Projeto Pedagógico do Curso

Em relação ao perfil do egresso, o curso possibilita uma formação abrangente, que inclui o domínio das disciplinas fundamentais da Biblioteconomia, com atenção ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Busca-se a ampliação da atuação do bibliotecário no mercado de trabalho, observando novos formatos e meios de comunicação da informação, bem como a formação de um cidadão crítico e reflexivo, capaz de intervir
em seu ambiente e buscar para resolução de problemas e tomada de decisão. Não há linha de concentração específica, mas sim, o desenvolvimento de competências capazes de habilitar o bibliotecário no desempenho de atividades técnicas que permeiam desde a produção a disseminação da informação.
Diante disso, o perfil do egresso envolve as características e competências a seguir:
1. Capacidade de investigação científica, pensamento reflexivo e estímulo à criação e
difusão cultural;
2. capacidade de desenvolver trabalho em equipe;
3. capacidade de dominar processos e meios de informação, comunicação e tecnologia
no cotidiano profissional;
4. capacidade de identificar problemas socioculturais e biblioteconômicos,
encontrando soluções criativas que respondam a tais questões;
5. autonomia e capacidade para construir conhecimento e tomar decisões nos campos
da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação;
6. desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional;
7. um profissional que considere as dimensões contextuais e político-ideológicas, bem
como as interações entre informação e o universo cultural dos diferentes sujeitos
presentes na realidade da unidade de informação onde atuará;
8. um profissional comprometido ética e politicamente com o conjunto da população
brasileira;
9. um profissional com domínio das novas linguagens documentárias e das tecnologias
de informação e comunicação;
10. um profissional com capacidade para diagnosticar e propor alternativas para a
melhoria dos recursos, serviços e produtos em diferentes unidades de informação.
Em síntese, espera-se que o egresso seja um profissional habilitado a atuar em
bibliotecas e unidades de informação de todos os tipos, considerando as possibilidades
criadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Tais atividades compreendem
desde o desenvolvimento de processos técnicos típicos de biblioteca, ao
desenvolvimento de produtos e serviços de informação voltados a públicos
diversificados e específicos, à gerência de sistemas e/ou recursos de informação, a
atividades de consultoria, ensino, pesquisa, marketing, comunicação, divulgação, e
muitas outras atividades correlatas.
Considerando as áreas de atuação, a UnB atende ao Distrito Federal, que tem uma
população jovem e urbana. A economia da capital centra-se na administração pública, que
possui 40% dos empregos formais e gera 54% da riqueza da região. Em razão da
microrregião do Entorno do DF, a UnB atende também as regiões dos estados de Goiás e
Minas Gerais, cuja população ultrapassa um milhão de pessoas.
Em decorrência do predomínio de órgãos públicos no DF, que constitui o centro do
governo na esfera federal, no executivo, legislativo e judiciário, as instituições públicas, em
sua maioria, contam com bibliotecas para apoiar os trabalhos. Portanto, constata-se a
predominância de bibliotecas especializadas de órgãos do governo federal e distrital.
Assim, identifica-se a necessidade de formação de bibliotecários com competência em
biblioteca especializada, governamental e direcionada ao tratamento da informação
jurídica.
Outro mercado de trabalho emergente é o do bibliotecário escolar. Dois fatores
contribuem para a referida demanda: o primeiro é a Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010,
que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino no Brasil,
estabelecendo a obrigatoriedade de as instituições de ensino público e privado contarem
com bibliotecas. Regulamenta, ademais, a obrigatoriedade de as bibliotecas de instituições
de ensino contarem com a atuação do profissional bibliotecário. Essas mudanças devem ser
efetivadas em um prazo de 10 anos após sancionada a Lei. Diante desse fato pode-se inferir
que para o atendimento do disposto na lei as instituições de ensino deverão contar com
pessoal bibliotecário nos quadros de pessoal para organizar e implementar serviços e
produtos de informação direcionado aos alunos e ao corpo docente dessas instituições.
Portanto, as demandas por bibliotecários com formação voltada para bibliotecas em
instituições de ensino no país estão em ascensão.
No Distrito Federal há 64 instituições de ensino superior, que de acordo com
normas do Ministério da Educação, há obrigatoriedade de existência de bibliotecas e de
bibliotecários, assim, as bibliotecas universitárias também compõem um mercado potencial
para os graduados.
Outra demanda considerada refere-se ao crescimento da consciência por parte da
sociedade em relação aos direitos dos cidadãos. Neste caso emerge a demanda por
bibliotecas públicas, que se constitui em carência no DF, voltadas para o atendimento das
necessidades de informação do público em geral, da formação do hábito de leitura e da
instrumentalização para o aprendizado e o exercício de cidadania.
A atuação do bibliotecário, concebido como um profissional da informação,
também inclui atividades e ambientes diversificados que surgiram à medida que a
informação tomou novos formatos e espaços, inclusive, digitais. Assim temos: bancos de
dados, portais web, redes sociais, produtores de conteúdos informacionais, entre outros,
tanto na esfera pública como privada, nos diferentes setores produtivos, além do mercado
voltado para o profissional autônomo.
Diante do exposto, há espaço para formação de profissionais com perfis variados,
voltados, por exemplo, para informação especializada governamental, jurídica, cultural,
escolar, universitária, comercial, etc., desde que haja demanda por parte de quem produz, armazena e/ou acessa.

Formar profissionais com competências para gerenciar e atuar em diferentes ambientes e unidades de informação, capazes de transformar a realidade histórico-cultural, atendendo às necessidades de
demanda, geração, processamento, disseminação e utilização de dados, informações e
conhecimentos registrados nos mais diferentes suportes.

A graduação preza pela qualidade, relevância, inovação, eficiência, transparência,
responsabilidade social e respeito à diversidade. Deve estar comprometida com a superação
das desigualdades educacionais, sociais e econômicas, bem como com o desenvolvimento
humanístico, científico e tecnológico, nos âmbitos local, regional, nacional e internacional.
Como meio de se alcançar a formação multifacetada que se espera dos egressos,
recomenda-se a interdisciplinaridade e a flexibilização curricular, buscando constantemente
a atualização e a inovação, de forma a atender e antecipar as demandas sociais,
tecnológicas, econômicas e culturais.
A dimensão dos processos pedagógicos na UnB se reorganiza a partir dos seguintes
princípios fundamentais (PPPI, 2011):
„h A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, princípio estruturante da
pesquisa na graduação e na pós-graduação. Relaciona os processos de ensinar e
aprender com a pesquisa científica e as atividades de extensão e organiza a síntese
entre a teoria e prática;
„h A contextualização social e histórica do conhecimento;
„h A interdisciplinaridade e a flexibilidade como processos contemporâneos de
construção do conhecimento;
„h A diversidade como proposta de atuação e inclusão.
Desta forma, o ensino-aprendizagem de Biblioteconomia busca a observação e a
reflexão acerca da realidade; articulação entre teoria e prática; fomento à análise crítica e
criativa; a problematização, a indagação e a dúvida, como abordagens motivadoras e
essenciais para o ensino, pesquisa e extensão; o desenvolvimento de independência
intelectual dos estudantes e a motivação para a busca de atualização e aperfeiçoamento.

O processo de ensino e aprendizagem é avaliado de acordo com a natureza de
cada disciplina ministrada no curso de Biblioteconomia, e de acordo com a
metodologia adotada pelo professor. Assim sendo, a avaliação é feita por meio de
provas, e/ou de trabalhos individuais e em grupo, exercícios práticos em sala de
aula e em laboratório, seminários e participação do aluno em estágios, projetos de
atividade complementar, atividade de extensão. O interesse específico demonstrado
em determinadas disciplinas funciona também como elemento de avaliação quanto
ao potencial do aluno para atividades de pesquisa ou aprofundamento em temas
referentes à Biblioteconomia e Ciência da Informação.
A avaliação de aprendizagem dos estudantes no contexto disciplinar fundamenta-se
na ideia de propiciar vários instrumentos de avaliação abrangendo conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais, considerando-se que os estudantes aprendem de maneira
diferenciada e podem se sentir mais confortáveis com determinados instrumentos
avaliativos. A avaliação de aprendizagem deve propiciar, sempre que possível,
instrumentos individuais - provas objetivas ou com questões abertas, pesquisas e produção
de materiais, exercícios em sala de aula e em casa, seminários, participação em congressos,
palestras e encontros, como também atividades em grupos tais como debates, trabalhos em
grupo, atividades de campo, dentre outras.
Subjacente a esta ideia, a avaliação fundamenta-se em uma perspectiva mais
formativa do que somativa, ainda que a inclua. Compreende-se a avaliação formativa como
processo de verificação da aprendizagem dos estudantes ao longo da disciplina, que
consiste em constatar se os estudantes, de fato, estão atingindo os objetivos pretendidos,
verificar a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados
durante o desenvolvimento das atividades propostas. Nessa perspectiva, o estudante recebe
feedback constante do professor em relação à aprendizagem. Isso permite que o estudante
conheça os erros e acertos, para que possa continuar, mudar ou ampliar as estratégias de
aprendizagem e, consequentemente, encontrar maior estímulo para um estudo sistemático
dos conteúdos.
A ideia da avaliação formativa mais do que uma normativa deve-se tornar um
comportamento cotidiano do professor, no sentido de identificar sempre que possível a
aprendizagem do estudante em relação aos objetivos propostos e a partir daí, ter a
possibilidade de rever os próprios plano de ensino e o planejamento da disciplina, se
necessário. O objetivo é que o professor possibilite ao estudante ampliar e melhorar a
aprendizagem.
Ao final do semestre, o professor deve atribuir menções ao rendimento acadêmico
do estudante em disciplina, de acordo com a equivalência numérica, que consta no quadro
Z.
Quadro 3. Menções e equivalências numéricas proposta pela Universidade de Brasília
MENÇÕES EQUIVALÊNCIAS NUMÉRICAS
SS 9,0 a 10,0
MS 7,0 a 8,9
MM 5,0 a 6,9
MI 3,0 a 4,9
II 0,1 a 2,9
SR zero
De acordo com a o regimento da Universidade de Brasília, a divulgação das
menções deve ser realizada pelo número de matrícula, sendo vedada a divulgação nominal.
Caso o estudante não concorde com a menção designada, poderá solicitar revisão da
menção na secretaria do curso. Além da aprendizagem do conteúdo, os estudantes devem
comparecer no mínimo a 75 (setenta e cinco) por cento das respectivas atividades
curriculares. Caso contrário, receberá a menção SR (Sem Rendimento).
Ressalta-se que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da
Universidade de Brasília tem a responsabilidade de normatizar a atribuição final das
menções por disciplina após cumprimento do programa. A menção atribuída ao estudante
deve refletir: a) a assimilação progressiva de conhecimentos pelo estudante, avaliada em
provas e/ou outras tarefas exigidas ao longo do período letivo; b) a capacidade adquirida
pelo estudante de aplicar os conhecimentos em trabalho individual; c) o domínio, pelo
estudante, do conjunto da matéria lecionada (REGIMENTO DA UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA, 2011).
O estudante regularmente matriculado no curso de Biblioteconomia, de acordo com
o Regimento da universidade de Brasília (2011), deve ser desligado do curso se: a) cursar,
sem aproveitamento, menos de 4 (quatro) disciplinas do curso em 2 (dois) períodos letivos
regulares consecutivos; b) for reprovado 3 (três) vezes em disciplina obrigatória do curso;
c) cometer infração disciplinar cominada com expulsão, de acordo com o Código de Ética;
d) não concluir o curso no prazo máximo legal.

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