ENSAIOS SOBRE CAPACIDADE DE INOVAÇÃO NO JUDICIÁRIO
Capacidade de Inovação; Inovação no Judiciário; Tribunais; Setor Público.
O tema da inovação no setor público tem atraído interesse de organizações de justiça no intuito de alcançar maiores níveis de eficiência e efetividade na prestação de seus serviços. Nesse contexto, entender a inovação no Judiciário apresenta-se como um tema relevante e carente de investigação. Visando contribuir para a redução dessa lacuna de pesquisa, este trabalho, apoiado nas abordagens da Visão Baseada em Recursos e das Capacidades Dinâmicas, propõe identificar e mensurar os principais fatores associados à capacidade de inovação no Judiciário. A partir da sistematização da literatura científica recente, um modelo teórico explicativo é proposto, englobando: Liderança, Comportamento Inovador, Colaboração, Recursos Organizacionais, Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação. As implicações teóricas e práticas do modelo são discutidas, com apresentação de seis proposições a serem testadas mediantes pesquisa empírica. Em continuidade, são indicadas mais duas fases de pesquisa, com abordagem mista. Na segunda fase, de abordagem qualitativa e com o uso de entrevistas, se propõe a investigação da percepção de juízes e de servidores de distintos tribunais judiciais brasileiros a respeito do processo de inovação no Judiciário, visando identificar fatores que influenciam o desenvolvimento e a adoção de inovações nessas instituições. Os dados desta fase serão analisados com uso de técnicas de análise de conteúdo e com o apoio de um ou mais softwares apropriados para análise de dados de entrevistas. Na terceira fase, quantitativa, propõe-se a construção, a validação e a aplicação de escala para mapear esses fatores com juízes e servidores do judiciário brasileiro. Os dados coletados nessa escala serão analisados por meio de técnicas estatísticas uni e multivariadas, como estatísticas descritivas, Análise Fatorial Confirmatória - AFC e Modelagem de Equações Estruturais - MEE. Ao final, espera-se que contribuições acadêmicas e práticas possam ser evidenciadas e que a pesquisa desenvolvida possa contribuir para o desenvolvimento da ciência no campo da Administração da Justiça.