TRANSCENOGRAFIA: a emergência do termo como resposta à dinâmica das práticas cenográficas em múltiplas plataformas artísticas e expressivas
Transcenografia; cenografia; teatro; cinema; exposições
Esta tese visa propor um novo termo, um conceito denominado transcenografia, resultado da combinação do prefixo trans + cenografia. Este prefixo é herdado, principalmente, de sua aplicação em um conjunto de conceitos consolidados, discutidos em capítulos específicos, relacionando com o assunto em questão. Esse agrupamento de termos inclui transmídia, transculturação, transculturalidade e transcriação, contribuindo para a construção de um arcabouço teórico para, enfim, tecer a alternativa para o campo de limites indefinidos, no qual identificamos que a cenografia se encontra. Pretendemos, então, superar obstáculos epistemológicos dos termos utilizados atualmente, face a possibilidade de uma proposta mais abrangente e condizente com as práticas da área. O termo proposto, transcenografia, evoca uma concepção de cenografia em constante deslocamento e metamorfose, tendo passado por diversos processos de tradução, transcriação ou transculturalidade, por exemplo, sendo permeada pela transmidiação. Trata-se de um movimento, é o entre, é o através. Ela pertence a todos os lugares, mas também a lugar nenhum. Ela não impõe hierarquias, ela perde, doa, absorve, se transforma e forma algo novo. A transcenografia é fruto do contato, do atrito e do deslocamento. Como exemplos práticos para discussões direcionadas, selecionamos duas obras do mainstream e plasticamente robustas: Bettlejuice e Moulin Rouge, além de outros exemplos em que dedicamos menor espaço, porém, de igual importância de verificação entre teoria e prática. Almejando, assim, a aproximação da teoria com a prática.