"DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E CARACTERIZAÇÃO DE CURATIVO BASEADO EM LÁTEX NATURAL (HEVEA BRASILIENSIS) CONTENDO EXTRATO DE BIOXINA (BIXA ORELLANA L) PARA AVALIAÇÃO DE FERIDAS INFECTADAS"
Bixa orellana L., Látex Natural, Bioatividade, biomateriais
Úlcera de Pé Diabético (UPD) está entre as principais causas de hospitalização em diabéticos em decorrência de complicações associadas a altas taxas de amputação. Além disso, UPD representa alto custo para o Sistema Único de Saúde (SUS), representando um grave problema de saúde público. Assim, destaca-se a necessidade de investimento público para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a busca de estratégias terapêuticas curativas. Nosso grupo desenvolveu um sistema terapêutico para neoformação tecidual, denominado Rapha® o qual consiste no uso concomitante de fototerapia e curativo baseado em biomembrana de látex natural (BLN), oriundo de Hevea brasiliensis, com curcumina, um biocomposto com atividade antiinflamatória. Os resultados clínicos foram muito promissores, visto que a cicatrização foi cerca de 60% superior em relação ao tratamento convencional do SUS. Todavia, este curativo não apresentou efeito antimicrobiano. Considerando que infecções bacterianas estão relacionadas com o agravamento da ferida e aumento das chances de amputações, neste trabalho será desenvolvido um curativo baseado em biomembrana de Hevea brasiliensis (BLN) contendo biativos do urucum (Bixa orellana L), a fim de avaliar sua segurança e seu potencial terapêutico relacionado à cicatrização bem como seus efeitos antimicrobianos em ratos com infecção induzida. O bioativo utilizado será a bioxina, que consiste em um extrato fitocomplexo, extraído da semente do urucum e com alta biodisponibilidade, padronizado em geranilgeraniol e tocotrienóis. A bioxina foi obtida de forma comercial por meio de doação pela empresa Purifarma®. Para a produção das biomembranas, látex natural e bioxina foram adicionados em um béquer e homogeneizados com auxílio de agitador magnético, Em seguida, adicionou-se água destilada, em temperatura ambiente e novamente homogeneizado em agitador magnético. A solução resultante foi transferida a tubos falcon e centrifugada sob alta rotação durante 10 minutos. Após centrifugação, a solução foi coada e adicionada em placas de petri de 90 mm de diâmetro com auxílio de pipetador automático. As placas foram acondicionadas em ambiente ventilado para repouso durante 48 horas e seguiram para estufa de secagem durante 1 hora. Após vulcanização, as biomembranas foram retiradas das placas de petri com auxílio de uma pinça e embrulhadas em papel manteiga e, em seguida, acondicionadas em papel grau cirúrgico. As biomembranas produzidas passaram por testes para controle de qualidade.