Projeto Pedagógico do Curso

O egresso/profissional do Curso de Graduação em Enfermagem da FCE/UNB é um Enfermeiro com formação generalista, humanista, ética, com competência para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde e intervir sobre problemas/situações do processo saúdedoença-cuidado, com foco na prevenção de agravos, promoção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade, no contexto do Sistema Único de Saúde e na perspectiva da integralidade no processo de cuidado em saúde.


O ensino na perspectiva da formação profissional requer que o enfermeiro seja capaz de avaliar e gerir suas ações, o que implica em compreender os vários contextos onde ocorre o cuidado em enfermagem, ponderar as opções possíveis e realizá-las, tendo como meta amenizar os riscos envolvidos na assistência. Para tanto, há a necessidade de combinar as bases científicas e tecnológicas de conhecimentos, habilidades instrumentais e atitudes com as exigências da prática específica, incorporando a ética como elemento indissociável de um desempenho competente.


As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de Enfermagem instituem o perfil acadêmico e profissional, e elenca no seu art. 4º as áreas competências necessárias à formação, que são de atenção à saúde (desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo), tomada de decisão (tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas.), comunicação (ser acessíveis e manter a confidencialidade das informações confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral), liderança (assumir posições de liderança, com compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz), administração e gerenciamento (fazer o gerenciamento e administração da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação) e educação permanente (aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais) (Brasil, 2001)

O perfil profissional expressa, de maneira excelente, as competências do egresso. O Curso de Graduação em Enfermagem da FCE/UnB assume como perfil da formação do egresso/profissional o Enfermeiro com competência técnica, científica, humanista, compromisso social, ético e político; capaz de compreender e intervir sobre problemas/situações do processo saúde-doença e atuar com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, nos diferentes cenários das práticas de atuação profissional, considerando o âmbito local e regional, no contexto do Sistema Único de Saúde e na perspectiva da saúde integral do ser humano.


A descrição das competências e habilidades a serem desenvolvidas no processo de formação do enfermeiro, são as seguintes:


• Conjugar o indivíduo, família e comunidade como foco de cuidado da equipe de enfermagem, considerando a dimensão biopsicossocial e espiritual; a competência referida reflete as áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Compreender os determinantes sociais e históricos no contexto do indivíduo, família e comunidade; a competência referida condiz com as áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Intervir no processo saúde-doença responsabilizando-se pela qualidade da assistência/cuidado de enfermagem em seus diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de prevenção de agravos, promoção, recuperação e reabilitação da saúde, nas diferentes fases do ciclo vital, até o momento da morte, na perspectiva da integralidade da assistência; a competência referida ajusta-se as áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento;

• Desenvolver assistência sistematizada de enfermagem, por meio de ações e intervenções planejadas, alicerçadas em evidências científicas; a competência referida acomoda-se nas áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Integrar as ações de enfermagem às ações multiprofissionais e transdisciplinares; a competência referida relaciona-se as áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Exercer a gestão das unidades e serviços de saúde; a competência referida conforma-se com as áreas de liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Compatibilizar os princípios éticos, bioéticas e legais da Enfermagem no exercício profissional em diferentes contextos de saúde; a competência referida convém às áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Planejar, implementar e participar de projetos de qualificação e atualização contínua dos trabalhadores de enfermagem e de saúde; a competência referida diz respeito as áreas de atenção à saúde, liderança, administração e gerenciamento, educação permanente;

• Desenvolver, participar e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção de conhecimento que objetivem a qualificação da prática profissional. A competência referida adéqua as áreas de atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento, e educação permanente.

A formação integral implica na apropriação de espaços, tanto de análises críticas sobre a produção do conhecimento ofertado, como também de construção coletiva de novos conhecimentos e possibilidades. (Pereira et al 2016)

 

Considerando-se que a formação deve incidir sobre os contextos sociais e institucionais, na estrutura curricular há disciplinas, do 1º ao 10º semestre, cujo processo de ensino aprendizagem tem como base a inserção de vivências no cenário de prática profissional de enfermagem.

 

Nas disciplinas são desenvolvidas diferentes estratégias de ensino, nas quais se valorizam a reflexão coletiva, o diálogo, o reconhecimento do contexto de saúde e de novas perspectivas para a integração teoria e prática, ensino e aprendizagem. Pressupõe-se que baseado no conceito de aprendizagem e sustentado pela lógica, o estudante pode lidar com aspectos intangíveis do processo de aprendizagem que contemplam, por exemplo, a criatividade e a inovação. (Kolb 1976; Maurer et al 2012)

 

Neste cenário, as metodologias ativas alicerçam o princípio teórico significativo da autonomia, onde o discente é capaz de auto gerenciar ou autogovernar seu processo de formação. Essa metodologia utiliza a problematização como estratégia de ensinoaprendizagem, com o objetivo de alcançar e motivar o discente, pois diante do problema, ele se detém, examina, reflete, relaciona a sua história e passa a ressignificar suas descobertas de forma que possam, com criatividade e capacidade de inovação, transformar a realidade e resolver problemas complexos de sua rotina. (Mitre et al 2008)

 

O Arco de Charles Maguerez é uma estratégia de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento da Problematização que contribui para a formação de um profissional crítico-reflexivo. Esta estratégia consta de cinco etapas que acontecem a partir da realidade social: a observação da realidade (momento em que os sujeitos envolvidos podem observam a realidade e escolhendo aspectos que necessitam ser desenvolvidos, trabalhados, revisados ou melhorados), identificação dos postos-chaves (espaço de síntese do que precisa ser conhecido e melhor compreendido, após a etapa da escolha do que será estudado sobre o problema), a teorização (etapa em que os sujeitos passam a perceber o problema e indagar o porquê dos acontecimentos observados nas fases anteriores), as hipóteses de solução (elaboração de alternativas viáveis para solucionar os problemas identificados) e aplicação à realidade (construção de novos conhecimentos para transformar a realidade observada, por meio das hipóteses anteriormente planejadas). (Prado et al 2012)

 

Nas estratégias de ensino utilizadas em disciplinas do curso de enfermagem da UnB/FCE destacam-se o uso de simulação, portfólios, estudos de caso, entre outras.

 

O uso da simulação no ensino em enfermagem é uma estratégia pertinente, visto que é uma profissão que lida diretamente com seres humanos, muitas vezes, em situação de fragilidade de saúde e que demanda agilidade na tomada de decisão para a resolução de problemas, fundamentada em raciocínio clínico.

 

O emprego do método de simulação como uma etapa preparatória ao exercício em contextos reais, estimula a aprendizagem experiencial em uma perspectiva de assimilação do conhecimento pelos estudantes em contexto de segurança, ética e cuidado. (Teixeira et al 2011, Maurer et al 2012) O emprego da simulação realística como metodologia surge como impactante sobre o processo de ensino e aprendizagem, cuja meta atual refere-se a redução de erros, segurança do cuidado e melhora do desempenho vinculada a maior assimilação dos conteúdos propostos. As situações simuladas exigem do estudante raciocínio clínico direcionado à solução imediata, embora, permita a possibilidade do erro, promovendo um ambiente propício à intervenção docente, cujo papel vincula-se a correção e pontuação do desempenho frente a uma determinada situação ou cenário. (Quirós; Vargas, 2014)

 

As tecnologias no ensino associadas ao uso da simulação, podem ser dosadas e planejadas enquanto processo educativo, considerando o conhecimento prévio do estudante. Este método de ensino centra-se no estudante e proporciona o desenvolvimento de várias competências, favorecendo a maior segurança do paciente, nessa vertente vislumbra-se a possibilidade de ampliar as estratégias de estudo, treinamento e discussão, considerando que os estudantes podem convergir para a reflexão e, cogitar possibilidades de intervenção por meio da discussão com colegas e professores mesmo na ausência do cenário simulado. (PinaJiménez; Amador-Aguilar, 2015) A simulação clínica com o emprego de simuladores e/ou atores vivos, de forma isolada ou híbrida possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico, e o aumento da habilidade para avaliação e decisão clínica requerida em ambiente de prática assistencial. (Teixeira et al 2011)

 

Em aulas práticas em laboratório utilizam-se simuladores de baixa fidelidade (manequins de espuma, peças anatômicas de silicone), de média fidelidade (manequins com ausculta de sons respiratórios), e de alta fidelidade (manequins com movimentação torácica, sons cardíacos, pulmonares, gastrointestinais e vocais, que reagem de acordo com as intervenções realizados pelos estudantes). (Teixeira et al 2011) Novas gerações de estudantes de Enfermagem identificam nos simuladores de paciente de alta fidelidade um recurso mediador e facilitador de uma aprendizagem mais consolidada que permeia a proposta de constante progresso no processo de ensino. (Vieira, Caverni 2012)

 

A literatura aponta estudo que buscou identificar a opinião dos graduandos de enfermagem da UnB/FCE sobre o uso da simulação realística em atividades de ensino, e constatou que a simulação contribuiu para adquirir e aperfeiçoar conhecimentos e a segurança pessoal, além de instigar o raciocínio crítico frente às situações cotidianas da prática assistencial do enfermeiro. (Valadares, Magro 2014)

 

Outra estratégia utilizada é o portfólio reflexivo individual que permite uma aproximação maior do estudante ao processo vivenciado, na medida em que ele narra, organiza e reflete sobre suas experiências nos diversos cenários de aprendizagem (práticas em serviço de saúde, laboratórios, entre outros), e realiza as articulações internas à cada disciplina, articulações com outras disciplinas e com conceitos teóricos aprendidos. O portfólio é um instrumento relevante na aquisição de competências e de descobertas sobre si próprio, sobre o outro, e sobre a realidade social e de saúde do mundo onde habitam, de forma a estimular o desenvolvimento por meio da interpretação e reinterpretação do cotidiano vivido de forma crítica e reflexiva. (Cotta et al 2013)

 

Na graduação em enfermagem, o estudo de caso é uma estratégia de ensino que apresenta uma trajetória de sucesso nos processos de ensino-aprendizagem, pois viabiliza momentos de discussões acerca do conhecimento teórico-prático, estimula o planejamento da assistência e a avaliação dos resultados, instigando a autonomia do aluno na tomada de decisões em função da possibilidade do desenvolvimento de um plano assistencial individualizado, com metas a serem alcançadas, tendo por base o Processo de Enfermagem. (Silva et al 2014)

 

O estudo de caso é construído pelo estudante a partir de suas experiências e conhecimentos adquiridos em ambiente de prática clínica, por meio da coleta de dados da história de vida dos clientes/pacientes com objetivo de identificar as prioridades para o cuidado de enfermagem. A partir da discussão e síntese das experiências em campo clínico, o estudante identifica as prioridades para o planejamento da assistência de enfermagem. A partir de então, o cuidado é fundamentado na busca de informações/conhecimentos em fontes variadas, que subsidiam a compreensão das questões sobre o planejamento da assistência de enfermagem.

 

Por fim, os estudantes apresentam o estudo de caso, com reflexão sobre os problemas identificados e ressignificar a prática profissional, o que possibilita a auto avaliação, avaliação do grupo e a avaliação do professor. Por fim, utiliza-se a Plataforma Aprender que é um Ambiente Virtual de Aprendizagem concebido para apoiar os professores e alunos nas atividades de ensino e aprendizagem nas disciplinas da UnB. Este recurso é utilizado como ferramenta para comunicação entre professores, alunos, e monitores envolvidos no processo de ensinoaprendizagem.

No ano de 2014 o Curso de Enfermagem passou pelo processo de avaliação para o Reconhecimento de curso protocolo numero 201209235 Código MEC 754570 o qual atribuiu conceito 5, conforme relatório apresentado em anexo ao processo.

 

Na última avaliação do MEC, o curso recebeu conceito 4 pelo colegiado; atuação do Núcleo Docente Estruturante - NDE e laboratórios. Perante esses resultados como forma de ação implementada após o processos de avaliação do curso, tem-se a atuação do NDE tornou-se mais periódica até mesmo pela necessidade de reformulação do PPC, como na ocasião tínhamos um único laboratório especifico já foi autorizada a construção de outra unidade no prédio ULEG, temos atualmente dois profissionais prestando serviço no local com carga horária de 40h, sendo um técnico em biologia e a enfermeira.

 

O conceito 3 quanto a experiência profissional e do magistério superior do corpo docente na ocasião tínhamos 31 doutores e 13 mestres, atualmente temos dois professores ainda com o titulo de mestres mas com o doutorado em andamento. Juntamente com a obtenção da titulação os docentes também se empenharam em participar de capacitações pedagógicas, congressos e a produção científica cresceu significativamente devido a obtenção dos títulos e do envolvimento com a pós-graduação pois atualmente temos mais de 50% dos docentes credenciados em pelo menos um programa da pós-graduação da UNB.

 

O conceito 2 periódicos, melhor detalhamento deste item pode-se encontrar no item 3. Acervo de biblioteca na pagina 87 deste documento. O presente Projeto Político Pedagógico do curso de enfermagem - FCE foi aprovado na 21a Reunião Extraordinária do Colegiado do Curso de Enfermagem realizada em sete de dezembro de 2016.

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