Banca de DEFESA: Luiz Fernando Câmara Viana

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Luiz Fernando Câmara Viana
DATA : 13/12/2023
HORA: 10:00
LOCAL: PPGA
TÍTULO:
 Em face de um choque: Inovação e resiliência regional em uma economia emergente

PALAVRAS-CHAVES:

 resiliência regional, inovação, choque, Covid-19, adaptabilidade.


PÁGINAS: 185
RESUMO:

Eventos que produzem efeitos econômicos adversos, como a crise financeira de 2008–2010, a pandemia de Covid-19 e o conflito na Ucrânia, têm impactado as economias regionais, e suscitado o interesse tanto pelas condições antecedentes que possibilitam prever resiliência regional, quanto pelos mecanismos acionados diante de um choque. Nesse contexto, esta tese avaliou a inovação, ex ante e em reação a um choque, no processo de resiliência regional. Para alcançar esse objetivo, foi desenvolvida uma pesquisa multimétodo, dividida em quatro estudos interdependentes. Inicialmente, uma revisão de escopo percorreu as bases Scopus e Web of Science e analisou 48 artigos teórico-empíricos com o uso do software MaxQDA e uma análise de correspondência múltipla apoiada por bibliotecas para a linguagem R. Posteriormente, uma regressão logística verificou a relação entre indicadores de inovação pré-choque e a resiliência regional dos 101 municípios brasileiros mais populosos, considerando os efeitos da pandemia de Covid-19. As investigações subsequentes se aprofundaram nos mecanismos de reação ao choque e nas contribuições dos atores regionais. O primeiro estudo é um piloto realizado no cluster calçadista de São João Batista, Santa Catarina, com coleta de dados por meio de entrevistas com um roteiro semiestruturado e análise temática com saturação categorial. Essa pesquisa exploratório-descritiva tem um caráter estrutural na tese, por fundamentar as (sub)categorias de análise e orientar o quantitativo de participantes do próximo estudo. Em seguida, foi conduzido um estudo de múltiplos casos com as indústrias calçadistas de Franca, São Paulo, e Campina Grande, Paraíba. Além das entrevistas, essa investigação empírica também utilizou dados secundários. Além disso, como complemento à análise temática, realizou-se uma análise de conteúdo quantitativa por meio do software KH Coder. Em conjunto, os achados mostram que havia uma visão estreita sobre a inovação como preditora de resiliência regional, ou ainda abrangente, no que diz respeito à capacidade adaptativa. Também revelam que os níveis de inovação pré-choque não aumentaram a probabilidade de resiliência nos municípios brasileiros amostrados, o que impossibilitou a confirmação da associação positiva conjecturada. Em adição, a observação dos efeitos do choque mostrou que os trabalhadores, as empresas terceirizadas prestadoras de parte do processo produtivo e as pequenas fábricas foram afetadas de modo particular. Especificamente no cluster de São João Batista, também ocorreu a emigração de trabalhadores qualificados, moldada pelos preços dos aluguéis de imóveis. Nos casos investigados, a reação envolveu medidas de contenção de gastos, a manutenção do status quo, a provisão de suporte e inovações incrementais. Essas inovações emergiram na busca tanto de diminuir os efeitos negativos quanto de recuperar a economia. Todavia, a resposta não foi simétrica nos casos investigados, o que indica a ocorrência de efeitos território e portfólio. Essas descobertas têm implicações teóricas. A tese mostra que a inovação não é um determinante suficiente da resiliência regional, mas que há indícios de um processo recursivo entre os fenômenos, que preocupa regiões de economias emergentes ou subdesenvolvidas. Quando ocorre um choque, a reação emerge de ações heterogêneas e de interações que contrastam com a divisão entre momentos de absorção e de resposta. Nesse contexto, a relação proposta é que a dimensão da adaptabilidade exerce influência na resistência e na recuperação, bem como molda a vulnerabilidade a eventos futuros. Ademais, os resultados desta tese fornecem orientações para a formulação de estratégias e políticas públicas, a fim de se obter regiões mais resilientes.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ISABEL DIEZ-VIAL
Externa à Instituição - AURORA CARNEIRO ZEN - UFRGS
Interno - 1856618 - KARIM MARINI THOME
Interna - 1905467 - PATRICIA GUARNIERI DOS SANTOS
Externo à Instituição - VALMIR EMIL HOFFMANN
Notícia cadastrada em: 27/11/2023 14:23
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