ANÁLISE ESTRUTURAL E ULTRAESTRUTURAL DA CÓRNEA CANINA E FELINA
transplante, enxerto, ceratoplastia, banco de córneas, cães, gatos
A córnea, avascular e translúcida, exerce fundamentalmente os papéis de proteção e refração ocular, devido a sua ultraestrutura altamente especializada. É composta histologicamente pelo epitélio, estroma, membrana de Descemet e endotélio. A manutenção estrutural e funcional da córnea está diretamente ligada à função refrativa, sendo a córnea responsável por cerca de 80% do poder refrativo dos olhos. Disfunções e opacidades em qualquer meio de refração - córnea, humor aquoso, lente e o humor vítreo - interferem na formação das imagens.
Afecções corneanas são frequentemente diagnosticadas em cães e gatos. Dentre tais afecções estão as ceratites ulcerativas profundas e as perfurações corneanas, são frequentemente diagnosticados como causas mais comuns de tais lesões em cães, as anormalidades palpebrais e de cilíos como, entrópio, triquíases, distiquiases, cílios ectópicos, bem como, os traumas por arranhaduras, abrasões, queimaduras químicas e corpos estranhos. Em gatos, o sequestro corneano é elencado como uma das principais afecções que potencialmente podem levar a déficit visual.
Na busca por uma alternativa eficaz para preservação da acuidade visual de cães, os transplantes de córnea têm sido estudados na oftalmologia veterinária, pois geralmente favorecem uma melhor cicatrização e, consequentemente, redução de opacidades pós-operatórias e defeitos na curvatura da córnea.
No entanto, embora a córnea seja considerada um dos melhores tecidos para ceratoplastias penetrantes, discos corneanos frescos nem sempre estão disponíveis na rotina clínica. Além disto, verifica-se uma escassez de estudos na Medicina Veterinária quanto à preservação deste tecido e aos métodos de conservação que permitam seu armazenamento. Este estudo visa analisar por técnicas de microscopia de luz, microscopia eletrônica de transmissão e varredura, córneas caninas sadias preservadas a frio em meio Eusol-C® a 4ºC e, amostras criopreservadas. Bem como, avaliar o impacto do sequestro corneano na estrutura e função da córnea felina.