O BEM-ESTAR E O DESEMPENHO SUSTENTÁVEL DOS EMPREGADOS NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO EM TELETRABALHO: uma abordagem multimétodo
Teletrabalho, bem-estar, desempenho, multimétodo, HPWT
O objetivo deste trabalho foi descrever como se dá a relação de bem-estar e desempenho na prática do teletrabalho de bancários, ou seja, esta relação é linear ou apresenta outras configurações quando se centra no indivíduo e como são suas verbalizações. A pesquisa inova incluindo a abordagem multimétodo com teste de quatro hipóteses. Hipótese 1 afirmava que os empregados que em teletrabalho apresentariam bem-estar maior quando comparados aos empregados presenciais. Hipótese 2 sugeria que os empregados em condição de teletrabalho teriam autoavaliação maiores de desempenho quando comparados aos presenciais. Hipótese 3 esperava-se que fossem encontrados quatro perfis da relação entre bemestar e desempenho. Hipótese 4 esperava que o quadrante feliz e produtivo apresentasse lexos mais positivos quando comparados aos demais. Esta pesquisa de recorte transversal respondida por 255 bancários, foi realizada com aplicação de questionários semiestruturados. O bem-estar geral foi composto por emoções positivas e negativas e satisfação no trabalho e o desempenho geral por desempenho contextual e de tarefa, medidas com aceitáveis qualidades psicométricas. Comparando os grupos, nem o bem-estar e nem o desempenho se diferenciam, refutando Hipóteses 1 e 2, e diferente do que se esperava, foram encontrados 3 perfis, refutando parcialmente H3. Da análise lexical emergiram 5 classes: Classe1 - Produtividade e economia de tempo, Classe2 - Necessidade de contato pessoal, Classe3 - Comparação com os colegas, Classe4 - Comportamentos assediosos e Classe5 – Segmentação família-trabalho. As classes mostram diferenças significativas para o grupo infeliz e produtivo entre duas das cinco classes que descrevem comportamentos de afastamento do trabalho e marginalmente significativo para a classe quatro que descreve comportamentos assediosos. O diagnóstico pode ser utilizado como forma de redução de danos, mas não aumento de recursos. Os sintomas evitativos e orientados para a família encontrados podem estar encobrindo um profundo sofrimento no trabalho, configurando possível estratégia de sobrevivência.