Arquitetura de Severiano Mário Porto: padrões projetuais e desempenho ambiental
Arquitetura popular; Amazônia; ventilação natural; luz natural; proteção solar
A arquitetura popular da Amazônia brasileira destaca-se pela utilização de recursos locais e uma notável capacidade de integração com o ambiente, em que seus principais exemplares são modelos indígenas e ribeirinhos. A análise desses modelos arquitetônicos representa uma oportunidade valiosa para diversificar abordagens na criação de formas e espaços, além de orientar decisões eficazes. Essa reflexão sobre o existente impulsiona a imaginação em direção a alternativas inovadoras, especialmente considerando que a essência de edifícios com elevado desempenho ambiental está em sua forma arquitetônica, estabelecendo assim uma estreita relação entre arquitetura e clima local. Nesse contexto amazônico, Severiano Mário Porto dedicou quase quatro décadas de sua carreira, desenvolvendo mais de 300 projetos em diversas localidades, com variadas tipologias e materiais. Sua abordagem arquitetônica simbiótica fundia habilidades artesanais com princípios de racionalização da construção civil, demonstrando uma consciência intrínseca nas concepções projetuais e um claro compromisso com as questões regionais. Esta pesquisa propõe uma análise detalhada dos projetos de Severiano, identificando elementos construtivos recorrentes e avaliando suas estratégias para garantir desempenho térmico e lumínico, incluindo aspectos como proteção solar, luz natural e ventilação. Para tanto, é realizado o levantamento de sua obra e feito um recorte tipológico e geográfico, em que especula-se sobre o desenvolvimento de padrões de projeto adequados e adaptados ao contexto climático local, explorando influências diretas das técnicas e saberes das comunidades tradicionais no legado de Porto.