que vai ao encontro de outros estudos com amostras de profissionais de categorias diferentes. Observa-se também uma vivência moderada de realização no trabalho, indicando que os policiais federais se identificam com as atividades desempenhadas na instituição. Quando testadas as possíveis diferenças dos resultados quantitativos do bem-estar no trabalho em função das variáveis socioprofissionais, foram identificadas algumas diferenças estatisticamente significativas nas pontuações de afeto positivo, afeto negativo e realização em relação ao cargo, carreira e lotação. Sobre as fontes de bem-estar, foram identificados dois núcleos temático estruturadores do discurso, o primeiro composto pelos conteúdos de servir a sociedade, reconhecimento externo e bom relacionamento com a equipe de trabalho, e o segundo núcleo formado pela estabilidade e segurança financeira. Ao analisar as especificidades dos discursos em função das variáveis socioprofissionais foi possível sustentar a afirmação de que as representações dos policiais federais quanto ao bem-estar no trabalho é similar. Quanto às fontes do mal-estar no trabalho, foram identificados quatro núcleos temáticos. O primeiro composto pela relação interpessoal negativa, gestores inexperientes e despreparados, Judiciário e a burocracia; o segundo núcleo formado pela falta de oportunidade de progressão na carreira, falta de reconhecimento interno, falta de autonomia; o terceiro núcleo representado pela injustiça organizacional e a diferença de tratamento entre cargos, e o quarto núcleo composto pela gestão ineficiente. Quanto às especificidades em função das variáveis socioprofissionais, foram identificadas algumas diferenças em relação ao cargo e ao tempo de serviço policial. O presente estudo traz contribuições tanto para o âmbito acadêmico quanto para o âmbito gerencial. Primeiramente, preenche diversas lacunas sobre o bem-estar/mal-estar de policiais, oferece sustentação empírica ao modelo teórico-metodológico do EAA_QVT, levanta novos pontos para reflexão sobre a temática e aponta uma agenda de pesquisa. No âmbito gerencial, oferece insights aos gestores e formuladores de políticas organizacionais ao diagnosticar e mapear as fontes de bem-estar e mal-estar no trabalho dos policiais federais e mensurar essas vivências. Destaca-se, assim, um conjunto de indicadores que pode embasar uma futura elaboração de política e programa de qualidade de vida no trabalho e avaliações de impacto das ações organizacionais e gerenciais.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - Elka Lima Hostensky - UFSC
Interna - 2315555 - GISELA DEMO FIUZA
Presidente - 1808014 - TATIANE PASCHOAL
Notícia cadastrada em: 16/04/2024 11:52
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