Projeto Pedagógico do Curso

O perfil do egresso do curso de licenciatura em pedagogia a distância é de professores formados para o exercício da docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, em suas diversas modalidades e nos cursos de formação que exijam conhecimentos pedagógicos, para os diferentes sujeitos da aprendizagem, bem como para exercerem atividades de planejamento, implantação e avaliação de programas e projetos educativos em espaços organizacionais onde a atuação profissional do pedagogo seja demandada. A formação do pedagogo exige capacidade e domínio de conteúdos básicos e específicos, produzidos por diversas áreas do conhecimento, necessários à formação do profissional da educação. Desse ponto de vista, o perfil do graduado em pedagogia a distância deverá contemplar consistente formação teórica, diversidade de conhecimentos e de práticas, que se articulam ao longo do curso. Assim sendo, o campo de atuação do licenciado em pedagogia a distância da Faculdade de Educação da UnB deve ser composto pelos seguintes aspectos: (a) docência, gestão em espaços escolares e não escolares, além de em outras áreas nas quais conhecimentos pedagógicos sejam previstos; (b) produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional.

Esta proposta pedagógica objetiva, em sua dimensão formativa, garantir a qualidade referenciada socialmente da formação dos profissionais pedagogos, comprometida com a construção de uma sociedade democrática. Nesse contexto o Núcleo Docente Estruturante (NDE), a partir de um trabalho coletivo, baseou-se nos seguintes princípios norteadores, para definição do perfil profissiográfico: (a) competência técnica, humana e política para o exercício da docência e da gestão; (b) domínio ou reconhecimento da dimensão técnica e humana da docência na educação básica e espaços não escolares; (c) compromisso social para o exercício da profissão, fundamentado nos princípios da interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética; (d) sólida fundamentação teórico-metodológica, que possibilite a formação profissional para o desempenho dos diferentes papéis e funções de docência, gestão educacional, produção e difusão de conhecimentos a partir do projeto pedagógico das instituições escolares, compreendendo o processo educativo em sua complexidade; (e) compromisso com a luta pela justiça social, entendendo a importância e a legitimidade dos direitos das minorias, da diversidade, da multiculturalidade e da inclusão social; (f) conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania; (g) desenvolvimento da pesquisa, da análise e da aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional; (h) funcionamento de sistemas e instituições de ensino.

A Educação a Distância foi, em seu início caracterizada por facilitar a participação em atividades educativas com flexibilidade de tempo ou localização geográfica. Ainda hoje, é comum a caracterização de uma dicotomia entre a educação 'presencial' e a educação realizada 'a distância'. Experiências práticas e formulações teóricas levaram ao longo dos anos para um modelo 'híbrido', reconhecendo que, particularmente na modalidade 'presencial', atividades envolvendo as TICs, ambiente virtuais de aprendizagem e atividades remotas e assíncronas eram (e são) cada vez mais comuns. Se na modalidade presencial caminhamos lentamente para a formalização desse hibridismo nas políticas públicas e na prática docente, o mesmo ainda não pode ser dito da educação formalmente 'a distância'. A oferta de educação a distância no Brasil prioriza e enfatiza a relação hierárquica e geograficamente distante entre alunos e professores, com a intermediação de um polo presencial, que 'apoia' e funciona como elo entre ambos. Buscamos, com esse projeto, caminhar, de forma cuidadosa, para a efetiva hibridização entre a modalidade 'presencial' e 'a distância'. Caminhamos em direção à uma educação 'aberta', que permita e ofereça aos alunos diferentes e diversas oportunidades e experiências para construção do seu aprendizado, com base nas suas necessidades e contingências. Esse modelo que é uma meta e um processo, se baseia nas orientações curriculares, em currículo estruturado, porém flexível e promove a oferta de oportunidades (disciplinas, oficinas, cursos de extensão, etc.) com algum grau de redundância (por exemplo, com facilidade de participação em disciplinas presenciais, a distância, híbridas e em outros formatos e modelos - mesclando sincronia e assincronia). Neste projeto político pedagógico de curso destacamos, entre outros, alguns princípios pedagógicos que estarão presentes na metodologia:  integração entre os diferentes componentes curriculares;  indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;  flexibilidade curricular;  aproximação progressiva à práxis profissional;  participação em projetos de iniciação à docência;  diversificação dos cenários de ensino-aprendizagem;  processo de avaliação com ênfase formativa. A proposta para o desenvolvimento das atividades nos diversos espaços formativos do curso enfatiza o emprego de metodologias diversificadas que possibilitem a interação entre estudantes, com os recursos educacionais e com docentes/tutores, de modo a favorecer uma aproximação significativa com os objetos de estudo. Exposições dialogadas, seminários, interação com diversos tipos de recursos educacionais digitais, propostas de ações práticas, visitas a escolas e participação em eventos configuram-se como metodologias apropriadas para atender aos objetivos do curso. Dessa forma, a equipe do curso, composta por coordenador de curso, professores supervisores, tutores a distância e coordenadores de polo atuarão para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, fomentando a interação e a colaboração entre os sujeitos nos diversos espaços presenciais e a distância. Quanto ao material didático, o curso dispõe de diferentes formatos de materiais (impresso, vídeos, hipermídias, dentre outros), também atendendo aos princípios de autonomia, interatividade e diversidade. Esse material é disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem Moodle. As atividades a distância também serão realizadas por meio do AVA, podendo ser assíncronas ou síncronas. Seguindo o modelo colaborativo, os alunos participam de grupos, de debates, com outros alunos e com os tutores, como parte das estratégias de aprendizagem. Combinam atividades individuais e em grupo e têm também uma orientação mais permanente. Nesse contexto, o AVA é reconhecido como uma ferramenta que permite acesso a várias fontes de informação, além de possibilitar que conhecimentos sejam desenvolvidos e socializados, utilizando diversos recursos e metodologias interativas e colaborativas. Em conformidade com o Decreto 9.057/2017, o curso ainda conta com atividades presenciais nos polos, tais como: aulas presenciais, estágios e avaliações. O polo de apoio presencial é um local estruturado para atender adequadamente os estudantes de cursos a distância. Localiza-se nos municípios/estados parceiros das universidades. O Polo atua como parceiro da Universidade de Brasília na cidade do estudante ou mais próxima dele, criando as condições para a permanência do aluno no curso, bem como o fortalecimento do vínculo do aluno com a universidade, valorizando a expansão, interiorização e regionalização da oferta de educação superior pública e gratuita em locais remotos e distantes. A organização e a estruturação do polo presencial são de responsabilidade das instituições locais. Polos efetivos são mantidos por um governo estadual ou municipal, enquanto polos associados são mantidos pelas Instituições de Ensino superior (IES) que compõem o Sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB), e são geralmente localizados nos campi das IES. São espaços compartilhados pelos diversos cursos atuantes e parceiros. Devem oferecer apoio pedagógico administrativo, bem como acesso a recursos educacionais e meios tecnológicos. Cabe a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ( CAPES) a determinação de requisitos mínimos em termos de recursos humanos e físicos para a abertura e credenciamento dos polos. O Polo tem a função administrativa de receber e encaminhar documentos e solicitações a Secretaria de Assuntos Acadêmicos (SAA) da UnB, portanto, é o local onde os estudantes entregarão e receberão documentos e deverão cuidar para manter atualizados seus dados pessoais. Deve prover um espaço acolhedor e funcional para o acesso ao ambiente virtual de aprendizagem, realização de atividades individuais bem como espaços de interação presencial entre alunos do curso.

A gestão do Curso de Pedagogia a distância está pautada nos princípios de gestão democrática adotados pela FE. Nesse processo, o Projeto Político Pedagógico se configura como elemento fundamental do desenvolvimento institucional da modalidade, pautado em uma concepção orientadora de educação, tendo como componentes: planejamento, direção e coordenação, acompanhamento e avaliação, da gestão de equipes multidisciplinares, dos recursos e das relações institucionais. Além disso, incluem o apoio aos alunos, o acompanhamento tutorial, a produção de materiais didáticos e o suporte tecnológico. A avaliação do curso de pedagogia a distância está inserida na avaliação da FE-UnB a qual proceder-se-á como heteroavaliação, autoavaliação e coavaliação. Essas modalidades de avaliação têm a função de regulação e monitoramento das ações de ensino, pesquisa e extensão a serem desenvolvidas pela Faculdade de Educação, e também de aprendizado, pois nenhuma avaliação deve ser feita se não tiver como objetivo a aprendizagem dos sujeitos envolvidos, mesmo sendo avaliações em larga escala, externas e outras. No que se refere à avaliação institucional e de curso, espera-se que por meio do seu resultado a FE e o curso de Pedagogia a distância reflitam sobre sua identidade, projetos e dimensões, para assim continuar sua trajetória no alcance dos seus objetivos. A heteroavaliação institucional será procedida a cada três (03) anos pelas agências estatais de avaliação de instituições e cursos de educação superior por intermédio de comissão externa de especialistas. A autoavaliação institucional acontecerá após a apresentação do relatório elaborado pela comissão de especialistas externos. A comunidade reunir-se-á em diversos momentos a partir das recomendações e orientações do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e de diversas formas para analisar o relatório apresentado, verificar sua pertinência e criar meios e condições de operacionalizar as sugestões apresentadas que foram consideradas pertinentes. Para a efetivação dos resultados da heteroavaliação, levar-se-á em consideração os aspectos da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes. Ele integra a “avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes”. Seus resultados nortearão as ações que deverão ser revistas para a continuidade do trabalho, verificando o que foi detectado como negativo e reforçando os aspectos que devem continuar e até mesmo serem aperfeiçoados. Em todos os momentos e em todas as formas de avaliação, os procedimentos avaliativos considerarão indicadores quantitativos e qualitativos, passíveis de serem criados em cada momento e modalidade avaliativa. Os indicadores avaliativos deverão demonstrar a especificidade da comunidade por segmentos, por atividades, por tipos, níveis e modalidades de cursos. Estes indicadores deverão incidir sobre o tripé constitutivo da Universidade: ensino, pesquisa e extensão de forma igualitária, evitando supervalorização de uma atividade acadêmica em detrimento da outra. Neste item também é importante ressaltar a Avaliação das disciplinas, que, conforme o Guia do Calouro da UnB, 2019, p.32, deve ser: proposta aos estudantes ao final do semestre letivo por meio de pesquisa sobre a percepção deles sobre o: • programa da disciplina – para identificar o valor atribuído pelo discente ao conteúdo proposto e a coerência entre ementa, programa, bibliografia e objetivos propostos; • ensino ministrado – para identificar o valor atribuído pelo discente ao desempenho docente no contexto da disciplina ministrada; • rendimento discente ou autoavaliação – para identificar a percepção dos estudantes sobre sua própria aprendizagem; • suporte institucional – para identificar o valor atribuído pelo discente às condições de infraestrutura física e laboratorial para as atividades propostas na disciplina. Assim, a avaliação do docente será realizada tanto pelo estudante como pela Faculdade de Educação e estará em consonância com as orientações da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB.

 

O processo de avaliação do curso envolve duas principais dimensões, a autoavaliação institucional e a avaliação externa. A autoavaliação institucional, conduzida pela Comissão Própria de Avaliação – CPA, produz uma série de indicadores relativos às condições da oferta do curso que estão associadas ao desempenho dos estudantes. Esses indicadores são decorrentes, basicamente, dos processos de Avaliação Discente e da Consulta à Comunidade Acadêmica. O primeiro trabalha com a percepção dos estudantes sobre as disciplinas que compõem o currículo do curso, a organização didática do trabalho docente e a o apoio institucional para a realização das disciplinas. O segundo permite compreender a percepção de discentes, docentes e técnicos sobre a infraestrutura da universidade, a gestão acadêmica e administrativa, as atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como os programas de suporte à permanência dos estudantes no curso. Além dessas avaliações, outros estudos produzidos pela CPA, como o estudo de egressos, fornecem importante base de reflexão sobre a qualidade da oferta do curso verificada nos processos acadêmicos e administrativos e nos resultados alcançados. A avaliação externa do curso, realizada pelo INPE/MEC, fornece resultados atinentes ao desempenho dos estudantes, além de dados sobre seu perfil socioeconômico e sua percepção a respeito de aspectos acadêmicos e administrativos do curso e da Universidade. De acordo com os princípios estabelecidos no PDI da UnB, os resultados obtidos nos processos avaliativos – a autoavaliação institucional e a avaliação externa – serão tratados com transparência e amplamente discutidos com os diversos sujeitos do Curso, por meio de seminários virtuais e/ou presenciais. As informações também serão sistematizadas e utilizadas pela coordenação do curso no planejamento pedagógico com os docentes. Também serão utilizados para a definição de políticas e ações institucionais direcionadas à qualidade da oferta do curso, bem como para o suporte à permanência dos estudantes e a formação acadêmica com êxito.

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