Banca de DEFESA: Carlos Alexandre Araujo Benício da Costa e Silva

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Carlos Alexandre Araujo Benício da Costa e Silva
DATA : 26/04/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Online
TÍTULO:

Elementos para a clínica da melancolia em um centro de atenção psicossocial


PALAVRAS-CHAVES:

Melancolia CAPS; Saúde Mental Pública; Atenção Psicossocial;
Psicanálise; Freud; Green


PÁGINAS: 101
RESUMO:

A melancolia e suas diversas acepções - nem sempre atreladas ao campo psicanalítico ou
psiquiátrico - têm acompanhado o desenvolvimento da humanidade desde a antiguidade. Nas
classificações atuais, após longo processo marcado pela invisibilidade - que inclui supressão e substituição
terminológica -, a melancolia tem sido utilizada para designar um subtipo dentro do amplo campo da
depressão. Tendo em vista ser a depressão um dos males que mais assolam os países - através do ônus em
demasia aos sistemas públicos de saúde, bem como pelo efeito substancialmente nefasto à força produtiva
de trabalho -, uma demanda contínua e cada vez mais densa tem acentuado a produção de psicofármacos
desde a década iniciada em 1970. Esses antidepressivos são utilizados de forma eficiente no tratamento da
depressão, e a partir da utilização massificada deles pode-se observar o contraste que se estabelece entre a
melancolia e a depressão, já que o sujeito invariavelmente esquiva-se da depressão – ou mesmo dela
consegue efetivamente se livrar - mas se mantém sob os efeitos da melancolia. Diante desse cenário,
através de uma análise exploratória e também propositiva, o presente estudo busca apresentar e
problematizar as nuances que acompanham as possibilidades do trabalho psicanalítico no contexto da
saúde mental pública brasileira e, de forma mais específica, as questões que perpassam a clínica da
melancolia a partir das experiências que se dão em um centro de atenção psicossocial (CAPS). Para o
desenvolvimento dessa intrincada tarefa, mostra-se de fundamental importância revisitar as importantes
contribuições e entendimentos promovidos pelas teorias de Sigmund Freud e André Green à constituição
psíquica da melancolia e à prática clínica a ela aplicada. Assim, partindo do referencial psicanalítico,
especificamente da articulação entre as perspectivas de Freud e Green, parte do trabalho tem como escopo
investigar o funcionamento da melancolia nos dias atuais, ou seja, as características de sua manifestação
na população que é assistida pelo CAPS e, principalmente, que tipo de clínica pode ser desenvolvida. O
retorno a Freud mostra-se inexorável quando nos remetemos aos conceitos centrais, enquanto Green se
destaca em circunstância da sua amplitude e da importância dos trabalhos desenvolvidos sobre a
psicanálise contemporânea, de forma a fornecer subsídios a uma contextualização atual. Perpassando por
noções angulares, numa intrínseca interlocução entre as teorias supracitadas, neste estudo a temática da
melancolia propele um desafio sobre a imposição de limites entre a neurose e a psicose, as questões
somáticas e as de ordem psíquica, os fatores estruturais e a demarcação de uma dinâmica atual. Frente a tal
intento, o manejo clínico exige atenção e escuta especiais, principalmente no tocante à crueldade e à
violência com as quais o Eu melancólico se defronta - tendo a si próprio como alvo da destruição -,
situação essa que deixa como marcas as paralisias nos processos de representação. E é nesse sentido que,
considerando o processo histórico de supressão da melancolia, se faz importante observar o cenário da
assistência pública, no qual se encontram os centros de atenção psicossocial, e o lugar de existência que 

eles conquistaram enquanto componentes centrais no campo da saúde mental. Perpassando pelo contexto
que favoreceu a implementação da Política de Saúde Mental e da Reforma Psiquiátrica, e com elas a
criação desses centros, o estudo que se segue promove ainda a discussão de aspectos da constituição e do
funcionamento do CAPS - bem como as aproximações do referencial psicanalítico em direção ao discurso
da Reforma - para, posteriormente, caracterizar e compreender a clínica da melancolia nesse contexto,
através de elementos como o convívio e a prática de trabalhos em grupo. Assim, esse estudo não se
restringe a apenas questionar o campo da saúde mental, mas a problematizar o trabalho da psicanálise nas
instituições públicas de saúde mental.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CLAUDIA MENDES FERES CARMO - SESDF
Interna - 1734473 - DEISE MATOS DO AMPARO
Presidente - ***.115.607-** - LUIZ AUGUSTO MONNERAT CELES - UnB
Externo à Instituição - ROBERTO MENEZES DE OLIVEIRA - UNIEURO
Externa à Instituição - Tania Inessa Martins de Resende - CEUB
Notícia cadastrada em: 12/04/2024 12:30
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