“Prematuridade e constituição psíquica – O sujeito na unidade de Terapia Intensiva Neonatal”
Prematuridade; Constituição Psíquica, Unidade de Terapia Intensiva neonatal
O bebê prematuro vem ganhando cada vez mais espaço em pesquisas de neonatologia e
neurociências. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018), a prematuridade, ou seja, quando
o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, foi a principal causa de mortalidade infantil em todo o mundo.
Dados do Ministério da Saúde (2020), mostram que, no Brasil, 11,7% dos partos ocorrem antes do tempo
esperado. Com isso, o Brasil ocupa a 10ª posição entre as nações onde são registrados mais casos de
prematuridade, (OMS, 2018). Assim, com nascimentos prematuros cada vez mais comum e a surpreendente
vontade de viver dos pequenos fora do ventre de suas mães, mesmo que tão precocemente, é algo que fascina
e instiga profissionais e pesquisadores a investigar
as competências dos bebês, dentro e fora do útero. A comunicação entre o neonato, sua família e os
profissionais que deles se ocupam parece ter atraído a atenção de pesquisadores, mas se percebe ainda a
necessidade de investigar e contribuir para que ela possa ser útil no processo de internação e após a alta
hospitalar. Quando a gestação é precocemente interrompida, o bebê para se adaptar à realidade aérea, vai
precisar de assistência adequada para sobreviver. Mas, não somente no campo físico, também psíquico e
relacional, uma vez que precisará interagir não somente com seus pais, mas com uma equipe de saúde
(Vanier, 2013). Perceber características de sujeito em um bebê dependente de equipamentos e de
profissionais de saúde faz-se necessário, uma vez que, essa suposição poderia ser o ponto de partida para a
entrada do outro na relação do bebê com o mundo ao seu redor e incluí-lo nas tramas familiar e social da
qual faz parte. Esta pesquisa de doutorado em andamento busca analisar os aspectos interacionais do neonato
prematuro e seu entorno e sua relação com a constituição psíquica.