‘Nasci, criei e tô aqui até hoje’ - As espetacularidades do cotidiano rural no Altar do Menino Deus e Folia de Nossa Senhora do Livramento, em Canápolis (BA).
Etnocenologia, espetacularidade, catolicismo, tradição, Oeste da Bahia.
Esta tese tem como propósito compreender como o Altar do Menino Deus e a Folia de Nossa do Livramento, manifestações sagracionais que acontecem há várias décadas no Jataí, comunidade rural de Canápolis (BA), no Território de Identidade Bacia do Rio Corrente, Oeste da Bahia, têm resistido na contextualidade da região que se transformou em uma das mais recentes fronteiras agrícolas do Brasil. Reconhecidas pela Etnocenologia como fenômenos sociais extraordinários da cena contemporânea, essas manifestações são marcadas por resíduos do devocionário colonial português, pelas culturas afro-indígenas e constituem um espaço de socialização rural e de resistência cultural. Esta tese é estruturada a partir da subjetividade existencial da rezadeira dona Pulu, faz uma abordagem transdisciplinar e cosmoperceptiva sobre essas tradições que transgridem a rotina do cotidiano rural do território com estéticas sonoras e visuais, reunindo gente de várias comunidades para celebrar a poíesis da fé, o estar juntos em festa e com o sagrado.