Dê um emprego a uma garota: Reflexões sobre Etnografia, Dinheiro, e sofrimento entre as mulheres sul-africanas.
Esta tese examina o maior programa de transferência de renda da África do Sul,
as child support grants (CSG), mediante a perspective de sete beneficiárias, todas
grávidas na adolescência, e três de suas crianças. Um quarto de século após a criação das
child support grants, seus benefícios educacionais, econômicos e na saúde de mães e
filhos foi demonstrado por pesquisa abundante. Em menor medida, também o foram os
limites do programa. Apesar disso, acadêmicos influentes têm proposto uma nova era de
transferência de renda como substituta de padrões de subsistência e cidadania centrados
no trabalho. Fundamentado em três períodos de trabalho campo presencial e oito meses
de pesquisa remota, afirmo que as lutas históricas por liberdade e trabalho se
entrelaçaram, deitaram raízes profundas na população negra e continuam a informar-lhes
os desejos e padrões de legitimidade. Como a fertilidade, a presença e a partilha, liberdade
e trabalho permanecem valores supremos na África do Sul, núcleo da infraestrutura moral
de sua população. O poder de última instância que esses valores têm em vidas concretas,
incluindo o prazer e o sofrimento que inspiram, apenas pode ser captado por uma
antropologia social atenta ao que Marcel Mauss chamou disciplines nourricières (direito,
moral e economia política). Em tom mais prospectivo, também afirmo que a psicanálise
pode ajudar etnógrafos a lidarem com interlocutores afetados por pobreza e outras formas
de violência social – sobretudo a violência de gênero.
Esta tese examina o maior programa de transferência de renda da África do Sul,
as child support grants (CSG), mediante a perspective de sete beneficiárias, todas
grávidas na adolescência, e três de suas crianças. Um quarto de século após a criação das
child support grants, seus benefícios educacionais, econômicos e na saúde de mães e
filhos foi demonstrado por pesquisa abundante. Em menor medida, também o foram os
limites do programa. Apesar disso, acadêmicos influentes têm proposto uma nova era de
transferência de renda como substituta de padrões de subsistência e cidadania centrados
no trabalho. Fundamentado em três períodos de trabalho campo presencial e oito meses
de pesquisa remota, afirmo que as lutas históricas por liberdade e trabalho se
entrelaçaram, deitaram raízes profundas na população negra e continuam a informar-lhes
os desejos e padrões de legitimidade. Como a fertilidade, a presença e a partilha, liberdade
e trabalho permanecem valores supremos na África do Sul, núcleo da infraestrutura moral
de sua população. O poder de última instância que esses valores têm em vidas concretas,
incluindo o prazer e o sofrimento que inspiram, apenas pode ser captado por uma
antropologia social atenta ao que Marcel Mauss chamou disciplines nourricières (direito,
moral e economia política). Em tom mais prospectivo, também afirmo que a psicanálise
pode ajudar etnógrafos a lidarem com interlocutores afetados por pobreza e outras formas
de violência social – sobretudo a violência de gênero.