Projeto Pedagógico do Curso

As competências e habilidades elencados pela Resolução CNE/CNS 11/2002 [2] e pela ABEPRO desenham um perfil bastante amplo porém compondo um conjunto de qualificações, muitas delas interdependentes, esperado de um profissional de engenharia. O campo de atuação do Engenheiro de Produção vem se ampliando cada vez mais, da atuação gerencial quase que exclusiva no “chão de fábrica” dos engenheiros de produção formado pelos currículos estabelecidos pela Resolução CFE 48/76 [5], na qual a Engenharia de Produção era vista como uma habilitação específica dos ramos tradicionais da Engenharia, as áreas de Civil, Mecânica, Elétrica, Química, etc, vinculando a sua formação à base tecnológica correspondente, derivando daí os Engenheiros de Produção Civil, de Produção Mecânica, de Produção Elétrica, de Produção Química, etc. Destas habilitações específicas, o Engenheiro de Produção evoluiu para uma formação plena em produção, com atuação mais abrangente em coletivos humanos de uma maneira geral. Uma das características fundamentais do Engenheiro de Produção egresso da UnB será a capacidade de, como engenheiro, identificar, caracterizar e tratar adequadamente as formas de criação de valor associadas aos espaços econômico, político e cultural da sociedade, levando em conta os diferentes patamares de convivência pessoal, institucional e em rede. Dada a posição de destaque do setor de serviços no Distrito Federal, na área privada e, especialmente, no setor público, o egresso da UnB deverá ter condições de focar primariamente a produção de serviços, com ênfase em serviços públicos, atuando crítica e criativamente na identificação e solução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, ambientais e culturais, com visão ética e humanista. Nesse contexto, o egresso da UnB deverá ser capaz de entender não só a produção e alocação de bens e serviços por agentes privados e públicos no plano econômico, mas também a produção e alocação de comandos sancionáveis no plano político, nas esferas do legislativo, executivo e judiciário, nos níveis federal, estadual e municipal. Além disso, deve ter capacidade de abordar a realidade tecnológica, econômica, política e cultural do país e sua inserção no contexto mundial, incluindo seu papel em instituições como Mercosul, OMC, OIT, UNESCO, etc . Apesar do foco em serviços, a sua formação básica permitirá atuar também na fabricação de bens. Levando em consideração características regionais únicas do Centro-Oeste, o egresso da UnB deverá ter condições de atuar em áreas específicas como: • Agricultura: não só para a alimentação, mas também na produção de biocombustíveis;

• Logística regional:, face à grande importância para o escoamento da produção agrícola, seja na infra-estrutura de transportes seja nas facilidades de armazenamento; • Construção civil: que ocupa o segundo lugar na oferta de empregos; • Gestão de riscos: área de relevância cada vez maior numa abordagem sistêmica em todas as atividades da sociedade. Em termos comportamentais, deverá saber como trabalhar em equipe, inclusive desempenhando diferentes papéis na equipe.

As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Engenharia, Resolução CNE/CNS 11/2002 [2], definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos para a formação de engenheiros. O Art. 3º da referida resolução indica como perfil desejado do formando em Engenharia, uma capacitação para absorver e desenvolver novas tecnologias, com uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, que o estimule a uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade Segundo a ABEPRO [3], os egressos de um curso de graduação em Engenharia de Produção devem ser capazes de: • dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhoria contínua; • utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisão; • projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em consideração os limites e as características das comunidades envolvidas; • prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidades; • incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e processos, e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria; • prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade; • acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade; • compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no que se refere à utilização de recursos escassos quanto à disposição final dos resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade; • utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos; • gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias adequadas. Ainda segundo a ABEPRO, esses egressos devem ter as seguintes habilidades: • compromisso com a ética profissional; • iniciativa empreendedora; • disposição para auto-aprendizagem e educação continuada; • capacidade de comunicação oral e escrita; • capacidade de leitura, interpretação e expressão por meios gráficos; • visão crítica de ordens de grandeza; • domínio de técnicas computacionais; • domínio de língua estrangeira; • conhecimento da legislação pertinente; • capacidade de trabalhar em equipes interdisciplinares; • capacidade de identificar, modelar e resolver problemas;

• compreensão dos problemas administrativos, sócio-econômicos e do meio ambiente; • responsabilidade social e ambiental; • capacidade de pensar globalmente e agir localmente.

A Resolução CNE/CES 11/2002 [2] institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Engenharia, a serem observadas na organização curricular das Instituições do Sistema de Educação Superior do País. Estas diretrizes definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de engenheiros, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Engenharia das Instituições do sistema de Ensino Superior. Esta Resolução estabelece que o curso deve possuir: • um projeto pedagógico; • trabalhos de síntese e integração dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, sendo que pelo menos um desses deverá se constituir em atividade obrigatória como requisito para a graduação; • atividades complementares (iniciação científica, visitas técnicas, etc.); • um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a modalidade; • núcleo de conteúdos básicos com cerca de 30% da carga horária mínima; • núcleo de conteúdos profissionalizantes com cerca de 15% de carga horária mínima; • núcleo de conteúdos específicos que se constitui em extensões e aprofundamentos dos conteúdos do núcleo de conteúdos profissionalizantes; • carga horária mínima do estágio curricular deverá atingir 160 (cento e sessenta) horas

As atividades acadêmicas dos alunos nas diversas disciplinas do curso serão avaliadas de acordo com o que estabelece o Regimento Geral da Universidade de Brasília. O Estágio Supervisionado é atividade obrigatória no curso, devendo, portanto, serem implementados pela Coordenação do Curso mecanismos sistemáticos de acompanhamento e de cumprimento das normas de estágio definidas pela Faculdade de Tecnologia. A Comissão do Curso de Engenharia de Produção deverá elaborar regulamento específico para o Estágio Supervisionado no Curso de Engenharia de Produção. De forma análoga , a Comissão do Curso de Engenharia de Produção elaborará normas para disciplinar a realização do Projeto de Graduação, definindo os mecanismos efetivos de acompanhamento, orientação e avaliação. O Projeto de Graduação é um importante articulador e integrador dos conhecimentos disponibilizados durante o curso e constitui-se no momento de coroamento do curso.

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